Aquilo não estava bem.
Nada mesmo.
Ele abriu os olhos e reparou que estava sozinho. Não havia sinal de Aria, nem Byron e nem mesmo Big.
Levantou-se, dando um salto. Recompôs-se e caminhou para o exterior da gruta. A brisa do Sol nascente aparecia progressivamente atrás do horizonte.
Vira Aria estendida no chão rochoso.
— Aria? — a voz falhou-lhe — Aria! — correu em direção à amiga.
Ela estava adormecida. Ou talvez morta.
Abanou o corpo dela mas não sentiu qualquer atividade corporal. Colocou dois dedos no seu pescoço, um pouco mais abaixo do maxilar e tentou sentir o seu ritmo cardíaco.
Nada.
O pânico apoderou-se de Ben, como um formigueiro.
— Aria! Acorda, por favor! — insistiu ele, sentindo as lágrimas a arderem-lhe nos olhos.
Ele colocou novamente os dedos por baixo dos maxilares e não sentiu o ritmo cardíaco.
Uma lágrima escapou de um dos seus olhos. Deu um grito de perda. Ele sentia-se sozinho. Não iria conseguir viver sem Aria. Conhecia-a à tão pouco tempo, mas rapidamente, ela tornou-se demasiado importante para ele.
O corpo de Aria moveu-se e levantou-se lentamente, murmurando.
O pânico de Ben transformou-se rapidamente em alívio.
— Ben... — murmurou ela com a mão na cabeça.
— O que é que se passou? Pensei que te iria perder! — Ben quase gritou a dizer a última parte da frase.
— Foi... — deu um gemido de dor e levantou-se por completo — ... ele... atacou-nos...
Ben levantou-se imediatamente, completamente perplexo:
— Quem?
O que Aria disse causou um enorme impacto em Ben:
— O Lawrence.
Ouviu-se um estrondo no fundo do vale rochoso. Pareceu ser um tiro de uma pistola. Gritos ecoaram pelo espaço. Pareceu ser de Big.
— Eles devem estar em apuros! — gritou Aria — Aquele filho da puta do Lawrence é um grande cabrão. Atacou-nos a todos.
Aria desatou a correr em direção ao enorme ruído do tiro, e Ben seguiu-a.
Estava calor. O Sol estava intenso e fazia com que a dor de cabeça que Ben sentia, latejasse.
Quando chegaram à zona onde o som do disparo da pistola surgiu, viram Byron estendido no chão com Big debruçado sob ele. Lawrence estava meio atordoado, estendido no chão, tentando-se levantar. Parecia que Lawrence estava completamente tresloucado da cabeça.
— O que é que se está passar aqui? — perguntou Ben
Byron estava se a tentar mover mas tinha algo no seu braço — estava a sangrar — que salpicava em enxurrada. Big estava a fazer pressão com a sua mão sob a ferida — os braços dele estavam ensopados de sangue. Havia imenso sangue e Byron gritava de dor, tentando-se levantar.
Ben sabia muito bem como era a dor de um tiro, o quanto doía. E sabia perfeitamente que Byron estava a desejar para desmaiar naquele momento.
Lawrence levantou-se por completo e apontou a arma para Ben.
— Isto é tudo por culpa tua, cabrão de merda! — ele cuspia sangue escuro conforme falava — Fiquei com o caralho do vírus porque o meu sangue ficou exposto àquele ar contaminado, quando o teu amiguinho da merda me disparou uma bala para a porcaria do meu ombro.
Lawrence estava idêntico a um Kerno tresloucado — os mesmo ferimentos, a mesma cor do sangue... era tudo igual.
— Calma Lawrence... Tens de ter calma — disse Ben, tentando parar a situação.
— Fecha-me essa boca nojenta! — gritou ele — Eu... não me quero tornar num deles!
— Hum? — Ben olhou diretamente para Lawrence — O que é que estás para aí a dizer?
Lawrence desviou a arma para si próprio e encostou a culatra na sua própria cabeça, desesperadamente.
— Quero morrer. Não me quero tornar num deles — a sua voz tornou-se calma e fria.
— Não faças isso! Não! — implorou Ben, completamente abalado.
— Não aguento viver mais. Sinto coisas no meu cérebro. A comerem-no. Eu já não tenho controlo em mim mesmo — frases pequenas; desprovidas de emoção.
— Mas não o faças! — insistiu Ben — Estamos tão perto de salvar a Jolly e ela poderá ajudar-te!
— Não. Não aguento mais! — gritou Lawrence, destravando o gatilho da pistola — Lembraste do dia em que eu te capturei a ti e aos teus amigos?
Ben não conseguia falar; as palavras não se formavam na sua garganta, portanto, acenou afirmamente com a cabeça. Um movimento tremido e assustado, quase em pânico.
— Bem, espero que um dia me perdoes — ele baixou o seu tom de voz.
Antes que Ben poder fazer algo, Lawrence premiu o gatilho e o som ecoou pelo espaço como gritos de almas perdidas.
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Tempestade Solar - Vírus Mortal #2
Science Fiction(Livro 2) Descobrir a cura deveria ter sido o fim. A extinção da humanidade seria salva, acabar-se-iam as mentiras da EVO e a vida de Ben voltaria à normalidade. Mas ninguém sabia que a EVO seria tão malvada ao ponto de querer matar Ben e os seus am...