Capítulo 64 - Fernando

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Música sugerida para leitura: Lifehouse - Everything

Acordei na cama ouvindo Lara cantando baixinho para o Rafa. O pai dela tinha conseguido uma cadeira de balanço e vê-la sentada ali com meu filho era uma das coisas mais linda do mundo. Porra. Era ela linda. Mesmo repetindo isso com uma frequência enorme eu não conseguia parar de dizer.
–  Vai ficar me vigiando ou vai pegar o Rafa enquanto eu tomo um banho? –  ela disse olhando pra mim com um sorriso no rosto.
Lara não costumava dar ordens diretas. Talvez um pouco. Mas sempre que ela fazia isso eu levantava para ajudar sem pensar duas vezes. Tem muito babaca por aí que acha que ser pai é só ajudar geneticamente mas isso é a lógica mais patética do mundo. A mulher carrega a criança por nove meses, ela passa a dedicar sua vida quase que exclusivamente para a criança e o filho da puta não pode ajudar? Vamos combinar né, esse tipo de homem merece um certificado de otário. Deixei minhas opiniões de lado e fui pegar o Rafa para tentar colocar ele pra dormir antes da Lara voltar do banho.
– Ele acabou de mamar então não sacode tanto ele, tudo bem?
Acenei com a cabeça já ciente de todas as orientações. Eu definitivamente não era o melhor pai do planeta Terra mas tentava me esforçar para cuidar muito bem do Rafa e da Lara. Ela, por exemplo, desde a gravidez tinha colado na cabeça que estava gorda e que nunca mais seria bonita. Bobagem. Ela continuava linda. Com menos de um mês do parto ela já tinha voltado ao peso normal e continuava sexy pra cacete. Óbvio que dizer isso para uma mulher nunca adiantava muito mas eu insistia no assunto reforçando o quanto ela era gostosa.

Quando Lara voltou do banho o Rafa já estava no quartinho dele dentro do berço e a babá eletrônica estava ligada. Quando Lara me encarou só de toalha sua expressão deixava claro que ela está tão animada quanto eu para aproveitar o curto momento do dia. Instantaneamente ela soltou a toalha enrolada no corpo e veio completamente nua na minha direção. Seu corpo era uma escultura de tão maravilhoso. Quando ela estava a poucos passos de mim puxei sua cintura e começamos um beijo frenético e intenso. As minhas mãos percorriam sua cintura e seus seios enquanto ela arranhava minhas costas de uma maneira tímida. Sem pensar duas vezes levantei Lara e segui em direção para cama. Colocando ela delicadamente eu comecei um caminho indecente a partir dos seus lábios descendo cada vez mais. As nossas respirações já estavam completamente descompassada quando finalmente cheguei aonde queria. Lara abriu as pernas ainda mais e quando iniciei os movimentos com a língua seu corpo se contorceu da maneira mais graciosa do mundo. Lentamente aumentei os movimentos e quando ela puxou meu cabelo de uma forma desesperada eu sabia que ela me queria dentro dela. Foi necessário um autocontrole sobre-humano para me afastar, tirar minhas roupas e finalmente entrar no calor úmido que só ela me proporcionava. As estocadas começaram ritmadas e até gentis mas, obviamente, pouco tempo depois eu já estava perdido nas sensações e quando percebi que Lara estava prestes a gozar aumentei o ritmo para acompanhá-la. Ela gozou um pouco antes de mim então quando acabei pude desabar ao lado dela na cama para tentar controlar minha respiração.
–  A gente já foi melhor nisso. Estamos perdendo o jeito –  ela disse com um sorriso sarcástico no rosto.
– Você continua ótima. Eu me esforço.
Enquanto ainda estávamos ali curtindo aquele momento íntimo o Rafa acordou chorando a plenos pulmões. Deixei Lara se recompondo na cama e levantei para pegá-lo.

Eu tinha arrumado um emprego na base. Passei a dar aulas de tiros para os militares. O pai de Lara continuava me tratando de uma maneira cordial mas era nítido que ele esperava que eu voltasse a fazer alguma merda contra a filha dele. E ele estava coberto de razão. No mais eu passava boa parte do dia em casa e a outra parte trabalhando. Os militares eram gente boa e a maioria me tratava muito bem. Além disso Caio e Julia estavam sempre por perto então toda semana tínhamos algum jantar para jogar conversa fora e falar sobre as crianças. Era uma vida ótima, tranquila e pacífica depois de muitos horrores. Eu estava feliz. Lara estava feliz. Nosso filho estava cada vez mais risonho e saudável. E então a merda toda explodiu. A primeira bomba explodiu na parte leste da base militar. Meu instinto protetor me guiou em direção a minha mulher e ao meu filho. Eu já estava quase chegando quando a segunda bomba explodiu, dessa vez mais perto. Aumentei o ritmo da corrida e no caminho me deparei com pessoas mutiladas e machucadas. A primeira bomba tinha destruído o refeitório principal. Ignorei tudo ao meu redor e fiquei na minha casa. Quando abri a maçaneta Lara estava com o Rafa no colo e com uma arma na mão. Se a situação não fosse tão assustadora eu teria tirado uma foto.
– Que porra é essa? – Lara perguntou assustada.
– Eu não sei. Mas precisamos de um lugar segura. Lá fora está um caos. Precisamos achar o seu pai.
– Eu estou com um péssimo pressentimento, Fernando. Se alguns zumbis invadirem esse lugar nós estamos fodidos.
– Vamos. Primeiro vamos buscar Caio e Julia. A gente vai ficar bem. Confia em mim.

Então peguei meu filho no colo enquanto minha mulher pegava mais algumas armas e granadas. Um lado meu estava morrendo de medo da porra toda sair do eixo novamente. O outro lado sabia que morreria tentando proteger as duas pessoas mais importantes da minha vida.

Sexo, armas e zumbisOnde histórias criam vida. Descubra agora