Capítulo 18

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Dois dias.

Se passaram dois dias e Adrian ainda não acordou.

Ele passou esse tempo todo com febre, delirando. Falando sobre a mãe dele. Na maioria das vezes não entendo o que ele quer dizer.

Pelo menos ninguém veio atrás de nós. Mas eu sei o motivo, o inverno está chegando. A neve logo vai começar a cair. Se não sairmos daqui rapidamente morreremos congelados. Eu posso muito bem ir embora sem ele. Mas ele fez muito por mim, agora é minha vez de retribuir.

Cuido dele com todo o cuidado. O ferimento ainda está avermelhado, mas não infeccionou.

Perto de onde estávamos ha um rio então é fácil arranjar água. Mas o tempo está piorando e minhas roupas, nem as de Adrian, aguentariam o rigoroso inverno que está por vir.

Estou com a cabeça de Adrian em meu colo, passando os dedos pelos cabelos dele, quando ele movimenta as pálpebras.

—Adrian? Fala comigo, por favor!

—Nicolly? — A voz dele é menos que um sussurro.

—Graças a Deus, você acordou! —Digo dando um beijo no rosto dele.

—Quanto tempo fiquei desacordado?

—Dois dias. Sinto muito!

—Não sinta Nicolly! Se você não tivesse feito o que pedi, certamente eu não estaria aqui! Obrigada por salvar minha vida!

E mais uma vez estou chorando.

—Eu que te agradeço. Por salvar minha vida desde o começo dessa bagunça. E por ter levado um tiro por mim.

Adrian sorri e murmura algo que eu não entendo, mas que soa como " levaria outro se for preciso".

Não pergunto se realmente foi isso.

Passamos os dias seguintes nos alimentando somente de frutas. Adrian parecia mais recuperado. Não estava mais pálido e já conseguia mexer o braço. Mas não podíamos ficar nessa caverna para sempre.

—Você acha uma boa ideia? — Pergunto pela décima vez.

—Nicolly, eu inspecionei o vilarejo todo, está deserto. Meu pai mandou acabar com tudo.

Ele para e eu coloco a mão nas costas dele.

—Sinto muito.

—Era eu quem tinha que falar isso. É o seu reino Nicolly.

—Você não é responsável por isso, Adriana, não culpe a si mesmo.

Adrian vira-se pega minha mão e deposita um beijo.

—Vamos princesa, não quero que morra congelada.

Sorriu para ele e o sigo.

Adrian tem um efeito diferente sobre mim, diferente do efeito que o Gabriel despertou, eu realmente me sinto segura e protegida com ele.

E fico me perguntando o que isso significava.

DESTINO (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora