CAPÍTULO DOIS

123 27 0
                                    

T-shirt, calças de ganga, ténis. Meias lavadas e macias. Depois de se lavar de cima abaixo pelo menos cinco vezes, sentia-se rejuvenescido. Não conseguia evitar pensar que dali para a frente as coisas iriam melhorar. Que agora iria assumir controlo na sua vida. Que agora ele iria ver a sua mãe de uma vez por todas.

Algo lhe chamou a atenção quando vira o que tinha na parte de trás do pescoço, mesmo acima do colarinho, através do espelho da casa de banho — era uma tatuagem com um pequeno símbolo triangular com um número cravado.

Ele encostou-se na parede ao lado da porta e esperou que por Marcus.

Após dez minutos, a porta dos balneários abriu. Era Marcus.

— Vamos? — disse Marcus com um enorme sorriso na cara.

— Não consigo confiar em si — respondeu Ben.

Marcus falou num suspiro:

— Benjamin, deixa-te de dramas. Queres ver os teus amigos ou não?

Ben não tinha escolha. Ele queria mesmo ver Jolly. Abraçá-la, beijá-la... Então decidiu seguir o homem de fato ridículo.

Passaram novamente por inúmero corredores

— Estamos perto, Benjamin! — anunciou Marcus

Ben odiava o facto de Marcus lhe chamar de Benjamin. Odiava mesmo que alguém lhe chamava isso. O rapaz habituara-se tanto ao facto de toda a gente lhe chamar Ben que agora não gostava quando lhe chamavam Benjamin.

Por fim, Marcus chegou a uma porta e abriu-a sem hesitar.

Entraram numa pequena sala que parecia um auditório. O peito de Ben explodiu de alegria quando vira Jolly, depois George e em seguida, Zack com uma jovem loira.

— Olha o Ben! — gritou George caminhando para junto dele, abraçando-o — Então, meu? Onde estiveste?

— Benny! — gritou Jolly

Beijaram-se nos lábios — ele já sentia saudades do gosto dos lábios de Jolly. Depois de tanto tempo separados. De seguida, eles afastaram-se.

— Tive imensas saudades vossas! — exclamou Ben — Eu estive num quarto até hoje.

— Nós também... — disse Jolly e George.

— Ben, aquela é a minha irmã — disse George, apontando para uma jovem loira, que por sua vez estava sempre calada — É a minha irmã que esteve sempre desaparecida! Agora ela está aqui! Encontrei-a! E ela é imune.

Ben sabia que Aria era imune e que fazia parte da EVO, tal como ele, Jolly e Zack. Ele já tinha sonhado com ela antes.

— Olá Ben — disse Aria —, ainda te lembras de mim?

— Mais ou menos... — respondeu Ben

Ben nunca tinha reparado no quão bela era Aria. O seu cabelo brilhava e o seus olhos azuis era brilhantes, cheios de vida e os seus lábios eram carnudos. A sua beleza era incomparável.

Marcus interrompeu:

— Vejo que já se conhecem todos! Bem, tenho algo preparado para vocês os dois — desviou o olhar para Ben e Jolly — Hoje vocês vão recuperar as vossas memórias. Tudinho.

Ben estava perplexo. Com a cabeça a andar à roda, sentou-se com Jolly e agarrou a sua mão.

Após tantos esforços para tentar recordar da sua vida anterior, a ideia de recuperar a memória era quase demasiado para ele conseguir apreender. Porém, ele não confiava na EVO. Muito menos em Marcus.

Por mais estranho que parecesse, Ben gostava mais das memórias que tinha agora do que talvez as antigas...

— Eu não quero! — exclamou Jolly — Sabe-se lá se vocês irão sabotar as nossas memórias!

— Exatamente... — murmurou George

— Não vos vai acontecer absolutamente nada — disse Marcus — digam-lhes, Zack e Aria!

Zack e Aria entreolharam-se e depois acenaram com a cabeça.

Marcus limpou a garganta:

— Vamos?

— Primeiro quero ver a minha mãe! — disse Ben

Marcus sorriu:

— A tua mãe? A senhora Joan Walker?

Ben encolheu os seus ombros. Ele agora sabia que a sua mãe se chamava Joan e sabia que o seu nome todo era Benjamin Walker.

— Lamento informar — suspirou Marcus — mas a sua mãe já está morta. Tal como a da Johanna.

Tempestade Solar - Vírus Mortal #2Onde histórias criam vida. Descubra agora