Dores

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 Ashley não acordou até o dia seguinte

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Ashley não acordou até o dia seguinte. Levantaram-se bem cedo, com exceção da garota. Adam pareceu nem ter adormecido, observando-a. Samuel levantou-se e abriu a mão, notando que ainda segurava o colar. Sua palma estava avermelhada e formigava no local onde a joia havia estado. O garotinho sabia que, se Ashley acordasse sem ele, poderia ficar arrasada ou pior. Porém, antes de descer, observou que o líquido começara a se mexer, como se estivesse respondendo ao seu toque. Sam então colocou um dos dedos contra ele e sentiu um pequeno choque. Franziu o cenho. Por que ele parecia interagir com o garoto? Por fim, resolveu ir ver como ela estava e entregá-lo a ela sem demora.

Quando ouviu murmúrios e reclamações altas vindo do andar de baixo, apressou-se. Ao chegar lá, viu que Ashley gritava, e os garotos encontravam-se detrás do sofá. Barkley procurava acalmá-la e mexia em seus óculos constantemente, apreensivo, escondido debaixo da mesa. Mas ninguém obteve sucesso.

— Ash — tentou falar, coçando os olhos.

Sem sucesso.

— Como vocês não o viram?! — ela bradava com um livro em mãos, parecendo prestes a jogá-lo. — Ele estava no meu bolso! Vocês estão me dizendo que passei por tudo aquilo para nada? — Seu rosto estava corado de raiva.

Então Sam decidiu ir até ela e tocou-lhe o braço. A garota o olhou imediatamente, parecendo acalmar-se. Em seguida, o menino colocou o colar em sua mão e afastou-se aos poucos, envergonhado. Talvez não tivesse sido uma boa ideia guardá-lo para ela.

— Me desculpe... — começou. — Eu quis guardar ele para que ninguém mais o tirasse de você.

Nesse exato momento, uma dor forte atingiu cada um dos que se encontravam no local. Estranha, fina e incomum, era como se não estivesse ali realmente, mas a sentiam na base da nuca. Pequenas pontadas nas têmporas fizeram com que todos colocassem ambas as mãos nas laterais da cabeça, tentando amenizar a dor. E, de uma hora para outra, simplesmente sumiu.

— O que acabou de acontecer? — perguntou Tyler, franzindo o cenho.

— Por que — começou Christopher — você ficou tão brava assim? — Pausou, olhando-a. — É só um colar estúpido — murmurou. — Que dor estranha...

— Muito... — concordou Benjamin.

Estúpido é você — sussurrou para que apenas ela ouvisse.

Então franziu o cenho e retirou-se para o andar de cima. Algo havia mudado dentro dela e todos sabiam disso, por mais que não quisessem confessar. O desejo de perguntar o que realmente teria acontecido quando Elizabeth a capturara era imenso, mas temiam sua reação ao tocar no assunto. Por isso apenas encararam uns aos outros.

— O que está acontecendo? — comentou o asiático. — Tínhamos uma vida normal até esses dois aparecerem — terminou, fazendo um estalo com a boca. — E agora ela surta desse jeito, como se nós fôssemos os culpados de perder esse colar idiota.

Novael (VOL. 1) - O Conto de um Reino Perdido | EM BREVE DISPONÍVEL IMPRESSOOnde histórias criam vida. Descubra agora