Capítulo 12

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Choque.

É o primeiro sentimento que passa por mim, depois uma mistura de ódio, raiva, desespero e decepção.

Eu não sei o que fazer, estou sentindo nojo de mim. Eu havia beijado meu irmão. Mas ele não pode ser meu irmão.

Não pode, simplesmente não pode, ele não teria me beijado se fosse meu irmão ou teria? Mas ele me beijou e eu gostei, essa é a pior parte.

Não volto pro acampamento, ando rumo ao nada, não sei aonde eu estou, não consigo enxergar direito, meus olhos estão embaçados pelas lágrimas.

Ando até que caio de exaustão. Devo ter dormido em algum momento. Quando acordo sol já está no alto.

Estou com fome e com sede. Me sento e tento identificar onde estou, é difícil dizer, andei demais na noite anterior.

Me levanto e começo a caminhar, preciso manter minha mente ocupada, não quero pensar no Gabriel de jeito nenhum. Agora eu só tenho um objetivo, tirar meus pais do palácio e pra isso eu preciso chegar lá primeiro.

Ando, ando e ando.

Eu posso muito bem estar entrando mais fundo na floresta, não sei que direção seguir.

Minha boca está seca, estou vendo pontinhos pretos na minha frente, eu caio.

Meu corpo está doendo. Uma coisa é certa, se eu não arranjar água não vou sobreviver.

Então a escuridão me domina.

Sinto meu corpo todo molhado.

Está chovendo. Não abro os olhos imediatamente. Somente minha boca para solver aquele líquido precioso.

Devo ter dormido novamente. Acordo quando a chuva já havia parado.

Me levanto e meus músculos gritam em protesto. Minhas roupas estão molhadas.

Provavelmente vou ficar doente.

Eu caminho em passos lentos, seguro nas árvores para não cair.

Então escuto passos de várias pessoas. Começo a andar em outra direção, mas acabo caindo. Então sinto alguém me virar.

—Princesa Nicolly, o que faz aqui?

Abro meus olhos e encaro um par de olhos azuis.

—Príncipe Adrian! — digo, mas minha voz sai em um sussurro rouco.

—Você é maluca, Nicolly? Já havia fugido porque voltou? E por que está nesse estado?

—PRÍNCIPE ADRIAN! ONDE VOSSA MAJESTADE ESTÁ?— Eram gritos vindo bem de perto.

—Droga! — Adrian murmura.

Ele me encosta em uma árvore quando seis guardas aparecem Então eles me veem.

—Achou a princesa, majestade! O rei Raphael ficará feliz em saber disso. — Um dos guardas diz.

—Sim, meu pai ficará contente. — Adrian diz.

—Philip, poderia pegar a princesa?

—Sim, majestade.

Então é assim que vai acabar.

Eu indo parar nas mãos do rei Raphael.

Mas se for para eu ser morta, serei morta como uma verdadeira princesa, de cabeça erguida.

Vejo o sorriso malicioso que o guarda me dá ao se aproximar.

Então veio a pancada.

DESTINO (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora