Capítulo 28 - OBRIGADO POR ESTAR AQUI.

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Playlist:
🎶 Stay the night- Zedd Feat. Halley Williams;
🎶 Fight song- Rachel Platten;
🎶 Eu sei (Sexo verbal)- Cássia Eller.


Isaac e eu estávamos calados olhando para a tela do computador com um documento Word aberto:

- Fim?- Ele disse num sussurro.
- A gente coloca o "Fim"?- Eu gesticulei enquanto falava.
- Eu gostaria. Dá um impacto.
- Não sou adepto dos "fins".
- Se você não quiser, tudo bem.
- Sem problema.- Puxei o teclado e digitei "Fim" em negrito.- Olha aí.
- "O inventor de constelações".- Era o nome do nosso livro.
- E agora?
- E agora a gente publica?
- Ah, tá bom. Você acha que é fácil assim, Isaac? Tem muita ralação, muitos "nãos" e tentativas, persistência...
- Eu sei, mas, olha, vê se você concorda da gente publicar primeiro como ebook. Andei pesquisando uns sites e encontrei uma plataforma onde o livro fica disponível por dois meses arrecadando até o fim da campanha. Tem a nossa porcentagem e a do site.
- O que custa tentar?

Dois meses depois o nosso livro não fez sucesso algum, mas ganhamos alguns leitores e arrecadamos o suficiente para um jantar modesto num daqueles restaurantes à margem. Pedimos champanhe (Era sidra).

- Ao sucesso do nosso livro!- As taças tilintaram.
- Estamos aqui com Isaac Morales, um dos autores desse best-seller "O inventor de constelações".- Enquanto eu falava o Isaac fazia uma cara boba que ele dizia ser de um Escritor de sucesso esnobe.- Senhor Isaac, de onde surgiu a ideia desse livro?
- Fácil, estávamos comendo uma pipoca doce e pensamos: Por que não escrever a história desse garoto? Daí o Arthur, que havia pedido salgada e com manteiga, apenas concordou comigo. Então, como vocês podem ver, a ideia foi toda minha.
- Foi mesmo?- Estreitei os olhos- Talvez o Senhor Arthur possa nos confirmar isso. Estamos com ele na linha? - Fingi que tinha um ponto em meu ouvido.- Arthur Campanna? Que prazer falar com o senhor! Então, você acabou de ouvir o que seu amigo Isaac falou? Ah, então é mentira? Bem que eu já havia desconfiado. Então podemos continuar a entrevista só com você?

Isaac me olhava. Rindo.

- Foram longos meses que nos garantiram um jantar.
- Mas esse tempo escrevendo foi um prazer, vai, Isaac. Escrever é prazeroso.
- Claro. Além de ter sido uma honra escrever em co-autoria com você.

Brindamos mais uma vez. Seus olhos brilhavam por entre o amarelado da bebida, fiz questão de observá-lo entre a taça.

- Me leva em casa?
- Claro, Arthur. Eu sempre faço isso.
- Descobri que odeio champanhe.
- Vamos combinar que você nunca experimentou.- Ele riu.
- Ah, não, Isaac! Deixa eu continuar fingindo que sou fino, que sou rico!
- Que somos escritores de sucesso, não é?
- Claro!
- Tudo bem, mas acho que já terminamos. Peço a conta?
- Por favor.

Coloquei um CD no som do carro do Isaac e fui cantando as músicas sem saber uma única:

- Você só canta a última sílaba, Arthur.
- Dirige!

Paramos em frente ao apartamento, agora Henrique, Túlio e eu morávamos em um outro, nos mudamos depois do que aconteceu com Gabriel.

- Está entregue.- Ele disse, empurrando o freio de mão.
- Foi uma noite ótima. Obrigado.
- Nos vemos depois. Aparece lá em casa.
- Eu irei.

Abri e porta do carro e saí. Não sei o que estava acontecendo, mas não queria deixá-lo, era como se eu nunca mais fosse voltar a vê-lo. Acenei. Ele buzinou e se foi. Entrei no apartamento lembrando de tudo que passei desde que curti aquela foto do Isaac no Instagram, de como acabei me apaixonando de uma forma meio improvável e...

- Túlio?
- Desculpa, acho que te assustei.
- Um pouco. É que eu estava disperso. Não saiu?
- Sim, mas voltei cedo. Faz uns vinte minutos.

Se aceita, vaiOnde histórias criam vida. Descubra agora