Nunca mais na vida queria ver Taylor e implorava que não estivesse grávida. A capa da revista tinha uma imagem da suposta agente e Taylor a beijarem-se no café. Saí de casa de Ness sem uma palavra e pus-me no meu smart sem rumo, levando a revista comigo. O que é que eu tinha feito para merecer isto? "Traição fatal" era o título da revista. Tinha que dizer das poucas e boas aquele rapaz, por isso fui para a casa dele esperar-lhe que viesse aqui enviando-lhe uma mensagem a dizer que se tinha esquecido de uma coisa em casa. E agora se eu estivesse grávida? O meu filho ou filha teria que nascer com os pais separados. Estava sinceramente agradecida pela prenda de Taylor, foi surpreendentemente superadora das minhas expectativas. Não consegui esperar mais, o teste de gravidez parecia que pesava uns 50 quilos e tinha que sair dali, onde reinavam todas as recordações, desde o nosso primeiro beijo ao pedido de ir viver com ele. Era isto tudo que ele me escondia, agora fazia sentido - a sua frustração, o suposto "atraso" da revista... Só não compreendia porque raio ele me tinha feito isto. Ás tantas eu era só um brinquedo dele para o por no centro das atenções. "Parabéns, Taylor! Conseguiste o que querias! A única atenção que não vais ter é a minha." pensei. O pior de tudo é que teria de ver Taylor todos os dias e provavelmente beijá-lo no próximo mês o último de gravações, felizmente. Fiz uma mala com as minhas roupas e o que não pude levar deixei no armário para qualquer dia que Taylor estivesse fora "provavelmente com a sua agentezinha" as viesse buscar. Deixei um bilhete colado por cima da capa da revista:
"Taylor,
Não percebo porque é que quiseste que isto acabasse desta forma, logo no meu anivesário, tens boa pontaria sabes?
Não penses que me vais voltar a dirigir alguma palavra a não ser que esteja naquele estúpido guião ou olhar-me sequer. Nunca mais estarei contigo na vida, mete isso na tua cabeça. Só de pensar que bastaria ter ido noutra direção à um ano atrás e nunca me cruzar contigo... Enfim... A vida é cruel não é? Agora que já percebi que eu era o teu brinquedo das atenções não brincarás mais comigo, aliás também já não precisas pois já me substituistes pela tua agentezinha, não foi? Só para saberes, não precisas de me explicar nada e só levo as chaves para vir buscar o resto das minhas coisas.
Adeus, não me ligues nem tentes falar comigo. Se ao menos uma parte de ti gosta de mim. Dá-me o meu espaço."
Não sabia qual iria ser a reação de Taylor mas também não me importava desde que ele me deixasse em paz. Levei as minhas malas para o meu antigo apartamento e voltei a ocupar o meu velho quarto. Ness sabia que eu iria para lá mas ela percebia-me melhor que ninguém e sabia que necessitava de estar sozinha naquele momento arrumei a minha roupa no velho armário branco e despejei as coisas da minha carteira por cima da cama. Lá estava o meu maior e derradeiro medo: o teste de gravidez. Mais tarde ou mais cedo teria que o fazer por isso fui à casa de banho e fiz-lo. "Não, isto não me pode estar a acontecer!" gritei tão alto que os meus vizinhos poderão ter ouvido. O teste dera positivo e eu estava de 4 semanas. Porquê eu? O que é que eu fiz para receber uma traição e uma gravidez do homem que me traiu no meu dia de anos? 24 anos, solteira e grávida. As lágrimas rebentaram-me no rosto e eu enfiei-me debaixo dos lençóis beige. A única pessoa que eu queria que me consolasse traíra-me no dia anterior. Começei a pensar nos meses que se seguiriam em vez de tentar descansar. 4 semanas era um mês o que dizia que teria mais 8 meses para pensar antes deste filho ou filha nascer. Contar a Taylor estava fora de questão pelo menos até a barriga começar a notar-se, e se ele quisesse assumir a paternidade o nosso filho iria que ter de viver com os pais separados mas isso era a normalidade na América apesar de eu não o querer. Fazer um aborto estava posto de lado pois apesar de ser um filho de um homem que me traiu é uma vida de um menino ou menina vindo de mim.
Sentia um vazio enorme dentro de mim, queria que Taylor estivesse ao meu lado, que me abraçasse e me dissesse que iria correr tudo bem mas também não tinha estupidez tão grande para o perdoar. Nesse momento, os meus pensamentos foram interrompidos pelo o toque do meu telemóvel: Taylor estava-me a ligar e eu em vez de atender para ouvir a sua versão, não, fui uma grande cobarde e deixei tocar. Acabei por tentar dormir pensando nas boas memórias e não nas más o que até deu resultado pois ainda restava uma parte de mim que queria perdoar e amava muito Taylor.
No dia seguinte, acordei sem vida com os olhos vermelhos de tanto chorar e a pele molhada das lágrimas que deitei. Não queria mesmo nada estar com Taylor, precisava do meu espaço mas as gravações também estavam a terminar e em breve arranjaria outro filme que não incluísse Taylor. " Só mais um mês " pensei. Vesti um vestido verde-água e tomei o pequeno almoço rapidamente.
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Talvez Seja O Nosso Destino
Hayran KurguBells tem uma vida normal: divide o seu pequeno apartamento com a melhora amiga e tem a sua pequena carreira de atriz... Tudo muda quando conhece um ator famoso que desperta em si sentimentos nunca antes sentidos que se tornaram numa relação amorosa...