O Mapa

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 Fortes ventos sopravam do lado de fora e às vezes pareciam querer formar palavras

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Fortes ventos sopravam do lado de fora e às vezes pareciam querer formar palavras. Vozes cantavam como num coral assombroso, trazendo consigo certo arrepio, tornando-se cada vez mais altas e cortantes. O farfalhar das folhas e o movimento dos galhos meio abafado, mas audível, as acompanhava. Sabiam que algo estava para acontecer e que toda a natureza também sabia. Será que apenas anunciavam o início de uma grande viagem?

O barulho das árvores, a curva da forte ventania, anunciava claramente que uma grande tempestade aguardava pacientemente para se libertar. As nuvens e suas várias formas manifestavam isso. Pareciam estar apenas aguardando uma ordem para então libertarem o que carregavam. Gotas espessas de água.

Quando menos esperavam, um barulho forte havia tomado conta do ar. Partículas grossas e pesadas começaram a cair de encontro à terra, sobre tudo que se encontrava abaixo, sem dó. Podia-se ouvir agora os grandes senhores da chuva. Trovões tomavam conta dos céus. Estrondos fortes e retumbantes. Alguns agudos e lancinantes, outros graves e mordazes, como em uma perfeita sinfonia. Tudo se encontrava na sua mais perfeita harmonia. A natureza recebia as águas de cima com grande alegria, dançando ao vento vindo do Oeste.

— Deveria ter algo por aqui — disse Adam, já cansado.

Abria gavetas, fechava gavetas. Enquanto isso, os jovens ouviam o vento que vinha da entrada fazendo suas curvas e cantando suas canções, mas na verdade suas mentes faziam mais barulho do que o que tentava encher a atmosfera. Cada um com suas próprias ideias, desejos, curiosidades, apenas esperando por um empurrão para enfim chegar aonde quer que precisasse chegar. O medo já não era mais um fator tão grande, pois sentiam que o homem que ali se encontrava era o porto seguro de cada um.

Ashley continuava preocupada com o que vira. Achava que a maldade do ser humano não conseguiria chegar a tal ponto: roubar a mente de alguém, o que a faz ser quem é, o que a faz viver. Se você vê duas pessoas iguais, o que as difere são seus pensamentos, o seu interior, suas ideias, e aquilo lhes era simplesmente roubado, por dinheiro, fonte de energia, e outras coisas que não queria nem imaginar. Já não bastavam as fontes normais existentes? Seria mesmo necessário? Não, aquilo era um capricho pertencente ao mal. A maldade corroendo as beiradas do coração humano. Algo que apenas alguém sem escrúpulos faria. Na verdade, alguém completamente desprovido de qualquer coisa. Será que não eram máquinas? Queria muito que fossem, para assim não ter de pensar mais uma vez no lixo e na escória que a humanidade cada vez mais provava ser.

Seus olhos pareciam pesados; estava cansada. Os traços do que Elizabeth fizera não a haviam deixado completamente. Sentia como se cada vez mais sua força estivesse sendo sugada por algo invisível. Precisava dormir, mas será que conseguiria?

— Achei.

Apenas a garota, Tyler e Lincoln se aproximaram, mas o garoto moreno observava um pouco afastado. Nas mãos, o homem segurava um mapa de aparência velha, porém intacto. Os nomes que se dispunham no papel eram dos mais diferentes, e a garota não conseguia se imaginar pronunciando a metade deles. Reconheceu alguns, que já ouvira falar algumas vezes.

Novael (VOL. 1) - O Conto de um Reino Perdido | EM BREVE DISPONÍVEL IMPRESSOOnde histórias criam vida. Descubra agora