A brisa do nascer do Sol esbofeteava os dois jovens na face. Estava a surgir um intenso calor pela cidade. Ben sabia que a partir de agora os dias na Terra em Chamas seriam muito quentes.
Os dois jovens atravessaram a cidade inteira sem trocarem uma única palavra entre eles. Ele olhou por cima do ombro e vira a cidade a quilómetros de distância.
Eles estavam agora a caminhar areias desérticas.
— Estou esfomeado — comentou Ben, tocando na sua barriga
— Também eu — disse Aria — Não me importava de comer mais uma refeição do George
Ben riu-se:
— Eu sei como te sentes. O teu irmão faz comidas fantásticas! Eu era capaz de trocar a Jolly por uma sanduíche dele — brincou ele
Aria deu uma gargalhada:
— Eu trocaria a minha vida pela sanduíche.
Ambos se riram. Soube-lhe bem rir-se de novo. Era algo que Ben não fazia à bastante tempo.
— Posso fazer uma pergunta pessoal? — perguntou Aria
— Claro — respondeu-lhe
— Tu namoras com a Jolly?
Ben sentia-se mal por se ter esquecido que namorava com ela:
— Para ser sincero, não sei bem se somos amigos ou namorados.
Aria parou e agarrou a sua mão. Ele apertou-lha em jeito de resposta; Aria colocou as mãos envolto da cintura dele e encostou-se a Ben. Ele estava a gostar de senti-la. Mais do que Jolly...
— Gosto dos teus olhos — disse Ben
— Gosto muito da tua estrutura corporal — ela riu-se
— Pois, eu reparei que estavas a olhar para mim quando eu despi a t-shirt.
Ben riu-se e inclinou ligeiramente a sua cabeça para a beijar, mas teve uma súbita lembrança de Jolly e então afastou-a de si.
— Vamos nos despachar — disse ele
E depois, continuaram a andar em direção às montanhas.
***
Percorreram mais cinco quilómetros quando avistaram uma pequena base militar.
— Ali! — gritou Aria; ela olhou para Ben e disse: — Oh não... Deixámos as nossas G-TIs naquele apartamento.
— Temos de ir pela moda antiga. Vamos nos infiltrar no quartel-general silenciosamente. Teremos de matar os guardas e tirar-lhes as espingardas. Com certeza que são M16. Em seguida entramos e salvamos o George, a Jolly e o Zack
— Combinado — suspirou Aria.
Ao fim de dez minutos, a noite instalou-se no céu. Ben avistou luzes a piscar no fundo do deserto, como se fosse uma pequena vila em vez da base militar.
Um enorme gemido ecoou atrás dos dois jovens — na cidade de Paris. Ben quase — quase — se esquecera do facto que os Kernous — os infetados que agora vivem em cidades desérticas — só acordavam à noite.
— O que foi aquilo? — perguntou Aria, assustada
— Um Kerno — respondeu-lhe Ben — Eles acordam sempre à noite.
Eles caminharam cautelosamente para o quartel-general.
***
Quando chegaram, esconderam-se atrás de uma grande rocha que estava à frente do quartel-general. Eles viram vários focos de luz no cimo dos edifícios; haviam soldados a andar para trás e para a frente, aqui e ali; existiam helicópteros a sobrevoar em torno da base militar como se estivessem em vigilância.
Ao pé da entrada de um dos edifícios havia uma placa de alumínio que dizia:
Base militar de Writthan-Lockham
— Base militar privada de Big Hillary—— Como é que vamos entrar? — sussurrou Aria — Estão aqui muitos soldados.
— Eu tenho uma ideia — disse-lhe Ben
Ele olhou em redor e reparou que haviam dois soldados ali perto que estavam a conversar. Ele gatinhou em direção a esses soldados e, aproximou-se de um deles e pontapeou-o na perna esquerda. Claramente que ia gritar, mas Ben levantou-se, num ápice, e agarrou no pescoço dele e atirou o homem para o chão, desmaiando. O outro que estava ao seu lado ia destravar a sua M16 mas Ben deu uma cotovelada no queixo deixando-o inconsciente.
Ele olhou à sua volta para ter a certeza que ninguém o observava. Nada de alarmes ensurdecedores, nada de bombas a explodirem, nada de tiros.
Ele arrastou os corpos dos soldados até à rocha onde Aria estava escondida.
— Vamos vestir estes uniformes dos soldados para nos podermos infiltrar na base militar.
Ben despiu rapidamente a sua roupa; Aria fizera o mesmo — o rapaz ficara imóvel ao ver o corpo despido de Aria.
— Para onde é que estás a olhar? — perguntou ela, rispidamente.
Ben desviou o olhar para o chão:
— Para... nenhum lado... — ele sentiu a sua cara a ferver e esperava que Aria não o tivesse visto.
Aria riu-se. Em seguida, ela disse:
— Ben... Algo não bate certo.
— Como assim?
— Os tipos que raptaram os nossos amigos estavam vestidos com panos, tipo encapuçados?
— Sim...
— Mas estes tipos — apontou para os soldados que estavam inconscientes —, não estão vestidos dessa forma.
— E?
Aria ergueu os braços no ar como se a resposta fosse por demais evidente:
— Supostamente não foram estes tipos que os capturaram porque, não estão vestidos da mesma forma que os homens encapuçados!
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Tempestade Solar - Vírus Mortal #2
Science Fiction(Livro 2) Descobrir a cura deveria ter sido o fim. A extinção da humanidade seria salva, acabar-se-iam as mentiras da EVO e a vida de Ben voltaria à normalidade. Mas ninguém sabia que a EVO seria tão malvada ao ponto de querer matar Ben e os seus am...