Capítulo 15

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A escuridão me envolvia de tal maneira que eu tento abrir os olhos mas não consigo.

Mas consigo ouvir vozes, só não sei descobrir a quem pertenciam.

—Quando ela vai acordar?

—Difícil dizer, ela pegou um grande resfriado. Ficou desidratada.

Tento prestar atenção, mas a escuridão me leva novamente.

Alguém fala comigo, mas não minha voz não responde aos meus comandos.

—Nicolly, por favor acorde, precisamos que você acorde. Eu preciso que você acorde.

A escuridão me cerca novamente.

Abro os olhos e percebo que estou em um quarto escuro. Tento me sentar, mas estou fraca.

A porta do quarto é aberta e noto uma silhueta se aproximando da cama.

—Nicolly você acordou! Graças a Deus.

—Isaac, o que está acontecendo? Onde eu estou?

—Acalme-se alteza, vamos explicar tudo, mas primeiro a senhorita precisa se alimentar.

Faço o que Isaac me pede.

A comida está uma delícia. E eu estou com muita fome.

—Nunca vi uma princesa comer tanto.

Olho na direção da voz e vejo o príncipe Adrian encostado no batente da porta. Ele está usando uma calça social, uma camisa branca com as mangas dobradas até o cotovelo, os cabelos estavam lindamente bagunçados.

Pera aí, eu pensei lindamente?

—Deixe-a comer alteza. Ela está fraca. — Isaac diz interrompendo meus pensamentos.

Termino de comer e limpo a boca com o guardanapo que Isaac me trouxe.

—Quero saber tudo. Agora. — Exijo.

Percebo que Isaac e o príncipe Adrian trocam um rápido olhar.

—Pode perguntar o que quiser, princesa. — Adrian diz, seu tom de voz é sério. Então faço a pergunta que martela na minha cabeça desde o inicio.

—Porque quer me matar?—percebo que Adrian franzi a testa.

—Nunca quis te matar, Nicolly.

—Quis sim.— Digo. —No dia em que fugi, ouvi você e o seu pai conversando, diziam que eu não amanheceria viva. Nega isto?

—Não nego. — Ele diz sem hesitar.—Realmente disse ao meu pai que te mataria aquela noite. Mas nem sempre é bom acreditar no que eu digo. Não iria matar você naquela noite, princesa.

—Como posso acreditar em você?

—Princesa Nicolly, se eu realmente quisesse matar você, teria feito isso naquela clareira.

Eu tenho que admitir, ele tem um ponto, mas...

—Como sei que não está me sequestrando?

—Nicolly, — Adrian diz calmamente. —Prometi para sua mãe, rainha Charlotte, e seu pai, rei William, que manteria você viva. Nem que pra isso eu precise morrer.

DESTINO (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora