CAPÍTULO VINTE E SETE

82 15 0
                                    

Sentiu imenso calor. Quando abriu os seus olhos apenas viu o enorme Sol a iluminar o seu dia. Ben teve de pestanejar os seus olhos para se adaptar à luz solar. Reparou que estava num chão repleto de folhagem. Ele levantou-se, gemendo devido à intensa dor de cabeça que tinha; colocou a sua mão na cabeça. Olhou à sua volta e reparou que estava numa zona de aterragem dos Sykers. À volta da zona de aterragem, havia uma floresta densa.

Ben reconhecia aquele local — à cerca de um mês atrás, ele e os seus amigos foram raptados pelos homens de Lawrence e quando chegaram ao seu quartel-general, estacionaram o Syker naquela zona. Havia a mesma parte da floresta queimada onde ele e Jolly haviam despenhado um helicóptero. Ele lembrava-se daquilo tudo como se tudo tivesse acontecido à uns minutos atrás. O destino onde ele queria chegar havia-se realizado, porém, ele não sabia como tinha chegado àquele local, nem à quanto tempo tinha estado a dormir e nem sabia onde estavam os seus amigos.

Sentiu alguém a tocar no seu ombro. Quando rodou o seu pescoço para ver de quem se tratava, vira Aria. Parecia que tinha acabado de acordar.

— Como é que nós viemos aqui parar? — perguntou Ben, com as palavras a rasgarem a sua garganta.

Aria apontou para Big que estava a apontar uma refeição, mesmo atrás de Ben:

— Pelos visto, nós todos desmaiámos e ele trouxe-nos até aqui.

Ben queria se levantar para agradecer a Big os ter salvo, porém, sentiu um aperto no estômago. Queria vomitar. Caiu de joelhos no chão, afastou-se de Aria de gatas e vomitou. Nada exceto bílis e ácido. A garganta ardia-lhe, como se tivesse engolido uma centena de químicos corrosivos.

Aria aproximou-se de Ben; Big e Byron caminharam para junto dele quando o viram vomitar.

— Ena... O que se passa contigo? — perguntou Big.

— Comida. Por favor dá-me comida.

Custava-lhe respirar. Parecia que a sua garganta estava repleta de ferimentos.

— Vou já buscar — disse Big, correndo para junto do sítio onde estava a cozinhar.

Ben sentia-se enjoado. Doía-lhe a cabeça. Sentia-se com febre. Fechou os seus olhos.

— Deves ter ficado constipado quando estávamos na montanha — disse Aria.

Big aproximou-se dele e deu-lhe um pequeno prato com salsichas enlatadas, mas fritas.

— Come — insistiu ele — Vais te sentir melhor.

Ben abriu os olhos; as pálpebras tão pesadas que quase teve de as levantar com ajuda dos seus dedos. Big pareceu-lhe desfocado a princípio, mas depois ficou mais nítido. Estava a estender-lhe o prato. Ben selecionou uma salsicha e enfiou-a na boca. Salgada. Mas quando chegou a altura de a engolir, não o conseguiu fazer.

— Ág... — começou por dizer, mas depois teve um ataque de tosse e cuspiu a comida que não tinha conseguido engolir para a cara de Big.

O amigo limpou-se:

— Obrigadinho...

— Água — pediu Ben, a todo o custo.

— Sim, já percebi. Aqui tens — estendeu-lhe um cantil e Ben ouviu o líquido a agitar-se no interior.

Ben pegou no cantil, depois ergueu-o e inclinou o gargalo sobre o lábio inferior. Água fresca e maravilhosa entrou-lhe na boca e desceu-lhe pela garganta. Conteve um ataque de tosse e concentrou-se a engolir. Em seguida, bebeu mais um pouco.

— Já chega. Não bebas tão rápido — avisou Big — Come agora as salsichas.

Ben assim fez e dessa vez soube-lhe ainda melhor. Mais salgado. Com a boca e a garganta humedecidas, a comida escorregava melhor, embora lhe doesse a garganta como nunca. A energia começou a chegar-lhe lentamente aos músculos. A dor de cabeça acalmou ligeiramente. E o melhor de tudo era o facto de já não se sentir nauseado.

— Sentes-te melhor? — perguntou Aria.

— Sim — respondeu Ben — Vocês também não ficaram doentes?

— Eu... sinto-me bem — replicou Aria.

— Eu apenas sinto-me um pouco cansado — disse Byron. Essa fora a primeira vez que falara no espaço de dez minutos.

— As coisas... que tu tinhas na... — Ben fez uma pausa, tentando arranjar as palavras certas —... cabeça já acalmaram?

— Hum... Sim... Já estão um pouco mais calmas — replicou ele.

Big levanta-se, interrompendo a conversa:

— Vamos mas é comer para nos pormos a andar até ao quartel. Já estamos muito perto.

Ben continuou a sua refeição com os seus amigos.

Depois de comer, arrumaram as suas coisas e continuaram a sua viagem, entrando na floresta densa.    

Tempestade Solar - Vírus Mortal #2Onde histórias criam vida. Descubra agora