Petrichor (parte 1)

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Nós andamos pouco mas devido a adrenalina e ao fato de que a ficha estava começando a cair , meu corpo já reclamava . Meus pés doíam como se tivesse andado por um dia ; ainda assim , sentia muita vontade de ir até Nightshade ... sou extremamente curiosa e aquele lugar gritava por mim , como se .... como se alguma coisa importante fosse acontecer ali . Não costumo seguir vontades assim , acho que sou uma pessoa mais racional . Tudo que vi talvez não possa ser explicado de forma racional mas continuo seguindo essa minha parte . Blythe , que nos guiava pelas ruas , parou abruptamente em frente a um local majestoso :

- Olha , precisamos combinar uma desculpa para nós . Podemos dizer que somos uma família que enriqueceu no interior e estamos passeando.

Eu concordei :

- Boa ideia mas não acha que a diferença entre nós ficaria muito evidente ?!

Assentiu com a cabeça e pareceu pensativa até que Fleury falou:

- Eu sou mais branquinho , é só falar que você puxou mais a Blythe e Cate ficou mais parecida comigo !

Ele tinha razão , eu e Blythe éramos realmente muito parecidas ! Contudo , não conseguia deixar de me preocupar . Sou bem pessimista as vezes , quando estou feliz , sou o sol mas triste ou preocupada , sou como um dia nublado. É bem difícil me deixar chuvosa ou como uma tempestade . As pessoas que supostamente tinham que me proteger da dor , acabavam a causando. Minha suposta mãe contou :

- Olha , eu normalmente não iria me hospedar num hotel de luxo pois chama muita atenção ...porém , acredito que hoje é um caso especial e não somos tão valiosas a ponto das Ásters nos perseguirem ! Estou tão cansada e não aguento mais a falta de aconchego de prédios abandonados , quartos compartilhados e etc!

Eu realmente acho que mereço algum tipo de luxo ! Entramos num local que parecia um prédio completamente reto e branco mas com alguns rococós e estátuas de leões no mais puro ouro ,tudo isso só na fachada ! Entramos num tipo de porta giratória e tive de esconder meu espanto e minha admiração por tamanha beleza ! Um lustre com pedras preciosas enfeitava o teto e ao redor dele tinham espelhos e mais espelhos , pinturas que remetiam a renascença italiana decoravam as paredes mas ainda tinha algo de moderno , algo de novo naquele lugar .... os moveis eram completamente brancos e geométricos, tinham sofás ali que tinham o formato de retângulos e quadrados juntos , os braços dos sofás eram quadrados enquanto a parte de sentar era retangular . Fiquei encantada com tudo aquilo porém tinha que interpretar a rica esnobe . Olhei para os lados e Caterina estava interpretando esse papel melhor do que eu : ela olhava para aquilo como se fosse chato, monótono mas se a pessoa olhasse bem pra ela , talvez encontraria um pouco de melancolia . Parece que ela já veio a esse lugar , faço questão de depois perguntá-la sobre seu passado . Blythe foi para o balcão com Fleury ; não sabia como eles fariam para pagar a estadia no hotel mas eles me passavam uma certa segurança . Eles demoraram um tempo conversando com a atendente bem - vestida todavia , logo conseguiram três chaves . Cheguei mais perto :

- Foi tudo bem lá ?

Blythe se virou para mim e falou :

- Claro , querida ! Vamos de elevador para nossa cobertura !

Cobertura?! Não esperava tanto luxo assim .Peguei minha chave , até a chave era valiosa , com um modelo antigo e encrustada com esmeraldas , era a chave mais bonita que tinha visto !A palavra que Blythe dissera me intrigou: O que será um elevador ?!
A segui até encontrar um trambolho esquisito . Parecia um quarto , a porta se abria e fechava sozinha . Não posso negar que fiquei com medo . Entrei neste local quadrangular e prateado . Dentro dele haviam canetas coloridas e uma parede branca . Observei as assinaturas . Um funcionário entrou para controlar essa máquina que é uma novidade . Eu entrei primeiro , apesar do medo e do receio , sentia uma curiosidade enorme. Com um solavanco , o elevador levantou e eu me agarrei a uma parede . Blythe se virou para mim e quando todos já estavam dentro desse negócio , sussurrou em meu ouvido:

Perdida(REESCREVENDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora