CAPÍTULO ONZE

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A brisa do nascer do Sol esbofeteava os dois jovens na face. Estava a surgir um intenso calor pela cidade. Ben sabia que a partir de agora os dias na Terra em Chamas seriam muito quentes.

Os dois jovens atravessaram a cidade inteira sem trocarem uma única palavra entre eles. Ele olhou por cima do ombro e vira a cidade a quilómetros de distância.

Eles estavam agora a caminhar areias desérticas.

— Estou esfomeado — comentou Ben, tocando na sua barriga

— Também eu — disse Aria — Não me importava de comer mais uma refeição do George

Ben riu-se:

— Eu sei como te sentes. O teu irmão faz comidas fantásticas! Eu era capaz de trocar a Jolly por uma sanduíche dele — brincou ele

Aria deu uma gargalhada:

— Eu trocaria a minha vida pela sanduíche.

Ambos se riram. Soube-lhe bem rir-se de novo. Era algo que Ben não fazia à bastante tempo.

— Posso fazer uma pergunta pessoal? — perguntou Aria

— Claro — respondeu-lhe

— Tu namoras com a Jolly?

Ben sentia-se mal por se ter esquecido que namorava com ela:

— Para ser sincero, não sei bem se somos amigos ou namorados.

Aria parou e agarrou a sua mão. Ele apertou-lha em jeito de resposta; Aria colocou as mãos envolto da cintura dele e encostou-se a Ben. Ele estava a gostar de senti-la. Mais do que Jolly...

— Gosto dos teus olhos — disse Ben

— Gosto muito da tua estrutura corporal — ela riu-se

— Pois, eu reparei que estavas a olhar para mim quando eu despi a t-shirt.

Ben riu-se e inclinou ligeiramente a sua cabeça para a beijar, mas teve uma súbita lembrança de Jolly e então afastou-a de si.

— Vamos nos despachar — disse ele

E depois, continuaram a andar em direção às montanhas.



***



Percorreram mais cinco quilómetros quando avistaram uma pequena base militar.

— Ali! — gritou Aria; ela olhou para Ben e disse: — Oh não... Deixámos as nossas G-TIs naquele apartamento.

— Temos de ir pela moda antiga. Vamos nos infiltrar no quartel-general silenciosamente. Teremos de matar os guardas e tirar-lhes as espingardas. Com certeza que são M16. Em seguida entramos e salvamos o George, a Jolly e o Zack

— Combinado — suspirou Aria.

Ao fim de dez minutos, a noite instalou-se no céu. Ben avistou luzes a piscar no fundo do deserto, como se fosse uma pequena vila em vez da base militar.

Um enorme gemido ecoou atrás dos dois jovens — na cidade de Paris. Ben quase — quase — se esquecera do facto que os Kernous — os infetados que agora vivem em cidades desérticas — só acordavam à noite.

— O que foi aquilo? — perguntou Aria, assustada

— Um Kerno — respondeu-lhe Ben — Eles acordam sempre à noite.

Eles caminharam cautelosamente para o quartel-general.



***



Quando chegaram, esconderam-se atrás de uma grande rocha que estava à frente do quartel-general. Eles viram vários focos de luz no cimo dos edifícios; haviam soldados a andar para trás e para a frente, aqui e ali; existiam helicópteros a sobrevoar em torno da base militar como se estivessem em vigilância.

Ao pé da entrada de um dos edifícios havia uma placa de alumínio que dizia:

Base militar de Writthan-Lockham
— Base militar privada de Big Hillary—

— Como é que vamos entrar? — sussurrou Aria — Estão aqui muitos soldados.

— Eu tenho uma ideia — disse-lhe Ben

Ele olhou em redor e reparou que haviam dois soldados ali perto que estavam a conversar. Ele gatinhou em direção a esses soldados e, aproximou-se de um deles e pontapeou-o na perna esquerda. Claramente que ia gritar, mas Ben levantou-se, num ápice, e agarrou no pescoço dele e atirou o homem para o chão, desmaiando. O outro que estava ao seu lado ia destravar a sua M16 mas Ben deu uma cotovelada no queixo deixando-o inconsciente.

Ele olhou à sua volta para ter a certeza que ninguém o observava. Nada de alarmes ensurdecedores, nada de bombas a explodirem, nada de tiros.

Ele arrastou os corpos dos soldados até à rocha onde Aria estava escondida.

— Vamos vestir estes uniformes dos soldados para nos podermos infiltrar na base militar.

Ben despiu rapidamente a sua roupa; Aria fizera o mesmo — o rapaz ficara imóvel ao ver o corpo despido de Aria.

— Para onde é que estás a olhar? — perguntou ela, rispidamente.

Ben desviou o olhar para o chão:

— Para... nenhum lado... — ele sentiu a sua cara a ferver e esperava que Aria não o tivesse visto.

Aria riu-se. Em seguida, ela disse:

— Ben... Algo não bate certo.

— Como assim?

— Os tipos que raptaram os nossos amigos estavam vestidos com panos, tipo encapuçados?

— Sim...

— Mas estes tipos — apontou para os soldados que estavam inconscientes —, não estão vestidos dessa forma.

E?

Aria ergueu os braços no ar como se a resposta fosse por demais evidente:

— Supostamente não foram estes tipos que os capturaram porque, não estão vestidos da mesma forma que os homens encapuçados! 

Tempestade Solar - Vírus Mortal #2Onde histórias criam vida. Descubra agora