Pacto

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 Descendo calmamente pelas escadas, sentiu um peso atingir sua nuca

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Descendo calmamente pelas escadas, sentiu um peso atingir sua nuca. A típica dor de cabeça após uma noite mal dormida. Sam estava logo atrás. Na sala, encontrou todos largados nos sofás, olhando uns para os outros, abatidos e claramente irritados. Aparentemente nenhum deles havia descansado. Era evidente que o tempo estava correndo mais rápido.

— Acabei de me deitar — Benjamin disse enfurecido, esfregando os olhos, aumentando sem tom gradativamente e terminando em um berro abafado e desafinado.

— Pelo jeito alguém não dormiu bem — disse Ashley.

— Olha quem fala — resmungou Christopher. — Você some ontem, e agora aparece com essa cara.

— Que cara? — indagou, querendo rir.

— Cara de barata suja — respondeu, dando de ombros.

Sua expressão se fechou no exato momento, como se desejasse acabar com o garoto bem ali.

— Nunca — começou, cerrando os dentes — mais... me chame de barata — terminou tão próxima dele que compartilhavam o mesmo ar.

Christopher estremeceu. A cadeira em que se encontrava sentado agora era quase inclinada por uma das mãos de Ashley, que não parecia nada feliz.

— Me desculpe — implorou.

Barkley aproximou-se naquele meio-tempo e sentiu a tensão que se tornara palpável. Ninguém ali sabia que Elizabeth usara essa mesma palavra para insultá-la enquanto a torturava psicologicamente. Tudo em relação àquele dia a assombraria dali em diante, até que finalmente deixasse para trás. O dia em que pela primeira vez desejara com fervor a morte de alguém e quase cumprira com o que projetara. Apertou os nós dos dedos até ficarem brancos enquanto via tudo passar por seus olhos novamente. Sua respiração ficou pesada, estava ofegante. Alguém se aproximou e tocou em seu ombro. Sem pensar, segurou a mão que a tocara e torceu-a.

— Ai! Ai! — um grito longínquo ecoou em sua mente anuviada. — Minha... mão! Me... solta!

Ela não ouvia.

— Ashley! — alguém bradou para que tornasse a si.

— Solte ele, agora! — soou outra voz pouco distante.

O choro foi se tornando cada vez mais próximo, mais alto, e o clamor desesperado de repente se tornou claro em seus ouvidos. A garota piscou algumas vezes, soltando o braço de Sam, mas com seus pensamentos ainda turvos, tentando encontrar onde estava. Com um olhar assustado, o garoto se afastou esfregando o local onde fora machucado, sem olhá-la diretamente. Lágrimas escorriam por suas bochechas, e ele respirava pesadamente. Todos a encaravam com uma expressão dura.

— O que foi isso, Ashley?! — indagou Tyler.

— Eu... — sussurrou olhando para o menino, que a evitava. — Não sei...

Novael (VOL. 1) - O Conto de um Reino Perdido | EM BREVE DISPONÍVEL IMPRESSOOnde histórias criam vida. Descubra agora