Um Desconhecido No Horizonte

Confissões

Cecília ainda seguiu a BMW até a avenida principal, onde os veículos ficaram lado a lado preparando-se para que o sinal ficasse verde e seguissem em rumos opostos. A jovem ainda abaixou o vidro do carona, em espera que Tiago abaixasse o do motorista, mas isso não aconteceu. Quando o sinal ficou verde para os que trafegavam a esquerda, Tiago arrancou sua BMW cantando pneus, Cecília dessa vez o seguiu apenas com o olhar, as buzinas atrás de si pareciam mais intensas e assim percebeu que o sinal estava aberto para que seguisse a direita, ela acelerou e seguiu, rumando à casa de sua querida prima.

O lindo SUV estacionou ao lado do Veloster vermelho, na vaga que estava reservada. Cecília pegou sua bolsa que estava sobre a camisa amarrotada de Tiago e seguiu para a portaria, onde se identificou, e subiu para o apartamento de Kelly.

O apartamento ficava na cobertura, com uma vista linda de toda a cidade, Cecília fora recebida com um caloroso abraço de sua prima. Kelly, sem duvidas era tão linda quanto Cecília, dona de uma beleza rara tinha pele clara, algumas sardas no rosto, seus cabelos ruivos e cacheados traziam a lembrança da personagem Merida do filme Valente da Walt Disney, ela tinha traços delicados, olhos azuis e uma boca pequena e delicada, bem definida, seu corpo tinha pequenas curvas que descavam-se em suas roupas, tinha uma estatura menor que Cecília.

Kelly estava radiante com a presença de sua prima, logo Cecília acomodou-se com suas malas no quarto que Kelly reservara para era, o apartamento era todo em tons de lilás e rosa bebê, as cores favoritas de Kelly.

Por sugestão de Kelly, ambas foram ao shopping, faltava apenas três dias para a festa de formatura de Kelly, e ela gostaria de estar deslumbrante para tal ocasião. Kelly provara vários vestidos longos para o evento, a cada novo modelo provado surgia mais indecisão, Cecília fotografava todos os modelos para que depois juntas pudessem analisar cada detalhe e escolher o melhor.

Após escolher o vestido que mais agradou Kelly, ambas seguiram para uma loja de sapatos, onde passaram um bom tempo, provando saltos, após adquirirem seus preferidos partiram para a praça de alimentação, ambas optaram por salada de fruta com sorvete, assim como faziam quando crianças.

O natal se aproximava, e Cecília odiava aquela correria de ultima hora atrás dos presentes, então juntas decidiram comprar os presentes para a família, elas divertiram-se muito, a cada loja que saiam eram mais e mais sacolas para ambas carregarem.

Por onde passavam ambas chamavam a atenção dos admiradores da beleza feminina, os cachos esvoaçantes de Kelly causava inveja em muitos, ela orgulhava-se se ter seus cachos volumosos e definidos, embora já ouvisse muitas criticas nada a abalava, seus cabelos eram como uma coroa que crescia para cima.

Após estarem abarrotadas de compras, elas desceram ao estacionamento, onde depositaram suas compras e retornaram para as lojas.

Uma das coisas que Cecília admirava em Curitiba era a enorme variedade de livrarias, Cecília morava no interior e por lá as pessoas pareciam não se preocupar com a cultura, Cecília não pode evitar adentrar e comprar mais alguns lançamentos para variar sua biblioteca particular.

Depois de uma tarde repleta de compras, Cecília e Kelly retornaram para o apartamento.

-Cicí, estou tão contente com a sua presença- comentou Kelly sentando-se na poltrona roxa aveludada.

-Eu estava com muitas saudades. - Cecília comentou não dando muita importância para o que Kelly falava.

- PRIMA! - Kelly gritou estralando os dedos, chamando a atenção de Cecília.

-Oi meu anjo, desculpe-me, estava vagando em meus pensamentos. - Disse ela desculpando-se e depois dando um longo suspiro.

-Você estava vagando em seus pensamentos, ou ALGUÉM anda vagando por eles?- Kelly disse com um sorriso malicioso, dando ênfase ao referir-se de uma possível terceira pessoa.

-Ai Kelly, deixa de bobeira. - Cecília disse tentando esconder o sorriso de canto que estava a ponto de escapar.

- Cicí me conta, eu te conheço, você esta caidinha por alguém, tá fisgando quem dessa vez?- Kelly perguntou entusiasmada agora se sentando ao lado de Cecília no sofá.

-É uma longa historia. - Disse Cecília novamente suspirando.

-Me conta tudo!- Kelly ordenou curiosa.

-Ok. - Cecília concordou e pôs-se a contar o motivo de seus pensamentos- Ontem à noite enquanto estava me dirigindo para cá, como sabes meus planos eram chegar antes do amanhecer. - Cecília olhava fixamente para a parede lembrando-se de cada momento ocorrido naquela noite. - Eu estava nos Campos de palmas, quando meu carro parou em meio à estrada, que por sorte estava sem trafego. - Kelly a analisava atenta a cada palavra dita com uma careta de suspense. - Depois de algum tempo dentro do carro, um homem bateu a janela e ordenou que eu saísse...

-OH MY GOD! - Kelly exclamou, levando as mãos no rosto em sinal de espanto. - E ai? Era um bandido? Aquele local é conhecido por diversos assaltos!- Kelly completou.

-Antes fosse Kelly- Cecília falou procurando as palavras certas. -Ele era lindo, tipo de beleza masculina rara sabe? Ele usava uma camisa jeans, e uma calça clara... - um sorriso malicioso surgiu nos lábios de Cecília.

- Um maníaco gostoso? - Perguntou Kelly. - Continua Cicí!

-Se você parar de me interromper né?!- Cecília olho de canto para Kelly em repreensão. - o fato é que o moço era mecânico, e me ajudou, ventava muito e ele me ofereceu sua camisa, e tudo mais. Não vou negar, ele era um puto gostoso, após ele insistir, eu cedi e posei na casa dele...- Cecília disse por fim.

-OH MY GOD! - Kelly exclamou novamente agora pulando do sofá e se sentando no tapete, em frente à Cecília. - Me conta tudinho, quero tudo nos mínimos detalhes. Como é o beijo dele? Ele é bom de cama? Tem pegada? Pediu seu numero de telefone?- Kelly perguntava eufórica.

-Não Kelly, não rolou nada, apenas passei a noite na casa dele, mas sem algum contato físico, pode ir desmanchando esse seu sorriso malicioso- Cecília falava com tranquilidade.

-Como tu me deixas escapar um homem desses? Cadê aquela Cecília que eu conheci?- Kelly estava indignada.

-Eu não vou negar aquele desconhecido realmente mexeu comigo, mas em um instante mostrava interesse e em outro recuava- Cecília explicou.

-Desconhecido? Como assim? Tu não sabes o nome dele?- Kelly perguntou.

-Ele se chama Tiago... - Ela disse silabando cada letra, como se se deliciasse com o nome do sujeito- Tiago Araldi.