Capitulo 19

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O estado do vilarejo era lamentável, havia casas queimadas e destruídas por todo lado.

Pelo menos não havia corpos. Continuamos andando até que eu paro em frente a uma casa completamente queimada.

—Isaac. — Sussurro.

—Sinto muito por ele, Nicolly. Ele era uma ótima pessoa.

—Era mesmo! Sempre otimista, de bem com a vida. Cuidou de mim por anos. Ele e a Anne, mas ele se aposentou, então deixou o palácio para viver uma vida mais calma. Como conheceu ele?

—Foi há alguns anos. Eu estava caçando fora dos limites de Fardiem e de Ariem quando o conheci, ele estava acampando, me ofereceu comida e abrigo por uma noite. Depois desse dia passamos a nos encontrar sempre. Digamos que ele era a única pessoa que não me julgava pelos erros do meu pai.

—Deve ser péssimo viver desse jeito, digo, sendo julgado pelo o que os outros fazem.

—Já me acostumei. Meu irmão é que tem sorte. Não precisa assumir as responsabilidades do reino.

Olho para ele.

—Você tem um irmão?—Eu não sabia que havia outro príncipe.

—Infelizmente, sim. Não nos damos muito bem. Ele é somente filho do meu pai, alguns meses mais velho que eu.

—Então o trono é dele por direito? — Indago.

—Sim, mas ele não quer nada. Prefere viver no anonimato. Poucas pessoas sabem que ele é príncipe. E o engraçado é que meu pai insiste para que ele assuma todos as responsabilidades de um filho mais velho e futuro rei.

Agora percebo que o Adrian não era o "filho predileto".

—Vamos Nicolly, vamos achar uma casa, não quero falar nesse assunto.

Ele sai andando e eu o sigo, infelizmente eu também tenho um irmão e eu não quero lembrar disso.

Achamos uma casa que dava pra ficar por uns tempos. Entramos e achamos roupas e comidas para usarmos.

Quando chega a noite eu faço uma sopa.

Eu não sou uma ótima cozinheira, mas Anne me ensinou algumas coisas. Pelo menos da pra comer. Adrian não diz uma palavra durante o jantar eu também não toco em nenhum assunto.

Nos arrumamos e vamos dormir.

No meio noite escuto gritos vindo do quarto onde Adrian dorme. Corro até lá.

Ele esta suado, e se mexe muito. Percebo que ele está tendo um pesadelo.

—Mãe, não.

Eu chego mais perto e tento acordá-lo.

—Adrian. Adrian, por favor, acorde!

Ele abre os olhos.

—Nicolly?

Percebo que ele esta a ponto de chorar, me sento na cama e o abraço. Ele hesita por um momento, mas me abraça também.

—Há anos não tenho esse pesadelo.

—Que pesadelo?

—A morte da minha mãe.

Eu sabia que a rainha Ester havia morrido há muitos anos, mas nunca soube a causa.

—Quer falar sobre isso?

—Ele a matou. Ele a matou.

—Quem matou quem Adrian?

Eu não quero saber a resposta, mas já estou imaginando qual será.

Adrian me olha nos olhos e diz.

—Meu pai matou minha mãe na minha frente.

DESTINO (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora