Spirits |N.H|

Capítulo 60 - Último Capítulo

Caroline's P.O.V

"Caroline, volta para nós, não deixes que isso te leve!" Harry exclama e sinto uma mão agarrar a minha, apertando-a.

É Niall, eu sei que é Niall, consigo senti-lo. Mas estou tão fraca, sinto-me perder forças a cada segundo que passa.

"Ouve a minha voz, Care, eu amo-te. Eu amo-te como nunca amei ninguém." Diz e a minha cabeça tomba para trás. Não sinto nada, como se estivesse morta.

Ouço mais vozes, mas não as percebo, apenas a voz de Niall é que ecoa no espaço escuro onde estou.

"Babe, volta para mim, volta para eu te estragar mais maçãs e para me engasgar com a quantidade de marshmallows que ponho na boca porque sou um guloso de primeira." Pede, a sua voz é chorosa. "Tenho saudades tuas, tenho saudades dos teus olhos, do teu sorriso, do teu toque, da tua voz, eu tenho tantas saudades tuas, amor. Lembras-te daquele dia em que fomos almoçar ao McDonald's? Em que tu quase me espancaste por ter pago o almoço, lembras-te da nossa conversa?" Pergunta e eu começo a relembrar esse momento à medida que fala. Do nada, arranjo forças e aperto a sua mão. E sei que foi real, sei que ele o sentiu.

Continuo a ouvir vozes ao longe.

"Lembras-te quando eu te perguntei se preferias olhos verdes ou olhos azuis?" Pergunta. "Tu disseste que preferias olhos verdes." Acrescenta. "Lembras-te do que eu disse a seguir?" Pergunta e eu lembro-me de ele ter ficado muito embaraçado. "Eu disse-te que também preferia olhos verdes, como os teus." Diz e sinto a sua mão acariciar a minha. "E nunca falei tão a sério na minha vida. Aquela foi a melhor tarde da minha vida, eu não me divertia há tanto tempo." Desabafa e sinto qualquer coisa que não sei explicar. Como uma luz a acender-se no fundo. "Desculpa por ter falado mal contigo naquele dia. Eu finalmente percebo porque é que não me contaste, tinhas medo e também não entendias o que se estava realmente a passar. Desculpa ter sido um estúpido, eu fiquei mesmo preocupado nesse dia quando não foste às aulas e estiveste desaparecida durante horas. Naquele dia, eu só me senti aliviado quando te senti nos meus braços. Foi nesse momento que eu percebi que estava perdidamente apaixonado por ti. Mas não o quis admitir, não queria estragar a nossa amizade. Foi quando senti que te podia perder que percebi que a minha vida dependia de ti." As suas palavras ecoam e eu vejo uma luz à minha frente. "Lembras-te do que me disseste nesse dia?" Pergunta e eu lembro-me. "Preciso tanto de ti." Diz e as palavras repetem-se à minha volta. A luz intensifica-se. "Eu juro-te que o meu corpo arrepiou, entrou em combustão, eu senti tudo ao mesmo tempo." A luz continua a intensificar-se e eu penso em segui-la. "Sabes o que foi mais difícil para mim?" Pergunta. "Foi quando ficaste chateada comigo por causa do Zayn, eu senti-me horrível por não ter visto o teu lado e por ter gritado contigo. Tu estiveste chateada comigo por mais de vinte e quatro horas, foram as piores horas da minha vida. E eu gostei do facto de termos resolvido tudo por telefone e irmos de imediato ao cinema, foi tão simples." Relembro cada segundo daquela ida ao cinema. "Sabes, quando eu te trouxe a casa depois do cinema, tu lembras-te de eu te dizer que te adorava? Bem, na verdade, eu estava para te dizer que te amava. Desde o dia anterior, quando te recusaste a falar comigo, que eu admiti para mim mesmo que estava apaixonado por ti e que não te ia deixar fugir por entre os meus dedos. E não vou mesmo, Care. Eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para não te deixar fugir." Garante. "Eu amo-te, Caroline, como eu nunca amei ninguém em toda a minha vida, desde o primeiro segundo em que te pus a vista em cima. Eu estou tão feliz por te ter estragado as maçãs. E espero que o possa fazer mais vezes se for para poder olhar nos teus olhos." Sinto a minha mão erguer-se e os lábios de Niall encostam-se à mesma, deixando um beijo. A luz continua a intensificar-se, mas a voz de Niall soa do lado contrário, deixando-me dividida. "Volta para mim, babe. Volta para eu me apaixonar por ti novamente, como faço todos os dias. Por cada dia que passa, eu apaixono-me cada vez mais por ti, eu dependo mais de ti. Deus, eu amo-te tanto que chega a doer, tu não consegues imaginar. E eu prometo-te que nunca te irei deixar, meu amor. Volta para mim, por favor, Care, volta." Suplica e eu olho para trás, de onde vinha a sua voz. "Volta, por favor, eu já não consigo arranjar as palavras certas que descrevam o quanto te amo, nenhuma delas parece ser justa. 'Amo-te' é uma palavra que não significa nem um décimo daquilo que sinto por ti." Quando as suas palavras soam, eu sei que ele não vai dizer mais nada, porque não há palavras.