Capítulo 39

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Música sugerida para leitura: 3 Doors Down - Duck And Run

As crianças foram resgatadas com cuidado e atenção. A base militar recebeu cada uma delas de boa vontade e com uma equipe médica para avaliar eventuais problemas físicos ou psicológicos. Começaram a ser chamados de Os Filhos do Fim. Caio, Julia e Felipe nos ajudaram acalmando cada uma das crianças. Quando finalmente a última criança foi atendida e encaminhada para o quarto Felipe se aproximou.

  – Você sabia do ataque a nossa base? – ele questionou.

–  Soube no mesmo dia com a chegada do meu pai. Fui atrás de vocês mas me avisaram que você tinha saído.

– E quanto ao Fernando?

– Eu procurei por ele mas não o encontrei na base. Meu pai não me deu outra escolha, eu precisei ir embora.

– Certo.  Bem, felizmente  alguns dos  nossos homens conseguiram sobreviver. A chacina não foi tão bem sucedida quanto eles imaginavam.

– Fernando está vivo? –  uma parte de mim queria não acreditar nessa possibilidade.

– Sim. Eles passaram pelo orfanato antes dos homens dessa base aparecerem por lá. Fernando e um grupo conseguiram sair por uma passagem subterrânea que Carlos havia construído. Eles não me disseram qual era o plano mas imagino que já estejam há muitos quilômetros daqui.  

– Você vai atrás deles?

– Eu ainda não sei. Com certeza não irei agora para não correr o risco de ser seguido e colocá-los em perigo mas em algum momento isso pode acontecer. Fernando me pediu pra te entregar essa carta.

Felipe se afastou e me deu o espaço necessário para ler a carta. Cogitei jogá-la no lixo mas a curiosidade para ler as palavras do filho da puta foi mais forte.

Eu vi você naquele quarto e não tenho como negar o que você viu. Não peço desculpas por ter seguido em frente mas nunca tive a intenção de fazer um show particular pra você. De qualquer forma agradeço por você ter ido até o meu quarto. Eu estou bem e consegui fugir com alguns homens daquela base. Não sei se um dia voltaremos a nos ver então espero que corra tudo bem daqui pra frente. Beijos, Fernando.

Amassei a carta. Joguei no lixo e finalmente tive a sensação de ter fechado um ciclo. 

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Ter Julia, Caio e Felipe por perto aumentou ainda mais minha sensação de estar em casa. A barriga enorme de Julia e a preocupação exagerada de Caio era uma das coisas mais fofas que eu tive o prazer de acompanhar. Felipe começou a ajudar nos laboratórios para a produção de mais vacinas e eu treinava com os soldados para passar o tempo. Como era de se esperar quase nunca meu pai aparecia e Guilherme tentava me contar algumas coisas da rotina dele. Nossa amizade era ótima e eu me sentia a vontade em deixar claro pra ele o quanto eu estava me sentindo entediada naquele lugar. Em um dia normal e bastante monótono Guilherme apareceu mais cedo que o de costume, me puxou em um canto e começou a sussurrar.

– Nós descobrimos o paradeiro de alguns fugitivos da base militar do Carlos.

– E agora?

– Vamos atrás deles e a ordem é matar todos.

Nem esperei Guilherme falar outra coisa. Sai correndo atrás do Felipe com apenas uma coisa em mente: nós precisávamos ajudar aqueles homens.

Sexo, armas e zumbisOnde histórias criam vida. Descubra agora