Capitulo 20

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—Quantos anos você tinha?

—Quatro. — Ele responde baixo.

Meu Deus! O rei Raphael é pior do que eu penso.

Que tipo de pai mata a esposa e ainda por cima na frente do filho?

—Quer falar como aconteceu?

—Eu não sei. Nunca falei disso com ninguém.

—Talvez ajude a parar com os pesadelos.

—Eu não sei se quero falar sobre isso.

—Não vou forçar você a nada. Mas se precisar eu estou aqui.

Ele não diz nada por um tempo.

—Eu não lembro de todos os detalhes. Eu estava no quarto com a minha mãe. O meu pai e ela sempre brigavam, viviam discutindo. Então um dia estava brincando com a minha mãe no quarto dela e o meu pai chegou de repente, eles começaram a discutir. Minha mãe me mandou sair de lá, mas eu não sai eu fiquei lá e não pude ajudar minha mãe. Meu pai pegou no braço dela e foi arrastando ela pra sacada. Ela gritou dizendo que ela à estava machucando, mas ele não ouvia, então ele simplesmente jogou ela de lá. A varanda estava a mais de 30 metros no chão. E embaixo só havia rochas pontiagudas.

Cubro minha boca. Nunca imaginei algo tão cruel e perverso, mas vindo do rei Raphael era o de se esperar, mas mesmo assim, é chocante.

—Eu sinto muito! Eu não sei o que dizer.

—Todos acham que minha mãe cometeu suicídio. Depois meu pai me mandou nunca contar o que aconteceu pra ninguém, se não aconteceria a mesma coisa comigo.

Não consigo acreditar em tamanha crueldade.

—Eu...

—Não diga nada Nicolly, por favor. Eu sei que é terrível, mas se passaram anos desde que isso aconteceu.

—Realmente faz muito tempo que isso aconteceu, mas acho que isso não fez bem pra você. Você passou anos guardando segredo sobre isso, acho que me contar está sendo um alivio pra você.

—Eu ainda estou muito confuso, Nicolly, será que posso ficar sozinho?

Assinto, dou um beijo no rosto dele e saio. Ninguém merece passar por tanto sofrimento.

Eu paro no meio do caminho e volto para o quarto de Adrian. Paro na entrada, Adrian já havia se deitado. Entro no quarto novamente. E me deito ao lado dele.

Nicolly o que está fazendo?

—Posso dormir com você? por favor?

Ele pensa antes de responder.

—Pode.

Então ele passa os braços em volta da minha cintura.

—O que está acontecendo aqui?—Ele sussurra no meu ouvido.

—Não sei. — Digo baixinho.

Ele beija minha cabeça e logo em seguida eu durmo.  

DESTINO (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora