Perdida(REESCREVENDO)

A Dama Solitária

Brooke

A primeira coisa que vi foi o teto embaçado . Não entedia nada . O que estava acontecendo? Eu levantei de uma vez só e tentei andar , ainda com a visão rodando mas duas mãos me empurraram para baixo dizendo :

- Calma aí . Você precisa se acalmar primeiro !

Era uma voz masculina mas eu realmente não me importava com quem eu falava . Só queria sair dali . Respirar ar fresco , não quero me acalmar , só quero um pouco de paz . Acordei me sentindo extremamente cansada , mas não aquele cansaço de dor nas pernas depois de uma faxina . Cansaço na alma , não sei se alguém algum dia entenderá o que quero dizer com isso mas , esse é o tipo de cansaço que faz você dormir só que nunca passa . Você se sente desanimado com as pessoas e cansado por tentar ajuda-las e elas não valorizarem nada . Eu acho que soa um pouco depressivo de minha parte . Eu já tinha ultrapassado esses sentimentos com a minha raiva , mas parecia que ela voltava . Como um fantasma assombrando uma casa ou aquele livro que você deixou no lugar errado , logo sua mãe irá reclamar(não duvide , não que eu tenha muita experiência com mães , na verdade , minha vida é claramente um desastre ... porém , eu observava mães e filhos no hotel ... Um pouco psicopata da minha parte .) me sinto como uma alma perdida e amaldiçoada , vagando por aí sem se prender a ninguém pois a maldição cai sobre essa pessoa . Eu senti uma cama confortável embaixo de mim e relaxei um pouco . Fui fechando os olhos aos poucos e acho que acabei adormecendo. Quando acordei , uma brisa fria que não me incomodava batia em mim . Estava tarde , mas o sol ainda brilhava . Tentei me sentar de uma forma desajeitada e observei os cantos ,pelo que vi , estava em meu quarto . Cate estava sentada na cama ao lado da minha , tirando uma soneca e surpreendentemente , Nisat também estava lá e Will ( tenho certeza que a voz masculina era dele). Eu finalmente poderia sair . Tomar um ar . Atravessei meu quarto com todo cuidado e cautela pois apesar de Nisat e Will estarem dormindo de roncar e babar ( assim que percebemos que é amor , quando a pessoa não se importa quando você é super irritante e nem que você ronca enquanto dorme ) , Cate tinha sono leve , percebi isso após de quase cair ao tropeçar no pé de Will.

Fiquei bem aliviada ao conseguir sair daquele quarto sem ser notada. Isso até passar por um corredor e escutar passadas . Encostei minhas costas na parede e esperei que a pessoa passasse por outro corredor e se ela passasse por ali , daria um jeito de imobiliza-la . Não sei como , mas pelo menos tenho um plano . Sentia a adrenalina com a possibilidade de ser descoberta . Minha respiração estava pesada . Não queria voltar para lá . De repente , me dei conta que estando dentro das Ásters era como fugir de todo meu passado . Todo aquele tempo eu estava me camuflando como Carol numa forma de criar uma nova vida mas percebi que não teria paz enquanto o passado não estivesse no devido lugar dele . Longe de mim . Enquanto eu estivesse constantemente revirando o passado ficaria só. Seria uma dama solitária. Os passos estavam chegando cada vez mais perto , então fiz a primeira coisa que pensei . Dei um soco na pessoa . Enya estava deitada no chão, encolhida com a mão no nariz e eu falei:

- Desculpe ! Não foi nada pessoal mas eu preciso ir !

Eu corri sem nem saber para qual direção era a porta . Só segui . Ignorei as pessoas ao meu redor , que retribuiram com indiferença a uma garota correndo. As coisas eram uma mistura meio borrada . Estava ficando cansada e um pouco sem fôlego , fui desacelerando mas sabia que não podia parar . Esbarrei em várias pessoas e não pedi desculpas .Eu só ia parar quando saísse daquele lugar e estivesse em Vulnur de volta . Fui chegando a lugares , túneis cada vez mais vazios . Salas e mais salas estavam a metros atrás de mim . Resolvi entrar numa sala e me esconder lá enquanto pudesse . Abri uma porta aleatória e vi uma coisa bizarra .

Blythe

Estava numa sala bem distante de minhas pupilas . Eu amo ensinar mas cansa muito . Fleury falou que iria me esperar na sala 118 para uma surpresa , ele estava sendo uma bênção para mim . Na verdade , um bálsamo para todas as dores que passei . As Ásters só o aceitaram pois pensaram que ele era gay , desde então ficamos grandes amigos e confidentes . Eu contei a ele sobre a perda de meu marido e de minha filha , como chorava no túmulo de meu marido . Ele pouco a pouco foi derrubando meus muros e me enchendo de paz . O momento mais engraçado foi quando descobri que ele não é gay , só excêntrico : ele tentou me beijar e eu tropecei e cai de costas no chão . Atualmente rimos muito sobre isso . Não posso me relacionar com homens estando na posição que estou nas Ásters , mas acho isso errado . Proibir uma pessoa de se apaixonar . Por isso , eu e Fleury somos um segredo , nenhum de nós dois quer desencadear a raiva das Ásters e aqui se tornou uma casa para mim . Acendi a luz da sala e me impressionei com o trabalho dele . Ele devia estar trabalhando naquilo há meses para ser tão perfeito . Era tão lindo . Nas paredes tinham espelhos perfeitamente limpos e no teto - Oh ,o teto era a parte mais deslumbrante ! Pequenas luzes em formato de linha reta caíam do teto de cores variantes , pareciam samambaias descendo de uma selva luminosa - eu me sentei no chão e observei uma cesta com doces e salgadinhos que eu amava ; Enfeitada por flores com as mesmas luzinhas do teto . Sem eu percebi , Fleury chegou por traz de mim e desligou a luz . Ficamos só com os pisca-piscas do teto e das flores da cesta . Eu me virei e falei com ele , já meio com lágrimas nos olhos :