CAPÍTULO VINTE

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Após uma refeição cozinhada pelos soldados de Big, Byron entrou no interior do Syker.

Ben e Aria caminharam até à aeronave de mãos dadas e separaram-se assim que entraram. Big estava sentado no cokpit do Syker.

— Estão preparados? — gritou Big

— Sim! — replicaram todos eles.

Os propulsores arderam e fizeram com que a aeronave levantasse voou suavemente.

Todos pousaram as suas mochilas em cima dos bancos depois, sentaram-se. Aria agarrou a mão de Ben e ele apertou-a em jeito de resposta.

Por fim, ele adormeceu e entrou num sono profundo com mais um sonho-recordação à sua espera.




Ele ainda tinha sete anos. Fora o dia seguinte da morte de Helena.

Ben chorava; sentia falta da sua irmã mais nova. Sentia falta de brincar com ela, sentia falta de falar com ela, sentia falta do seu sorriso...

Ele continuava a ouvir o terror provocado pelos infetados do lado de fora da sua casa.

O noticiário da TV informava que o governo tinha criado colónias no espaço. A EVO prometera criar uma vacina para a cura do KHS.

«Vamos para o espaço!», anunciou o seu pai.

Arrumaram as suas coisas e fizeram uma enorme viagem até Chicago, pois era a central de descolagem e transporte dos sobreviventes.

Rapidamente, o seu sonho desvaneceu.




— Ben! — era Aria.

Ele abriu os seus olhos.

Aria sorria:

— Já chegámos a Nova Iorque!

—Já!? À quanto tempo estive a dormir?!

— O dia todo! — replicou Aria

Estava a ficar frio...

Era noite.

— Vamos todos sair do Syker! — ordenou Big.

Byron fora o primeiro a sair da aeronave e, de seguida, fora Big.

— Despachem-se! — Big dirigia-se agora para Ben e Aria — Vai haver uma tempestade!

Saíram do Syker — quando Ben colocou os seus pés no chão, apenas sentiu areia, como se estivesse no deserto — e começaram a caminhar contra a penumbra, que por sua vez, era a cidade de Nova Iorque.

O vento estava agora cortante, chicoteando-os com areia e terra até fazer doer. De vez em quando, um objeto maior passava por eles a voar, pregando-lhes um valente susto. Um ramo. Algo que pareceu ser um pequeno rato morto. Um pedaço de telha. E inúmeros bocados de papel. Tudo a rodopiar no ar como flocos de neve.

Eles andavam, numa tentativa de correr contra o vento. Não se via nada, nem mesmo um ponto de luz.

Foi então que começou a trovejar.

Eles haviam percorrido metade da distância quando os relâmpagos surgiram do nada e o mundo à volta deles explodiu, cheio de luz e trovões. Caíam do céu sob a forma de riscas irregulares, como bandas de luz brancas, rebentando no chão e levantando quantidades imensas de terra e pó. O som do embate era insuportável e Ben começou a ficar surdo, o terrível ruído a dissipar-se num sussurro distante que ele ia ensurdecendo.

Ele continuava a correr, agora praticamente às cegas, sem conseguir ouvir nada e quase sem vislumbrar a cidade. Big caía ao chão, Byron tropeçou, mas conseguiu equilibrar-se. Ajudou Aria a pôr-se novamente de pé.

Finalmente avistaram um pequeno edifício que estava por ali algures. A porta do edifício fora aberta por Big esse entrou.

E depois Ben, ainda em estado de choque devido ao poder bruto das explosões de relâmpagos, seguiu os amigos e entrou na escuridão.

Virou-se para trás e vira a chuva, finalmente a cair, como se um oceano inteiro surgisse nas nuvens e agora estava a cair em enxurrada. 

Tempestade Solar - Vírus Mortal #2Onde histórias criam vida. Descubra agora