Através Dos Seus Olhos - (1° livro da duologia)

Capítulo- 03 O Troglodita Sexy

Juliana Diniz

Sabe qual foi a primeira coisa que eu me perguntei quando acordei esta manha? 

Sera que eu vou sobreviver a trinta dias em um pais desconhecido, e sozinha?

Então, esta minha pergunta foi respondida, logo depois do cafe da manha, quando eu peguei um guia das melhores coisas a se fazer em Londres, que repousava tranquilamente no balcão da recepção do hotel. Sim, eu vou Turistar!

E neste momento, eu estou meio que caminhando sem rumo, livre, leve e solta, apenas observando, e sentindo um frio desgramado, com os pés começando a doer de tanto andar. Sabe como e, não e tão fácil ficar locomovendo, os meus deliciosos 95 quilinhos, por ai, as pernas doem. Então, para fazer um delicioso pit stop, eu parei em uma linda e perfumada casa de cup cakes.

Sabe em desenhos animados, quando os personagens veem muito dinheiro, e aparecem cifrões em seus olhos? Duvido que não tenham aparecidos aqueles deliciosos bolinhos através de minhas pupilas. Por que este bolinho tem que ser tão bom, e ao mesmo tempo tão calórico? Bom, ate hoje eu só me questionei, o quanto eles são bons. Definitivamente, eu deixei as calorias de lado, se eu for pensar assim, nunca mais como absolutamente nada. E eu ainda não estou preparada para morrer, de fome. Não mesmo meu bem!

Pedi um bolinho de red Velvet, com recheio de geleia de frutas vermelhas, e uma generosa cobertura de chantilly. Não tem aquela expressão "Fui no céu e voltei"? Sinto como se isso tivesse acontecido comigo, na primeira mordida. Como aquilo era gostoso.

Era pouco mais de uma da tarde, e eu estava no centro de Londres, acompanhada apenas de minha filha-câmera-, que nesta viagem, foi eleita a minha melhor amiga. Eu estava meio que sondando a cidade, para descobrir o que eu iria fazer durante a noite, e eu descobri que tem vários PUB's bem pertinho do hotel em que estou hospedada, na realidade, tem uma rua repletas destes lugares, que são recheados de paqueras, e pegação.

Não aceito passar trinta dias em Londres, sem dar se quer um beijinho na boca. Se isso acontecer, eu juro que entro em depressão, e se eu entrar em depressão, eu vou explodir que nem a dona Redonda- personagem daquela novela antiga, que só a sua mãe sabe o nome-, de tanto comer. E sinceramente, me amo demais para deixar chegar a este ponto.

Depois que eu descobri a traição do Guilherme, eu descobri outra coisa. Demorou, mas eu descobri. Descobri a mulher maravilhosa, e confiante-nas horas vagas-, que habita dentro de mim. Descobri o amor próprio, e o respeito a mim mesma. E quando voce aceita ser diminuída por terceiros, e por que voce não ama a si mesma, voce mesma não se respeita.

A culpa e deles por ter a mente pequena? Sim! Mas e nossa também, por permitir, por deixar ser diminuída por alguém que deve ser muito menor do que voce, por alguém que precisa diminuir outra pessoa, para se sentir forte, no fundo, certamente, e menor do imagina ser.

E quando eu descobri isso, mandei o fantasma do Guilherme, para a ponte que partiu, fiz uma recauchutagem geral na funilaria, pitura nova, e sai da oficina linda e maravilhosa como um carro zero quilometro. Pronta para passar por cima de quem quisesse ultrapassar as minhas curvas.

Bem, esquecendo o assunto Guilherme, eu continuo andando pelas ruas desta cidade incrível, e neste momento, eu estou sentadinha em uma praça linda, turistando legal. Já estou com o tanque cheio, com o óleo trocado, e pronta para dar inicio as minhas quilometragens. Okay, chega de ficar me comparando a um carro, tudo bem que tem alguns modelos que são lindos, mas eu sou muito mais.

Na praça em que eu estava tinha um chafariz lindo, com a água clara refletindo o céu, que apesar de estar azul, permanecia um frio da porra. Meu amor, eu sou mineira, radicalizada em São Paulo, qualquer quinze graus para mim, já e motivo de bater o queixo.