Capítulo- 02 Espírito livre.

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REY

Quando estava a procura de um lugar para ser o meu estúdio/casa, a minha unica exigência era a vista do local. Não me importava o lugar que fosse, eu queria uma vista inspiradora, algo que tomasse a minha atenção, e me fizesse viajar a cada segundo do meu dia para um lugar diferente.

E por sorte, eu encontrei este lugar. Ele me faz viajar, na maioria das vezes, não para lugares tão diferenciados, mas eu consigo ter boas inspirações em fronte de minha janela ampla, no ultimo andar de um prédio não muito novo proximo ao centro de Londres. Os prédios, com uma pequena área arborizada era o carro chefe daquela vista. Menos em dois momentos. O por, e o nascer do sol. E estes, eram os momentos que eu mais adorava estar em casa.

São exatamente seis da manha, o sol acabou de terminar de nascer, ainda bem tímido, mas bastante promissor. Eu estou sentado em frente ao meu cavalete, o meu pincel em uma mão, a paleta -em que misturo as cores- em outra, ao lado de minhas tintas, enquanto coloco cor em uma tela que acabei de rabiscar com carvão. E nela, continha a imagem da linda mulher a minha frente. Sara,era uma mulher simplesmente linda. Tinha a conhecido em um PUB bem legal a uma semana atras, e esta noite, eu resolvi chama-la para o meu estúdio/casa. Tivemos uma madrugada divertida, se e que me entende, e acordei ainda mais inspirado. Apos o seu sono, eu circundei totalmente o seu corpo, para gravar em minha memoria todas as suas curvas, que infelizmente não eram muitas, mas eram lindas.

A sua forma coberta apenas pelo lençol, que antes abrigava os nossos corpos de forma aconchegante, agora envolve o seu corpo com a mesma proteção de alguns minutos atras, e também, estampa a tela a minha frente. Ajeite em alguns lugares, para que o lençol cobrisse apenas o que eu queria, e comecei a colorir a sua imagem. Ainda bem que ela tinha sono pesado. Ela estava linda completamente adormecida, com os seus cabelos negros esparramados, contrastando com a fronha branca onde a sua cabeça repousava.

Pintar e libertador, e uma forma de expressão, uma das mais belas, e inofensivas formas de expressão. O ser humano que tem a capacidade de deixar tudo ao seu redor perigoso, e ofensivo aos olhos alheios. Eu sempre procurei ser o mais digno possível em toda a minha vida, não por mérito de meus pais, mas sim, por mérito de minha falecida avo Catarine. Como sou o mais velho de três filhos, tive mais tempo de sugar boa parte de sua sabedoria gentilmente compartilhada comigo, que sempre procurei levar a risca os seus ensinamentos. E hoje, me considero um cavalheiro, ao menos na maior parte do tempo.

Divagando entre a minha pintura, e as minhas lembranças, me deixei ficar completamente distraído das coisas ao meu redor, e apenas me assustei ao sentir mãos quentes em meu peitoral, deslizando ate o meu abdome coberto por uma blusa de manga preta.

-Sou eu?-sua voz suave ecoou em meus ouvidos, e eu permaneci serio, não curto ser interrompido dos meus pensamentos, e lembranças.

-Sim, gostou?-perguntei por fim.

-Não esta pronto, não tem muita forma, mas estou gostando!

-Não estou nem na metade. Ainda tenho que acertar a cor, e textura de sua pele.-não desgrudei os olhos da tela.

-Acho que para isso, voce precisa me olhar, não e mesmo?

Ela se posicionou a minha frente, e só ai, eu notei que ela estava completamente nua. Linda, e simplesmente natural. Quando as mulheres vão entender, que elas ficam ainda mais lindas ao natural? Neste momento, Sara, esta simplesmente linda, sem nada sobre a sua pele, e com o reflexo do sol destacando a sua cor, que não era nem branca, e nem morena, era um lindo meio termo.

Deixei a sua pintura de lado me levantando, e ficando a sua frente, a encarava de sima para baixo, sem desviar os meus olhos dos seus. Segurei com firmeza os cabelos de sua nuca, tombando o seu pescoço, e distribuindo beijos pela região, sentindo as suas mãos divagarem pelas minhas costas, em um toque firme, e dolorido devido ao contato de suas unhas em minha pele.

Através Dos Seus Olhos - (1° livro da duologia)Onde histórias criam vida. Descubra agora