CAPÍTULO DEZANOVE

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A chuva caía em enxurrada, como se Deus tivesse sugado o oceano e o tivesse cuspido por cima das cabeças deles, num gesto de fúria.

Ben estava sentado no mesmo lugar há pelo menos trinta minutos, encostado à parede de um edifício da Base militar com Aria ao seu lado esquerdo e Big no seu lado direito.

Ben nunca tinha visto chuva em toda a sua vida. Pensava que, após o Eclipse de Fogo, a chuva nunca iria aparecer. Contudo, nesse momento, chovia torrencialmente.

Big falava bastante com Ben sobre a sua vida anterior. Ele explicou-lhe porque é que ele tinha tantas cicatrizes. Disse-lhe que era por ter sido um ex-soldado. Disse que tinha imensas saudades da família que havia morrido à um ano atrás. Aria entrou na conversa também.

Apesar de viverem num mundo pós-apocalíptico, Ben sabia que tinha amigos que poderia contar.

Byron apareceu atrás deles interrompendo a conversa:

— Acho melhor partirmos amanhã de manhã para Nova Iorque. Está a chover muito.

— Está bem — replicou Big, bebendo um pouco de mais Whisky.

— Vamos descansar nos quartos do quartel-general — anunciou Byron.

Todos acenaram com a cabeça e entraram no edifício.



***



Ben e Aria já se encontravam cada um na sua cama. Big e Byron ficaram noutro quarto.

A cama onde Ben estava deitado, ficava a dois metros de distância da cama onde Aria estava.

— Ben? — chamou Aria — Ainda estás acordado?

Não lhe apetecia falar. Apenas queria estar sozinho, mas Aria insistiu:

— Ben!

— Sim?

— Estou com frio — fez uma pausa — Vem te deitar aqui.

Um silêncio de frustração instalou-se no quarto. Ben não sabia o que havia de fazer ou o que dizer. Então, apenas se levantou e dirigiu-se em bicos de pé para a cama onde Aria estava. Teve cuidado para não cair pois estava demasiado escuro para ver. Ele deitou-se ao lado de Aria e ambos ficaram de olhos nos olhos.

— Ainda estás com frio? — sussurrou ele

— Um pouco — sussurrou ela também.

Ben agarrou-se a Aria, colocando a sua mão à volta do corpo dela e apertando-a.

O seu corpo estava todo arrepiado, porém, estava a gostar imenso de a sentir.

— Obrigado — disse ela por fim

Ben riu-se:

— Tu não estás realmente com frio, pois não?

Aria também se riu:

— Eu não tenho frio — afirmou ela — Apenas queria estar mais perto de ti.

Ben sorriu, e ela também.

Ela aproximou ligeiramente a sua face na de Ben e beijou-o:

— Promete que nunca me abandonarás.

Ben não conseguia falar, o seu corpo estava petrificado.

— Promete — insistiu ela

— Prometo — disse ele por fim.

Beijaram-se novamente e dessa vez o beijo fora bastante mais demorado. Ele agarrou-a com força e ela fez o mesmo. Um calor extremamente confortável que se iniciou no seu coração alastrou-se pelo resto do seu corpo. Uma sensação incrivelmente boa. Os pêlos do seu pescoço arrebitaram e os seus olhos fecharam. Aria continuava a beijá-lo e ele fazia o mesmo. Ele agarrou na mão dela e apertou-a. Foi então, que o calor e a adrenalina se juntaram num único ponto no seu corpo.

E depois, ele penetrou-a.

Aquele movimento suave para trás e para a frente surgiu e as suas almas juntaram-se formando uma só.

Parecia que estava numa outra dimensão, apenas com os seus desejos a realizarem-se. Ele nunca o tinha feito, mas agora estava a acontecer. E demasiado rápido.

Eles estavam completamente aninhados na cama e depois, Aria puxou os lençóis para cima e entraram novamente num abismo de desejo e prazer.



***



Ben acordou com um beijo na face de Aria. O brilho do Sol nascente penetrava nas janelas do quarto. A tempestade havia cessado e ele tinha dormido a noite inteira com Aria ao seu lado.

— Bom dia, Benny — sussurrou Aria.

Ben lembrava-se que tinham dormido juntos. Ele sentiu uma vaga de remorsos a corroer-lhe por dentro em relação a Jolly. Todavia, guardou esses pensamentos na parte mais obscura da sua mente.

— Bom dia, princesa — disse Ben com um sorriso na cara.

Depois de falar, parecia que as suas energias tinham sido gastas e sentiu algo bastante perturbador.

Fome.

— Vamos comer algo — anunciou Ben

Vestiram-se e ambos saíram do quarto.

Tempestade Solar - Vírus Mortal #2Onde histórias criam vida. Descubra agora