CAPÍTULO NOVE

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Aquele momento fora totalmente surreal. Ouviu-se gritos de Jolly e de Aria. Gritos ensurdecedores, agudos de sofrimento.

— ESTOU A DERRETER! — gritou Jolly

Ben transpirava por todos os lados e não o conseguia controlar.

— Ali! — gritou George, apontando para uma aeronave abandonada ali ao fundo — Vamos para dentro daquele Syker! O exterior do Syker foi construído para aguentar altas temperaturas! Estamos a salvo lá!

Ben e os outros correram para junto do Syker, abriram a porta lateral e entraram, fechando a porta atrás deles.

Jolly sentou-se no chão juntamente com Aria. Toda a gente arfava.

O corpo de Ben doía-lhe; tinha feridas avermelhadas espalhadas pelo seu corpo.

George saiu do cokpit dizendo:

— Já verifiquei os motores e esta merda não funciona.

— Estamos a ter uma sorte...! — Zack usou um enorme tom de ironia na palavra «sorte».

— Daqui a meia hora, o planeta estará completamente dizimado. Passará a chamar-se Terra em Chamas — anunciou Aria — Ou seja, a partir de hoje o planeta deverá sobreaquecer.

Sentaram-se e descansaram.



***



Após cerca de vinte minutos — de acordo com o relógio de pulso de Ben —, ele encostou-se no sofá com Aria ao seu lado. Jolly e Zack ajudavam George a preparar uma pequena refeição — o Syker possuía alguma comida de reserva.

— Que grande aventura, hã? — Aria quebrou o silêncio.

Ben apenas acenou com a cabeça; não lhe apetecia falar com ela.

— Tenho saudades de quando nós os dois brincávamos à apanhada nas estações da EVO — continuou ela — Apanhava-te sempre.

Ben esboçou um sorriso:

— A sério? — por incrível que pareça, a conversa estava a começar a interessar-lhe.

— Sim. Honestamente, eu era mais rápida que tu — Aria riu-se

O seu rosto era lindo. Apesar de ela estar coberta de poeira e possuir alguns ferimentos, continuava bela.

— Gostava de me lembrar disso, sabes? — desviou o olhar para o chão metálico do Syker.

— Os testes da EVO eram terríveis — disse Aria — Ainda bem que não te lembras deles...

Ben revirou os seus olhos:

— Eu lembro-me de ter uma recordação... — fez uma pausa — Onde tive de matar o meu próprio pai.

Ela tinha uma expressão de tristeza:

— Sim, eu lembro-me disso. Tu próprio disseste que não concordavas com a EVO desde o inicio.

— Conta-me como é que a vida lá fora é. Por favor.

Ela inspirou fundo:

Tempestade Solar - Vírus Mortal #2Onde histórias criam vida. Descubra agora