Capítulo 12

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Música sugerida para leitura: Sister Rosetta (2011 Version) - The Noisettes

Almoçamos e conversamos sobre as novas viagens de Fernando. Ele tinha matado vários zumbis no caminho para a prefeitura da cidade. Para sua surpresa não havia indícios de sobreviventes por lá mas ele já tinha um novo lugar em mente: a casa do prefeito. Fernando tinha uma teoria de que seria mais provável um líder político ter sobrevivido então queria correr atrás desses rastros em busca de outros seres humanos. Além disso ele conseguiu colocar uma estação no rádio na frequência certa e estava tentando entrar em contato com outros sobreviventes. A preocupação de Fernando era clara: os mantimentos não seriam eternos e ele precisava saber aonde buscar ajudar. Já deitados na cama e relaxando depois do almoço decidi voltar a abordar o assunto polêmico.

– Você já pensou melhor sobre receber Caio e eu como seus novos inquilinos?

– Lara, aquele cara é muito lerdo. Tenho medo de deixá-lo entrar, dois dias depois ele esquecer a porta lá de cima aberta e acordarmos com zumbis no nosso quarto.

– Eu prometo que vou ficar de olho nele. Caio e eu não somos militares mas não somos alienados. Prometo que vamos nos comportar.

– Eu sinceramente não sei se é uma boa ideia...

– Que tal se eu te convencer? – sorri.

Montei gentilmente nele e comecei a beijá-lo de maneira provocante. Fernando automaticamente segurou minha cintura e me afastou gentilmente.

– Ei. Se pra você é tão importante que tal se buscarmos seu amigo antes do anoitecer? Ele pode dormir no seu quarto e nós ficamos aqui.

– Sério?

– Sim. Mas vamos deixar uma coisa clara: na primeira burrada ele se manda. Tudo bem?

– Maravilha.

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Assim que Caio abriu a porta pra nos receber sua expressão era um misto de desconfiança com surpresa. Curiosidade: Homens continuam com a testosterona lá em cima mesmo depois de 80% da população ser devorada. Fantástico né?

– Então, Caio. Podemos ir logo?

– Lara, eu agradeço seu esforço mas você está me convidando para um lugar que não é seu. Cara, meu nome é Caio e se você não quiser me receber eu vou entender perfeitamente – disse estendendo a mão para um Fernando carrancudo que o cumprimentou.

Era engraçado comparar os dois lado a lado. Caio tinha uma beleza semelhante a modelos de anúncio de cueca. Seu corpo era definido, sua pele era bronzeada e seus olhos azuis eram encantadores. Já Fernando tinha um corpo totalmente definido, másculo e cheio de músculo. Era como comparar uma Ferrari com um trator.

– Imagino que Lara tenha te falado que estamos juntos. Se para ela sua segurança é importante eu não vejo problemas. Podemos pensar em algumas coisas juntos e tentar descobrir como ficaremos vivos nessa merda.

Os dois acenaram com a cabeça de uma maneira bastante profissional e eu agradeci por finalmente terminarmos a seção testosterona. Então começamos a arrumar algumas malas para voltarmos para a fortaleza de Fernando o mais rápido possível. Enquanto Caio e eu terminávamos de pegar algumas roupas Fernando começou a reforçar algumas janelas para manter a casa vazia. Caio se aproximou e sussurrou.

– Você não me contou que "estavam juntos"? Que merda isso significa, Lara?

– Significa que fizemos sexo e Fernando é um macho alfa que resolveu me proteger de todos os problemas do mundo justamente em um mundo pós-apocalíptico.

– Você sabe que não é o momento ideal para ter um ex-namorado, né? – ele disse sorrindo.

– Ei! Você não pode fazer piada com isso! – disse jogando as roupas na mala de qualquer maneira.

– Mas você sabe que é verdade. Seu recorde em um relacionamento é de 3 meses. Te conheço há tempo o suficiente pra ter certeza que esse relacionamento aí não dura 2 semanas. Ele é autoritário demais, você vai enjoar disso bem rápido.

– Bem, imagino que ele tenha maturidade para seguir em frente se eu decidir que não quero mais fazer sexo com ele enquanto tentamos sobreviver. Posso dizer que estou com dor de cabeça.

– Claro, meu bem. Mas dizer isso para um cara com a quantidade de armas que ele tem pode complicar um pouco sua teoria.

– Bem, não imagino que Fernando me obrigaria a nada mas não vou me preocupar com isso agora. O importante é que ficaremos juntos e começaremos a pensar na melhor forma de conseguirmos mais mantimentos. Por hora isso é prioritário.

Finalmente terminamos de arrumar tudo e já estávamos colocando as coisas no carro quando ouvimos um barulho vindo de uma das casas da rua de Caio. Fernando sacou a arma e eu fiz o mesmo. Começamos a tentar identificar a origem do barulho e acabamos não percebendo o movimento na lateral do carro. Quando Fernando fez um sinal com a cabeça indicando que deveríamos entrar no carro eu virei para chamar Caio bem a tempo de ver o que estava atrás dele. Um zumbi com dois metros de altura estava pronto para dar uma mordida no pescoço dele. Atirei e virei em direção a Fernando bem a tempo de ver outro zumbi praticamente colado nele. Fernando atirou e o zumbi caiu. Fernando estava ligeiramente pálido. Levei dois segundos para entender o problema: ele tinha sido mordido. 


Sexo, armas e zumbisOnde histórias criam vida. Descubra agora