Capitulo 3

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Ando por um corredor escuro pelo que se pareceram horas.

Não consigo marcar o tempo neste lugar.

O corredor por onde ando é bem arcaico, digo isso por que é iluminado por tochas e ha teias de aranhas de por todo lado. Eu não imaginava que havia passagens secretas pelo castelo, tudo bem que ele é bem antigo, mas sempre achei que isso era coisa dos livros que li.

E aqui estou eu, andando por uma passagem secreta não sabendo onde vai acabar ou o que vou encontrar no final, sinto um medo por meus pais e por Anne que ainda estão lá em cima, não gosto nem de imaginar o que eles estão passando ou se o rei Raphael já descobriu que eu fugi.

Assim que chego no final vejo uma clareira. Posso ver como a lua esta brilhante daqui.

Um vento frio passa por mim e me encolho, não está uma noite muito quente. Volto para o corredor e pego um lamparina que estava presa em parede e caminho para dentro da floresta.

Os galhos que estão soltos pelo caminho prendem em meu vestido e os sapatos machucam meus pés. Resolvo tirá-los, não precisarei deles agora.

Enquanto ando meus pensamentos vão para o modo que Anne tratou minha mãe mais cedo, a chamando pelo nome, Charlote, ela nunca a havia chamado assim, sempre foi vossa alteza ou majestade. Eu tenho certeza que elas estavam escondendo alguma coisa e eu iria descobrir o que era, isso é, se eu conseguir voltar.

Não pense nisto, Nicolly! Você vai voltar!

Digo a mim mesma.

Eu ainda estou falando comigo mesma quando ouço passos. Paro imediatamente e não ouso respirar.

Silencio total.

—Quem está ai?

A voz era de um homem, eu não reconheci, poderia ser um dos guardas do rei Raphael.

Então eu escuto um tiro.

Começo a correr como se a minha vida dependesse disso.

Mas ela depende!

Uma voz irritante grita na minha cabeça.

A lamparina que está em minha mão cai e eu não ligo, continuo correndo. Pedaços do meu vestido vão ficando pelo caminho, as pedras estão ferindo meus pés, mas eu não posso parar de correr, meus cabelos estão completamente soltos e meu perseguidor está cada vez mais perto.

Então algo bate em mim e eu caio. O ar de meus pulmões acaba por alguns instantes, alguém caiu em cima de mim, depois o peso some e eu respiro fundo novamente.

Sou levantada bruscamente pelo braço, paro e tento ver meu perseguidor, então ele se vira no ângulo da claridade e eu vejo os olhos mais lindos que já vi em toda minha vida. São pretos, mas tão pretos que eu vejo meu medo refletido neles.

O homem sussurra:

—Quem é você?

DESTINO (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora