Sam respondeu antes mesmo de Ashley e Tyler inventarem uma resposta apropriada:
— Sim, são eles.
Não entendiam muito bem o porquê de terem sido chamados de convidados, mas com certeza se sentiam daquela forma.
— Bom... Se forem amigos do Sammy aqui, são nossos amigos! — disse, e foi até ambos cumprimentá-los. — Me chamo Benjamin. Esses são Christopher e Lincoln, mas podem nos chamar de Ben ou Benji, Chris e Linc — terminou, apontando respectivamente para cada um.
Divertido e com uma feição extremamente amigável, assim Ashley definiu o loiro naquele exato momento.
Aqueles jovens pareciam ser diferentes do resto das pessoas naquele jantar. Mas, então, pousou os olhos em Lincoln. Sentiu algo estranho e, por alguma razão, passou a ter certa antipatia por ele. Uma parte do cabelo dele escondia o seu olhar intenso, mas não a impedia de se sentir incomodada. De braços cruzados, parecia extremamente desagradado com o terno que aparentemente tinha sido obrigado a usar. Ele a olhava de soslaio com desdém, como se a garota não fosse nada mais que um animal pobre e indefeso. Talvez seja apenas uma impressão, pensou consigo. Logo tornou seus olhos aos outros.
— Sempre que conhecemos alguém, gostamos de ouvir sua história. Qual é a de vocês? — perguntou Benjamin, passando as mãos uma na outra com um sorriso radiante.
Benjamin e Christopher aparentemente eram os mais extrovertidos, enquanto Lincoln parecia ser bem fechado ou com um parafuso a menos. Por um breve momento, todos ficaram calados, e então Ashley começou. Seria mais fácil ela iniciar do que seu irmão, que chegara ao orfanato depois dela, para a história ter um espaço de tempo lógico que pudessem acompanhar.
— Morava num orfanato desde que nasci, até hoje — falou, abrangendo o local com os braços.
Todos fixaram o olhar nela, esperando por algo mais, mas a segunda parte deixou para Tyler, que entendeu o recado.
— Aos 7 anos, me levaram para o orfanato. Conheci Ashley. Ela me ajudou em algumas coisas... E somos irmãos desde então — forçou um sorriso.
A verdadeira história ia além daquele breve resumo, mas a garota também não sabia muito sobre ela. Logo, não seria ali que a contaria.
— Meus pais eram arqueólogos, assim como os pais deles — começou Christopher. — Pelo menos é o que nós sabemos sobre eles — completou com mais seriedade. — Os meus desapareceram quando eu tinha 12 anos, e desde então moro com tios que não conhecia até lerem o testamento dos meus pais. — Riu em tom de indignação. — Minha salvação foram esses idiotas aqui. — E deu um soco em Benjamin, que fez um muxoxo, brincando. — Somos amigos desde que nascemos. Disso tenho certeza.
Sem deixar que o clima se esvaísse, o loiro seguiu.
— Eu, bom — começou lentamente —, tenho a mesma história que esses caras, como o Chris já disse. Nossos pais eram amigos, nós também... e pá — bateu as mãos, fazendo com que pulassem num susto —, tios que nunca vi apareceram no testamento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Novael (VOL. 1) - O Conto de um Reino Perdido | EM BREVE DISPONÍVEL IMPRESSO
FantasyNovael não é apenas a história de um Reino desconhecido para lhe manter acordado durante a noite. Não é mais uma aventura onde as coisas são previsíveis, tampouco lineares. E se o tempo envolvesse cada detalhe, e desse uma pitada de mistério à medid...