Quando pensei que tudo havia acabado, percebi que estava enganado...

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Meio que sem coragem entrei no quarto, parecia até um menininho que dez anos, que estava entrando num quarto escuro, morrendo de medo de encontrar o bicho-papão lá dentro, mas a cena que vi lá era bem mais assustadora que o bicho-papão ou todos os monstros do mundo, era para falar a verdade uma cena triste, Katherine estava lá, deitada naquela cama horrível, estava de olhos fechados, mas assim que percebeu a minha presença os abriu e ficou olhando diretamente para mim, nem eu, nem ela dissemos uma única palavra, ficamos lá, nos encarando, até que ela se pronunciou...

- Por que está me olhando com essa cara de espanto, estou tão horrível assim? - disse ela com um sorriso debochado.

- Na verdade... está sim. - falei brincando com ela.

- Nossa, eu realmente não esperava por essa, mas tenho que admitir, branco é uma cor que não combina comigo de forma alguma, devo estar mesmo muito feia. - falou ela, enquanto pegava em uma mecha de seu cabelo.

- Não fale assim, você até que ainda esta bonitinha para uma senhora de 538 anos. - falei rindo.

- Nossa Stefan, apesar de achar o seu humor negro muito sexy, infelizmente não estou com tempo para ele hoje.

- E está com tempo para que? - perguntei, enquanto pegava uma cadeira para sentar ao seu lado.

- No estado em que estou, literalmente não tenho tempo para nada, só de ficar nessa cama dura, e esperar a visitinha da morte. - quando ela disse isso gelei por dentro.

- Do que está falando? - perguntei tentando parecer de que não sabia de nada.

- Stefan, por favor pare, você realmente não sabe mentir, pelo menos não para mim, eu sei e você também sabe que estou nas últimas. - nesse momento pude ver uma lágrima cair dos seus olhos, Katherine realmente estava mal por estar morrendo.

- Bom, já que você sabe de tudo, não vejo motivo para não te contar, o médico me falou que você não tem salvação, e vai mesmo morrer. - falei firme.

- Bom, isso você não precisava me falar, já fazia tempos que eu sabia do meu destino.

- Então o que quer fazer?

- Como assim,"o que quer fazer?"

- É isso mesmo que você ouviu, o que quer fazer? Já que você está mesmo morrendo, acho que merece pelo menos fazer uma última coisa que queira.

- Bom, já que está me dando esse presente de morte, no momento o que mais quero e sair daqui.

- Só isso? Me fale um local.

- Quero ir para a sua casa.

- Mas por que a minha casa? De tantos outros lugares que poderia escolher, você quer logo ir para a minha casa?

- É, qual o problema? Só quero morrer em uma cama confortável, e com uma ótima companhia.

- Não sei se sabe disso, mas eu sou a pior companhia que pode escolher nesse momento, e até capaz de você morrer mais rápido de tanto tédio. - ri com a trágica situação, e com o meu proprio status de "chato".

- Não fale assim, apesar do que os outros acham, eu não te acho entediante, e morrer olhando para essa sua carinha linda, e para esses músculos, me agrada bastante para sua informação -falou ela, enquanto passava as mãos pelos meus musculos do baço e abdômen.

- Nossa, você é realmente incrível Katherine, mesmo estando nas últimas, continua a mesma safada de sempre. - disse enquanto ria.

- Ai, se não fosse a mais pura verdade teria até ficado ofendida. - quase caí da cadeira quando ela disso isso.

Não importa o quanto eu negue, eu te amo (Steferine)Onde histórias criam vida. Descubra agora