prisoner // harryelouis

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Harry estava sentado em minha frente, estávamos no escritório da minha casa, eu o encarava aflito e ele me encarava curioso.

- Eu sinto muito por não me lembrar de você Louis.

- Não precisa se desculpar, Dinah havia avisado que isso poderia acontecer. - falei tentando transmitir segurança.

- Não quero te magoar, eu sei que éramos um casal, Camila me contou.

Tais palavras vieram ao meu encontro como espadas feitas do mais puro aço, espadas que cortaram minha carne com força e sem nenhuma piedade.

- Me desculpe, eu não deveria ter falado isso, foi indelicado de minha parte.

- Harry, não se preocupe, eu estava esperando por isso de qualquer jeito.

- Você já sabia que eu iria perder a memória?

- As chances eram grandes e coisas boas quase nunca acontecem comigo. - dei de ombros e encarei uma prateleira de madeira preenchida com milhares de livros.

- Não queria que fosse assim, eu queria lembrar.

- Eu também queria que você se lembrasse.

- Não há nada que podemos fazer? - o encarei novamente, seus olhos pediam piedade e perdão.

- Podemos ir conversando com você sobre sua vida desde que saiu da prisão e tudo adiante disso, talvez resolva.

- Eu não acredito que realmente fui preso, eu sabia que Lucas iria fazer algo contra mim, mas me prender é absurdo... Alguma notícia sobre a Mary?

- Niall está com ela em Nova York... - respirei fundo e percebi que Harry ficou tenso ao meu movimento - Era sobre isso que eu queria conversar com você.

O homem permaneceu calado e me encarando atencioso.

- Acho melhor se formos ao encontro de Mary e Niall, não acho uma boa idéia eles virem para Londres.

- Mas como eu irei viajar? Documentos, o chip? - ele passou a mão pela cicatriz em seu pescoço.

- Você tem seus documentos, é um homem livre e sobre o chip podemos dar um jeito.

- Como?

- Podemos colocar algo que vá apitar quando os policiais passarem o detector.

- Tem certeza que isso vai funcionar?

- Dinah está fazendo de tudo para que sim.

Ficamos em silêncio por alguns segundos e Harry voltou a me encarar, seus olhos brilhavam, o verde brilhava.

- Harry? - Camila apareceu na porta - Vamos?

Camila estava ajudando Harry a se ajustar novamente ao cotidiano, ele ficou dois meses em uma cama, seus movimentos estavam limitados. Os dois estavam fazendo caminhada desde o segundo dia que Harry estava lúcido.

Ou seja, a uma semana atrás.

- Volto mais tarde Louis, desculpe sair assim.

- Não, você tem que se exercitar.

Harry havia acordado assustado e confuso, ele não reconhecera ninguém, ninguém mesmo. Mas ao passar dos dias e com a força de vontade de Camila, já que eu me tranquei em meu quarto para não demonstrar minha fraqueza emocional a todos, o homem de olhos verdes começou a entender aos pouco o que havia acontecido.

As memórias de Harry voltaram, mas até um dia antes dele ser preso – pelo que entendemos. Ele não se lembrava de nada a frente de sua prisão, ele não se lembrava de mim.

Eu não sabia explicar para meus amigos nem para minha mãe o que eu estava sentido... Porque eu realmente não sei.

Eu estava feliz por ele estar vivo, saudável e sem chances de ser controlado por Lucas Carl.

Assustei-me quando percebi que Lauren estava em minha frente, no lugar em que Harry estava á pouco.

A mulher de cabelos negros longos sorria triste, seu olhar era de pena, eu não queria aquele olhar em mim.

- Não fique me encarando assim, não mereço isso.

- Você está bem?

- Sim, como sempre estou.

- Louis, eu sei que é difícil...

- Não Lauren, você não sabe! – a encarei com raiva – Você pode imaginar com é, mas saber você não sabe.

- Só estou tentando ajudar, não precisa ser rude.

- Tenho que ser rude sim, só assim todos irão entender que eu estou bem, estou lidando com isso aos poucos e de maneira moderada. – me levantei e fui em direção a porta – Não preciso da pena de ninguém, preciso da ajuda para acabar com essa merda toda.

Sai do escritório e fui para o jardim ao lado da casa, encontrando Liam E Ally Brooke conversando enquanto tomavam chá. Sentei-me ao lado de Liam e o homem massageou meu ombro.

- Tudo bem?

- Acabamos de ver Harry sair para correr com Camila. – Ally sorriu ao dizer.

- Tudo bem, - encarei Liam – quando Niall irá dar a resposta?

- Hoje á noite ele vai me ligar para avisar.

- Está tudo bem com Zayn?

- Conversei com ele hoje de manhã, ele está trabalhando muito e sem tempo algum.

- Pelo menos ele tem uma vida normal.

- Não fale assim Louis...

- Quando você volta para o batalhão?

- Daqui três semanas.

- Ally, você irá conosco para a América?

- Sim, eu já pedi demissão do IML, então tenho tempo de r com vocês antes de retomar minha clínica em Essex.

- Obrigado, por tudo.

- Fique tranquilo Louis, eu sei que estou fazendo o certo.

- Como vamos fazer em relação ao chip? – pergunte a Ally que sorriu.

- Vamos colocar um imobilizador no pescoço de Harry, como se ele tivesse torcido, eles não podem tirar o objeto, e dentro dele vai ter um daqueles chips que eu peguei do IML. Vai apitar na hora!

- Espero que dê certo...

- Tem que dar certo Louis.

Algumas horas se passaram e continuamos ali conversando, Lauren juntou-se a nós em algum momento, trazendo consigo uma bandeja de torradas e mais chá.

Quando percebemos, Camila e Harry chegaram a frente à mansão, suados e com suas roupas grudadas ao corpo. Ambos vieram até onde estávamos e sentaram no chão, ainda ofegantes.

- Cansados? – Liam riu.

Os dois corredores assentiram e Lauren saiu avisando que ia pegar água para eles.

- Ainda vamos treinar hoje Liam? – Harry perguntou.

- Mas é claro que sim, á noite!

- Meu Deus, dê um descanso para o pobre homem! – Ally disse rindo.

- Não mesmo, ele tem que recuperar o tempo perdido.

Lauren voltou com as garrafas de água e assim a conversa voltou a fluir.

Eu encarava Harry ás vezes e também sentia o homem de olhos verdes me encarando. Estava sendo assim a uma semana, e iria ficar desse jeito por um bom tempo.

[N/A] Quem tá com dó do Louis?

Quem quer que o Harry volte com a memória?

E essa viajem?

Próximo capítulo tem uma reviravolta daquelas!!