Capítulo 3 - A RESPOSTA É "SIM".

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🎶 Without The Word - Birdy

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Talvez seja mais fácil conseguir a aceitação dos outros, temos dificuldade em lidar com nós mesmos, não que seja a coisa mais mole obter o respeito de alguém, mas tudo é uma etapa: Nos damos a oportunidade de se abrir para o mundo e o mundo começa a conhecer melhor quem somos... Quem dera se cada etapa fosse facilmente concluída e todo sofrimento evitado.

***
    Universitária era a cidade mais desenvolvida da minha região, cortada por um rio que a dividia em dois lados que  dava-lhe todo um charme, seja pela grande ponte que ligava uma margem à outra e que era ponto de encontro por lá haverem bares, lanchonetes e quiosques - De lá também era o melhor lugar para assistir ao pôr do sol-, seja pela longa extensão de margem que permitia os tradicionais piqueniques ao fim do dia e luaus nas quartas-feiras à noite nas areias que imitavam as de praia. Tive que deixar Ibiapaba, minha cidade natal, e me mudar para Universitária quando terminei o ensino médio e passei para a faculdade de História - Curso com o qual nunca sonhei -, no começo foi difícil me ver distante de minha mãe, nós sempre fomos muito apegados, sempre fomos só ela e eu, mas fiquei tranquilo, pois ela havia conhecido alguém e estavam felizes. Faziam seis meses que havia me mudado e iniciado meus estudos, fui junto com Susie, Stella e Júlio, meus três melhores amigos, que também entraram para a universidade. Alugamos um pequeno, porém confortável, apartamento no centro, com uma pracinha arborizada ao lado, que dava para ser vista da janela do meu quarto. Com dois quartos no apartamento, os  dividimos assim: Júlio e eu; Susie e Stella, coloquei minha cama abaixo da janela, gostava de ficar debruçado sobre ela antes de dormir.

    No primeiro mês em Universitária, Stella chegava toda empolgada da aula falando das pessoas incríveis que já havia conhecido, seus colegas de Medicina e outros que nem faculdade faziam, enquanto eu só tinha alguns poucos amigos com quem apenas conversava, ela já marcava terças em barzinhos e quartas de luau - As clássicas noites de Terça-Quarta, na cidade toda tinha para onde ir: botecos, showzinhos, baladas, enfim... - Numa  dessas noites ela chegou - um pouco bêbada - com uma garota - totalmente bêbada -  que vestia uma camiseta, calça até a canela - rasgada no joelho - e sapatilha, o cabelo cortado bem curto e de uma tonalidade roxa muito intensa. Eu estava no Nárnia, o sofá velho que a mãe da Stela gentilmente nos cedeu, batizamos ele assim porque muitas coisas caem ali dentro e desaparecem, já perdemos muitas chaves e até dinheiro para ele.

- Quem é ela? - Saltei do Nárnia e até esqueci de marcar a página do livro que eu estava lendo.

- Ah, é a Nina. Ela é minha amiga, estamos vindo do botequinho ali da esquina.

- Mas o que ela faz aqui, Stella?

- Arthur, ela bebeu um pouco demais, vi que não daria pra ela ir sozinha para casa e a trouxe comigo. - Stella tinha mesmo todo esse jeito cuidadoso com os amigos.

- Achei uma péssima ideia. A Susie não vai gostar nada disso.

- Ela já tá dormindo?

- Faz tempo, vai ter prova de alguma coisa que não sei o nome, não entendo nada de contabilidade, mas sei muito sobre encrenca e essa garota parece uma.

- Não é nada, Arthur, para de ser chato e me ajuda a deitar ela no sofá.

- O quê?

- É. Vem!

  Bufei, coloquei meu livro sobre a mesinha de centro onde guardávamos revistas e alguns livros, depois segurei a tal garota, Flávia colocou o braço dela sobre meu ombro para que se apoiasse e deitamos ela no sofá de dois lugares que tínhamos na sala e que afundava quando alguém sentava. Nina falava algumas coisas sem sentido daquele jeito bobão dos bêbados e tinha um cheiro irritante de cigarro.

Se aceita, vaiOnde histórias criam vida. Descubra agora