Cheio. O número de pessoas parecia dobrar a cada vez que minhas pálpebras cobrem meus olhos em um rápido intervalo de um segundo, e mesmo em tão pouco tempo, era impressionante o quão rápido uma festa começa a encher de penetras.
Tenho certeza que nem um terço das pessoas existentes nesta casa conhecem Harry, ou ao menos frequentam a mesma escola que o mesmo. Qual a graça em comemorar um aniversário em um local repleto de desconhecidos? Nunca irei entender a filosofia que cada humano leva para sua vida, mas no momento, ir aquela festa só me comprovava que tudo isso não é para mim.
Eu não quero ser igual a garota escondida com um rapaz atrás da cortina quase transparente que serve para cobrir as janelas. Não quero um homem metendo a mão por baixo de minha roupa sem nenhum receio de seu gesto. O problema também não é estar listando as coisas que eu não quero para o resto de minha existência. O problema é que tenho certeza do que eu não desejo de forma alguma, mas nunca descobri o que realmente quero.
Começar pelo "não" era a forma mais fácil de descobrir o que é o meu "sim", pelo menos para meu cérebro era mais fácil desta forma. Por isso eu observava tudo ao meu lado, encarando as coisas que recuso de todas as formas para minha vida.
Em meu organismo não existe nem um porcento de álcool, mas me sentia como uma bêbada, embora ao invés de eu estar dopada devido o álcool, estou envergonhadamente dopada de sono. Devo ser a única pessoa que em meio a tanto álcool e drogas que consegue ficar bêbada de sono. Não tenho culpa se a cafeína só saiu de meu organismo agora.
Procuro Amber forçando meus olhos a ficarem abertos. Devo estar zanzando com uma calça apertada há quase uma hora, e nem isso foi capaz de expulsar o sono de mim. A forma mais rápida de encontra minha irmã era tentando identificar seus fios aloirados, porém, quanto mais olho ao meu redor encontro uma diversidade de cabelos loiros.
Corpos suados, música alta, um cheiro muito forte doía meu nariz me forçando a tentar puxar mais ar para meus pulmões. Ponho a mão no corrimão da escada, não só com a intenção de ficar segura enquanto subo os degraus com marcas de botas e sapatos. Quantos pares de pés estão nessa casa?. Me sentia zonza, e usar o corrimão era mais fácil para me manter em pé.
Conseguia ver que no andar de cima a movimentação era bem menor, entretanto, sempre existe um lado ruim. E por outras pessoas também acharem este compartimento mais reservado, o número de casais em cada canto de devorando era impressionante.
Evito ao máximo olhar as cenas enquanto me movo à procura de um banheiro. O ar voltou a ser sugado normalmente por minhas vias respiratórias, e a luz no fim do corredor não poderia ser algo melhor. Alguém abre a porta ao fundo do corredor em que percorro, pelos detalhes descubro que é o banheiro e suspiro aliviada apressando os meus passos para sair dessa zona desconhecida.
Uma finíssima mexa rosa se destaca no cabelo de uma garota, mas não é qualquer garota, minha irmã está pressionando Harry contra a parede próxima do banheiro, chego mais perto para fazer um momento constrangedor em que iria anunciar que estou indo para casa devido ao sono. Mas ao chegar ao seu lado, minha voz simplesmente fugiu de mim.
Não fora os cachos de Harry que avistei assim que me aproximo de minha irmã, e como desejei para que aquilo fosse apenas o sono criando alucinações em meu cérebro. Porém, com os olhos arregalados em cima de Amber, percebo lucidamente quem está escorado na parede. Tyler Buttler
— Amber?! — puxo seu braço conseguindo desencaixar sua boca de Buttler.
Minha irmã sorri bastante largo, como se não tivesse um pingo de ideia do que aconteceu. Ela se afasta do rapaz de cabelos negros, deixando espaço para que ele saísse silenciosamente e o mais discreto possível.
— Hey! — sua voz sai em tom de repreensão. Ela acha que estou errada por fazer isso?
— Você sabe que dia é hoje? E o que acabou de fazer?— falo rudemente, continuando com a mão em seu braço.
— Dia de ser feliz! — Amber grita puxando seu braço e cambaleando rapidamente para o banheiro.
Ótimo, minha irmã está bêbada e traiu seu namorado...no dia do aniversário dele.
As luzes doem meus olhos cada vez que pisco, minha cabeça lateja e me sinto tonta ao ponto de me apoiar na parede para ficar de pé. Definitivamente não havia apenas água na garrafinha com o líquido transparente que bebi. Mantenho a cabeça baixa, encarando os meus pés à medida que meu sono se aumentava. Algo se choca contra meu corpo, mas é rápido o bastante para me segurar antes que eu caísse no chão.
— Você viu a Amber? — Harry pergunta.
Franzo a sobrancelha bastante aérea na atmosfera ao meu redor. Não sei bem se concordei, porém balanço a cabeça de forma lenta ainda sendo segurada pelos braços.
— Você está bem? – o cheiro de álcool voou em meu rosto enquanto Harry deixava um pequeno espaço entre seus lábios.
Ele também está quase bêbado.
Concordo novamente, dando um longo bocejo e o peso em meus olhos aumenta gradativamente. Não questiono quando sou guiada por Harry, nunca fui de questionar nada quando sinto sono, e com um pouco de consciência eu forço minha boca a se manter fechada, pois tudo que eu desejava indagar era como ele conseguia ser quente como uma fornalha.
A cada passo pesado que dou, sinto-me mais próxima do fogo, minutos depois, descubro o porquê de sentir a que estava indo direto para uma fornalha. Harry me trouxe até seu quarto, e não é o local que está quente, é seu perfume que me incendeia. E o quarto dele está pegando fogo com seu aroma espalhado entre as quatro paredes.
— Irei procurar sua irmã — ele comenta — Descansa aqui — concordo mais uma vez.
No momento não sei dizer quem está mais fora de si; Harry ou eu, embora eu só esteja com muito sono, o álcool dança no organismos dele, e isto é revelado enquanto ele enrola a língua ao céu da boca, ocasionando com que suas frases saiam enroladas durante a pronúncia.
Não espero que ele se retire do quarto para me jogar na cama com a temperatura elevada, apenas me jogo sobre o tecido, sentindo minha pele esquentar ao entrar em contato direto com o aroma de Harry espalhado na cama.
— Trancarei o quarto por fora, para sua segurança. Amber vem buscar você assim que decidir ir embora — ele empurra seus cachos para trás, parecendo pensativo sobre sua decisão de me deixar em seu quarto.
— Hmm — murmuro a única coisa que consegue sair de meus lábios.
Ele olha uma última vez, antes de se preparar para fechar a porta. Arrumo minha postura em sua cama, retirando meus sapatos com os próprios pés. Existe uma coisa que preciso falar à ele.
— Harry? — digo seu nome pela primeira vez sem receio algum. Suas sobrancelhas se arqueiam e ele espera que eu prossiga.
— Feliz aniversário.
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Memories » H.S
FanfictionAngel Rosie assim como toda adolescente normal, guardou grandes memórias de sua infância, algumas de suas memórias viraram lembranças distantes. Ao voltar em sua cidade natal, as memórias que ela continha daquele pequeno vilarejo continuava quase m...