Paredes frias em tons pastel.
Ao longe um bife quase ensurdecedor.
Uma agonia quase palpável.
Um corpo gélido sobre uma cama de hospital pouco confortável.
Lençol branco e fino cobrindo o corpo.
Os olhos se Cecília se abriram lentamente, a visão ainda era um pouco embaçada, mas aos poucos fora se tornando clara. Ela sentia uma forte dor em sua cabeça, seu braço direito ardia na veia, observou uma pequena bolsa a qual direcionava de medicamentos para seu corpo, conduzindo-os por um canal introduzido em uma agulha que perfurava seu braço. Cecília ergueu a mão livre, tocando-a em sua cabeça, sentiu que a mesma estava envolta em uma faixa de bandagem.
Cecília olhou ao redor, havia uma poltrona com uma bolsa sobre ela, porém, não havia ninguém ali. Seu coração agoniava. Cecília fechou lentamente os olhos tentando recordar-se de que havia acontecido.
Estrada.
Nervosismo.
Luz alta.
Kelly.
Formatura.
Viagem.
Era tudo que Cecília se recordava, mas eram como peças incompletas de um quebra cabeça.
A porta se abre, e dela surge uma enfermeira vestida de branco com jaleco e uma prancheta na mão. A moça parece ser jovem, tem um sorriso gentil, olhos claros e os cabelos presos em um coque.
-Olá querida! Que bom que você acordou! Esperamos ansiosos por esse momento. – A enfermeira saudou. – Aguarde um minuto! – ela sorriu e fechou a porta.
Logo a porta se abre novamente, Cecília reconheceria aqueles olhos castanhos até mesmo de olhos vendados, aqueles olhos brilhantes estavam marejados, porém sorriam radiantes. Seus olhos pareciam inchados, mas em seus lábios havia um sorriso contagiante. A mulher se direciona a Cecília com passos apressados, abraçando-a com força.
-Tive tanto medo de lhe perder minha filha. – Ela diz entremeio às lagrimas.
-O que houve mãe? – Cecília pergunta afagada pelo abraço fraterno.
Antes que ela obtivesse qualquer resposta a porta se abriu novamente, porém dessa vez dando espaço a um homem alto e forte, cabelos loiros bagunçados, olhos cinzentos com profundas olheiras visíveis, sua pele clara, coberta pela barba que estava por fazer, o mesmo continha uma cicatriz na lado esquerdo da testa. Cecília sentiu seu estomago embrulhar, como se não estivesse preparada para algo, sentia-se ansiosa porém com muito receio, sentiu medo, mas seu coração pulsava mais forte por algum motivo. Momentos passados invadiam a mente de Cecília.
-Você esteve desacordada durante vinte e nove dias. – A mulher respondeu.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Desconhecido No Horizonte
RomansaCecília é uma jovem psicologa, sonhadora e segura de si, mas um desconhecido é capaz de desconserta-lá com um único olhar. Tiago Araldi, aparentemente um simples mecânico o qual varias mulheres desejam, carrega consigo cicatrizes que somente o tempo...