Augusto POV
Eu não devia estar fazendo isso. Eu não quero fazer isso. Mas não consigo parar.
Nina está me beijando e eu não consigo empurra-lá. Não sei se é por causa do álcool ou por ela estar me beijando como se o mundo fosse acabar. Meu deus, eu acho que vou me arrepender depois, se bem que, contando o quanto eu já bebi, provavelmente não vou lembrar. Nina continua me beijando e por alguns instantes eu me aproveito do beijo. Passo a mão pela sua nuca, e sinto ela me pressionar na parede. Mas é nesse momento que escuto alguém me chamando.- Augusto, Augusto, você não vai acreditar no que...- Anna para de falar assim que me vê com a Nina. Ela fecha o sorriso no mesmo instante.
- Anna? Hm... Ér... Pode repetir? - pergunto tentando colocar as palavras em ordem. Cara, eu to muito bêbado!
- Eu não acredito, Augusto você é tão idiota, tão idiota...- ela começa a reclamar muito irritada. Nina apenas observa.
- Com licença, mas você já acabou? Estamos ocupados. - a Nina diz pra Anna que olha mortalmente pra mesma, fazendo a garota se encolher.
Ok, até eu fiquei com medo da Anna agora.
- Como è que é? Repete que eu não ouvi direto. - a Anna diz chegando mais perto da Nina e endireitando a postura. Nina parece se intimidar, mas logo arruma a postura e encara minha prima de volta.
- Nós estamos ocupados , dava pra ser oferecida em outro lugar?- ela repete. Ninguém parece notar a pequena alteração das duas. Até agora.
- E quem você pensa que é pra me chamar de oferecida? Eu só não dou um tapa na sua cara agora, porque eu preciso falar com o Augusto. - Anna diz visivelmente se controlando pra não voar no pescoço da Nina.
- Olha só, ele está ocupado não está vendo? Vai ver se eu to na esquina. - Nina diz e Anna sorri falsamente.
- Querida, seu ponto é só nas segundas e quartas. Hoje é sábado. - Anna fala e Nina pensa durante alguns segundos, depois faz uma cara de raiva.
- Você me chamou de piranha? - ela pergunta. Anna apenas sorri.
- Eu? Que nada. - ela diz e Nina sorri convencida - Foi de vadia mesmo.
Nina cerra os pulsos e eu já sei oque ela vai fazer. Quando ela levanta a mão para bater na minha prima, a mesma segura seu pulso antes de encostar em seu rosto.
Agora a Nina está completamente ferrada.
Anna quase no mesmo segundo, pula em cima da Nina fazendo as duas rolarem no chão se debatendo. Todos prestam atenção na briga, mas ninguém faz nada pra separala- las, apesar de ter algumas pessoas gritando: " Briga, briga, briga". Nina puxa o cabelo da Anna, que por sua vez arranha o braço da garota e fica por cima.
- Isso è por ter beijado um menino que tem namorada - ela diz e dá um tapa na cara da Nina- Isso, é por ter tentando me bater- ela diz e dá outro tapa. Nina tenta para- lá, mas minha prima prende seus braços com as pernas. - E isso é por ter me chamado de oferecida - ela diz e dá um tapa tão forte, que doeu até em mim.
Minha prima sai de cima da garota e arruma o cabelo, dando um sorriso vitorioso para Nina que sai correndo até o banheiro. As pessoas dão alguns aplausos e voltam pra festa. Continuo parado apenas observando, até que a minha prima olha pra mim furiosa e começa a me estapear.
- Aí sua louca oque você ta fazendo? - eu digo segurando seus pulsos e a olhando.
- Você è muito idiota. Não acredito que estava beijando aquela garota... - ela resmunga e eu apenas dou de ombros.
- Bianca está em coma. E não fui eu que beije a Nina, ela praticamente se jogou em cima de mim. - respondo e minha prima passa a mão pelos cabelos.
- E você resolveu corresponder? - ela pergunta. Eu não respondo. - Por que Augusto? Por que fez isso? Não se importa com a Bianca?
Não aguento mais. Lembro de todos esses dias, e de como tenho me sentido. Sozinho, abandonado, culpado, confuso. Eu amo a Bianca. Mas não consigo continuar com isso, esse coma está acabando comigo. Anna me olha e passa a mão no meu rosto.
- Anna, você não sabe como tem sido esses últimos meses. Eu odeio ir a escola, odeio ficar em casa, odeio ter que respirar sabendo que não posso ter a Bianca. - digo sério. Ela fecha os olhos e acaricia minha bochecha com carinho.
- Sei que é difícil pra você Augusto. Sua namorada está em coma, e você está tendo que lidar com esse fardo, você só tem 17 anos. - ela respira fundo e me olha com ternura. - Mas pense que isso não está sendo difícil só pra você. E lembre de como é um privilégio ser tão especial pra essa menina, assim como ela é pra você.
- Eu sei, mas... Eu me sinto tão sozinho. - eu confesso. Nunca falei com ninguém sobre como me sinto em relação ao coma. Mas acho que é a hora. - Sinto como se ela tivesse me abandonando. Antes, eu me preocupava por ela ir embora, e que todo dia ao acordar,outra pessoa a fizesse feliz. Agora me preocupo se ela vai acordar.
- A Bianca é especial Augusto. Não pode deixar que esse sentimento de solidão acabe com seus planos. - ela diz sorrindo de forma encorajadora e eu assinto. - Mas isso não tira o fato de você ter beijado aquela cobra.
- Foi um erro. - eu digo - Não devia ter acontecido.
- Augusto, você não pensou na Bianca? Imagina como ela ficaria. - ela fala meio decepcionada.
- Eu sei. Vou ter que contar pra ela. - eu digo e suspiro. Ela me olha em dúvida.
- Então o que acha de fazer isso agora? - ela me pergunta. Ela tá louca, não tem como eu dizer isso agora só se...
- Oque você quer dizer? - pergunto aflito. Ela dá um meio sorriso.
- Renan me ligou a pouco tempo. Os médicos não sabem o por que, mas ela abriu os olhos. Ela acordou.
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OIEEEEEE! Gente, a Bianca acordou! Quem ta feliz? E essa vaca da Nina? Será que o Augusto vai falar do beijo? Desculpa a demora, mas foi bem difícil escrever esse capítulo. Espero que tenham gostado.
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Bjssssss e até o próximo capítulo❤
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Minha vida no papel
DiversosBianca tem 17 anos e mora com seu pai no Rio de Janeiro. Ela nunca foi a garota mais querida da escola, muito menos a mais desejada. Não tinha muitos amigos e era bastante excluída. Ela sempre pareceu forte para todos, pois não mostrava suas fraquez...