10| Stay High

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"You've gonne and I got to stay high, all the time, to keep you off my mind"
Tove Lo

Festa.

Termo usado para descrever um ambiente onde há música, pessoas brincando, bebendo e se divertindo.
Termo muito usado entre os jovens para nomear seus encontros onde tem muita bebida, sexo, drogas e diversão.

Termo perfeito para titular a reunião nada casual que Shay estava dando neste exato momento em sua casa.

Uma super festa!

Depois de algumas horas tentando falar com Cameron sobre o trabalho, eu acabei desistindo e tirando a conclusão de que terei o esforço de fazer sozinha. Pedi seu número para Adam e deixei inúmeras mensagens de voz em sua caixa postal, porém nenhuma delas foi retornada. Nem mesmo um "okay" ou "entendi".

Eu tento, juro que sim, mas não consigo entender o que se passa na mente desse garoto. Ele é como um enigma, quando eu penso que estou prestes a decifrá-lo, volto a estaca zero. De novo, de novo e de novo.

Porém, convenhamos que essa não era a hora de pensar. Dançar. Disso sim eu precisava. Levanto-me do sofá, onde estava sentada ao lado de uma lésbica que tentava a todo custo colocar a mão por debaixo da minha saia, e vou para o meio da sala. As caixas de som ecoavam por toda a casa tocando Me, Myself & I.

Eu adorava essa música!

Não sei por quanto tempo fiquei na pista de dança, mas minhas pernas já se encontravam bambas e doloridas. Caminho até a cozinha e peço para um amigo de Nate me servir com doses de tequila. Eu precisava urgentemente de algo que me fizesse esquecer. Depois de mais ou menos seis copinhos, eu já não estava mais em meu melhor estado de sanidade mental. Tudo ao meu redor parecia girar e girar constantemente.
No centro da sala, havia uma mesa de jantar onde um pessoal brincava de body shots. Caminho cambaleante até lá e anuncio que quero jogar.

— Abram espaço porque a minha amigar quer brincar — grita Shay completamente bêbada.

Retiro o casaco de lã, o cropped preto e jogo em sua direção ficando apenas de sutiã. Um menino alto e moreno para ao meu lado e me ajuda a deitar na mesa. Ele faz uma trilha com a vodka da minha barriga até a parte descoberta dos seios. Quando sua língua quente entra em contato com o meu umbigo, eu arqueio as costas e o pessoal grita.

Meu subconsciente exclama intensamente para que eu me desse conta do que estava fazendo porém meu corpo estava amando cada toque daquele desconhecido. Ele percorre a língua pelo caminho do líquido e demora mais do que o normal nos meus seios.

— Delícia — ele sussurra em meu ouvido um pouco antes de depositar um beijo molhado em minha clavícula.

O menino, lindo e maravilhoso porém o qual não sei o nome, me ajuda a levantar e a pôr minha camisa. Enquanto o pessoal continua com a brincadeira, ele me pega pela mão e me leva até o segundo andar da casa de Shay. Eu sabia o que estava por vir. Mas sinceramente? Não estava ligando tanto para isso. Cansei de correr atrás de quem não me merece. Afinal, também não era como se eu fosse virgem. O gato misterioso, decidi apelida-lo assim, abre a porta de um dos quartos e a fecha depois de entrarmos.

Quando ele me beija, eu me sinto vazia. Não, eu não me sentia vazia, eu apenas estava comparando seus beijos com os de Cameron. Porém eu preciso parar com isso. Pense Samantha! Cameron te rejeitou e agora tem um garoto gato, e que beija super bem, afim de te dar um orgasmo daqueles. Se deixe levar!

Suas mãos irrequietas percorriam todas as minhas inúmeras curvas adquiridas depois da puberdade. Quando nos separamos para recuperar o fôlego, eu sinto uma sensação esquisita percorrer por todo o meu estômago. Acho que exagerei um pouco na bebida.
Minha boca começa a salivar constantemente e eu me preparo pro que está prestes a vir. Mas não é como se eu conseguisse controlar. E eu vomito em seus tênis.

Me preparo para um monte de xingamentos mas, ao contrário do que imaginava, ele se abaixa e segura meus cabelos.
Nesse momento eu me sinto um lixo. Não só pela sensação horrível que se espalha por todo meu corpo, mas também por ter estragado esse momento e os sapatos dele, obviamente.

— Desculpa — choramingo de cabeça baixa. Não tinha coragem de encará-lo agora.

— Está tudo bem! Não é como se eu gostasse desses tênis mesmo — ele diz, me fazendo rir. — Por que você não levanta e lava o rosto, uh? Pode se sentir melhor.

E realmente funcionou. Não é como se tivesse curado magicamente a ressaca, mas ajudou. Eu tenho que ir pra casa, necessito de um banho gelado, roupas confortáveis e uma boa noite de sono.

— Eu quero ir pra casa — murmuro baixinho, qualquer ruído à mais fazia minha cabeça latejar.

— Vem, eu vou te levar.

— Não, não precisa, eu consigo ir sozinha. É só eu pegar meu carro e... — bato levemente com a mão na testa. — Droga! Meu carro está no conserto, eu ia dormir aqui na Shay.

— Sem problemas, eu te levo no meu carro — olho pra ele de sobrancelhas arqueadas. — Que foi?! — ele pergunta rindo, fazendo com que suas covinhas apareçam.

— Eu nem sei seu nome, pra começar. Como espera que eu entre no seu carro? Sou do Brasil, gato, essa não cola comigo! — as palavras saem tão rápido da minha boca que o esforço me deixa tonta. Ele ri.

— Pois então, meu nome é Evan Hastings, tenho dezenove anos e acabei de passar pra medicina em Harvard.

Uau!

É simplesmente tudo o quê meu subconsciente consegue processar nesse estado caótico em que se encontra.

Uau!

Um partidão! — diria a minha mãe.

— Agora que já me conhece, aceita minha carona? Assim eu também posso conhecer mais de você no caminho e, não vou mentir, estou ansioso por isso.

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