CAPÍTULO CINCO

101 22 0
                                    

Ben piscou rapidamente os olhos, tentando se adaptar à escuridão. O alarme soava em detonações estridentes e ensurdecedoras.

— Mas que merda... Que raio se está a passar aqui?! — gritou George.

Assim que ele disse a última palavra, o som de energia a ser carregada encheu os segundos de silêncio entre os brados do alarme, seguido do estampido de uma granada a explodir contra o chão — o tal feixe de luz dos G-TIs. Os raios de eletricidade iluminavam o espaço; Ben vira uma figura sombreada a correr do fundo do corredor em direção a eles, aparecendo gradualmente do interior da penumbra.

Ben observou durante uns vastos segundos. O formato, o geito de andar. Era Marcus, sem sombra de dúvida. Fora ele que dispara uma granada azulada com o G-TI para eles.

— Voltem imediatamente para o vosso quatro! — gritava ele — É impossível sair das instalações da EVO!

— Estou farto de fugir deste filho da puta — grita George, correndo em direção a Marcus. Ele lança-se ao homem e dá-lhe um valente soco no rosto, deixando-o cair no chão. George pegou na G-TI e pendurou-a no ombro.

O alarme cessou. As luzes voltaram.

— E... — Ben tinha começado a falar num tom muito alto e depois baixou a voz — E agora?

— Acabou? — perguntou George.

— O facto de terem desligado o alarme não significa nada — disse Jolly

— Pois... Temos de ter cuidado. Sabe-se lá se irá aparecer outro cabrão da EVO — anuncia Zack.

— Pois... mas vamos ao corredor B77. Precisamos de armas.

O silêncio fora interrompido pelas colunas de som que estavam no teto. Uma voz feminina, que Ben achava bastante familiar, anunciou:

— Obrigada por nos terem dado a formula da cura. Sem vocês não conseguiríamos descobrir uma vacina para a cura do KHS. Benjamin, tu és mais inteligente do que isso; fugir para a Terra não vai adiantar de nada. Como tal, para completarmos a cura necessitamos de cada gota de vosso sangue. Só vocês é que poderão salvar a humanidade. Claro que vos queremos devolver as vossas memórias para vocês poderem morrer a saberem qual é a vossa origem — as colunas de som deram um safanão — Não vos posso deixar ir para a Terra pois o Eclipse de Fogo inicia amanhã e isso matar-vos-à a todos.

— Quem é que está a falar? — perguntou Jolly

— É a criadora da EVO — suspirou Aria — Cynthia Morgan.

Aquilo fora demasiado confuso para Ben. Eclipse de Fogo? O que seria isso?

— O que é o Eclipse de Fogo? — perguntou Jolly

— É um acontecimento que já estava previsto para o ano 2077 desde 2020 — respondeu Aria — Quando um eclipse solar potencialmente perigoso, como este que ela se referira, se inicia, dizimará e destruirá mais de metade do planeta, ou seja, através de tempestades solares, queimará tudo o que estiver exposto ao Sol — Aria parou para recuperar o fôlego — Isto é, não devemos ir para a Terra pois morreremos todos.

— A mim não me interessa. Eu vou para a Terra nem que me matem! Não aguento este sítio! — gritou Jolly

Ben olhou de esguelha para o seu lado esquerdo e vira Marcus a levantar-se e os soldados a chegarem.

— Cuidado! — grita George. Ele ergue a sua G-TI e dispara feixes de luz para os guardas e para Marcus.

— Levem as armas dos guardas! — gritou Zack

Ben, Jolly, Aria e Zack caminharam para junto dos guardas que estavam a ser eletrocutados e levaram as armas. Ben pendurou-a ao ombro.

Ena, não é tão pesada como parece. Muito leve mesmo — pensou ele — Cerca de um quilo?

— Vamos para o corredor B79! Já! — gritou Aria.

Todos seguiram Aria, atravessando dois corredores até chegarem a uma sala com um enorme monitor com várias luzes a piscar. Haviam pelo menos vinte buracos na parede — eram as cápsulas.

Aria premiu um série de botões.

Alguns guardas tentaram entrar na sala. Porém, Ben, Zack e George estavam à frente da porta para eles não passarem.

— Querem ir para a Europa? — perguntou Aria.

— Por mim tudo bem! — disse Jolly.

— Está bem, venham! Entrem nas cápsulas! — ordena Aria

Ben correu para um dos buracos, enfiando-se no interior com a sua G-TI na mão.

Ele não viu os outros a entrarem nas suas cápsulas. Apenas conseguiu ver os guardas a entrarem na sala.

Um vidro baço por cima da cabeça dele fechou.

Ouviu-se um zunido elétrico.

O motor dá um safanão e depois ouve-se o som do motor a ligar. Foi então, que uma voz feminina anunciou:

— Destino: Paris, França.

Ben fechou os seus olhos e sentiu a cápsula a ser disparada com toda a velocidade. 

Tempestade Solar - Vírus Mortal #2Onde histórias criam vida. Descubra agora