28°.☪️

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Eu não devia deixar minha preocupação de lado sobre o fato de Amber não ter passado a noite em casa, entretanto, pela primeira vez estava começando a pensar mais em minha vida, e a me colocar um pouquinho mais em primeiro lugar.

Talvez fosse um tanto egoísta, mas Amber já não era mais tão importante para mim, e não consigo lembrar quando aos poucos ela deixou de ser. Contudo, havia alguém com quem me importava muito mais no momento, e ele passava mais horas do que o necessário em minha cabeça.

Eu acabei anotando tudo que me perturbava sobre Harry em um caderno, pois precisava de respostas nas quais ele não estava disposto a dar. Comecei a escrever perguntas envolvendo Anne.

Qual o real motivo de sua morte?

Por que Harry se recusa a falar qualquer coisa sobre ela?

Quanto mais anotava, mais percebia que não conheço realmente Harry. Não conheço seus medos, também não conheço o que lhe atormenta, ou o motivo de ele nunca estar totalmente relaxado. E mesmo assim, meu coração parece se satisfazer apenas de ter ele por perto, mas minha parte sensata não quer apenas alguns fragmentos de Harry.

Eu desejava as repostas. Desejava saber qual é a de Zayn e seu irmão morto, e por que estranhamente Zayn parece tentar se infiltrar em minha família.

Ouvi sapatos de salto pisar sobre o corredor, então escondo o caderno rapidamente embaixo do travesseiro. Amber abre a porta ao mesmo tempo que finjo estar concentrada no celular. Seu olhar recai sobre mim, analisando meticulosamente cada traço de meu rosto. Não preciso que ela abra a boca para ter conhecimento do que ela sabe.

Ela sabe sobre Harry e eu.

Voce não apareceu. — diz ela.

Não há tom de pergunta, mas sim de acuso. E não respondo, pois tento entender o que tem de diferente em Amber.

— Mas aposto que foi melhor assim, não é? — continua perguntando.

Minha mente trabalha em mil por hora questionando-me como ela descobriu.

— Eu já sabia, Angel. Antes mesmo que estivessem juntos. Eu sempre soube que Harry iria até você.

Será se Amber está ouvindo minhas perguntas telepaticamente?

Ah não. Esse pensamento é ridículo.

E você pode bancar a sonsa, mas aposto que também sabia.

Franzi os lábios em uma linha reta. Amber indicava um forte indício de embriaguez, isto porque enquanto ela tentava alternar o peso do corpo, tonteava a cabeça e usava a porta como suporte.

— Você está bêbada Amber — relatei o nítido. — E não sei do que está falando.

Não menti, visto que jamais passou pela minha cabeça estar junto com Harry fisicamente sem ter receio de sua presença.

Amber riu friamente.

— Você devia saber desde que eram dois pirralhos brincando de comer terra.

Aquilo não era verdade, e eu não deixaria Amber jogar a culpa do fim do relacionamento dela em minha costa.

— Mesmo que isso fosse verdade Amber, a culpa não é minha por você aceitar um amor fadado ao fracasso.

Memories » H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora