07. Amigos!

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- O que aconteceu agora? - Perguntou Alvo com uma expressão indecifrável.

- N-n-nada. - Eu gaguejei tremendo de medo.

- Não minta Luciana. O que aconteceu? Ele sempre fez isso com você? - Perguntou Alvo agora com a voz mais firme.

- Nada. Ele só ficou nervoso. E quando ele fica nervoso ele fica meio agressivo e desconta em mim. - Eu disse com a voz meio chorosa.

Ele ia dizer alguma coisa, mas um dos quadros disse que estava querendo dormi.

- Vamos voltar para a torre da Grifinória. Meu irmão deve tá me procurando. - Eu digo tentando fugir do assunto.

- Tá certo. Vamos. - Disse Alvo me puxando em direção a torre da Grifinória.

A única coisa que eu tenho certeza que eu nunca vou me acostumar em Hogwarts são as escadas. Sério mesmo? Escadas que mudam de lugar? Facilita né Hogwarts.

Passamos pela Mulher Gorda dizendo a senha: Saliva de Dragões.

Senha estranha né? Mais ao que parece essa é uma das muitas isquisitices de Hogwarts.

Hoje eu ouvi vários murmúrios sobre um tal diário perdido em Hogwarts. O problema é que ninguém sabe onde ele está.

Parece que esse diário esconde o passado de um dos novatos. Eu nem me preocupei muito né? Com o que se preocupar se eu nunca escrevi um diário?

Por que eu nunca escrevi? Porque eu sou a pior pessoa para expressar sentimentos através de palavras.

- Em que tanto você pensa?- Perguntou Alvo me fazendo sentar de frente para ele em uma poltrona no Salão Comunal que agora estava vazio.

- Em tudo, em nada. Na vida. - Eu disse dando de ombros.

- E a conclusão? - Ele perguntou com um sorriso de canto que fez com que suas covinhas aparecem.

- Que só adianta pensar no presente, pois o passado não pode mais ser modificado e o futuro, por mais que a gente planeje, sempre vai ser alterado. - Eu disse. - Mas às vezes é difícil largar do passado. Muitas pessoas se prendem a dor das memórias. Se é pra se prender nas memórias que sejam nas lembranças boas.

- Filosofou. - Disse Alvo e nos dois rimos baixo para não acordar ninguém nos dormitórios.

- Eu devo sofrer algum tipo de demência. - Eu disse rindo batendo com minha mão na minha testa.

- Então, sendo assim, somos dois. Pra gente ser amigos temos que ter as mesmas qualidades. - Ele disse com um sorriso convicto.

- Amigos? - Eu perguntei surpresa com o uso da palavra, afinal de contas, eu nunca tive amigos além de...

- Sim, amigos. - Disse Alvo sorrindo largamente.

- Então quer dizer que demência é uma qualidade? - Eu perguntei rindo.

- É claro que sim. Afinal de contas eu sou uma qualidade em pessoa, então a demência tem que fazer parte dessa qualidade aqui. - Disse Alvo sorrindo convencido.

- Seje menas, Alvo. Muito menas. - Eu disse e nós caímos na gargalhada.


Luciana Malfoy - A Nova Era Dos Bruxos (Livro 1)  #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora