Juliana
Depois de um trajeto cheio de revelações por parte do Rey, enfim chegamos a tal feira que ele tinha me falado.
Não imaginava que ele carregava uma carga emocional familiar tão tensa, tão pesada. Eu acho que família e algo tão sagrado, família e a base de uma boa vida, de uma boa educação. Acho que e por eu ter tido, ou melhor, pro eu ter uma família tão especial e tão abençoada, que eu acabo estranhando quando vejo alguém com problemas familiares tão intensos como o Rey.
***
Eu me vi em uma feira Hippie, ou algo bem parecido, na realidade. A feira parecia um lugar meio perdido no tempo, com pessoa de vestimentas que lembravam dos anos 70 em diante, com lojas nesta vibe, e muita, muita gente tatuada. Olhando para o Rey, nem parece que ele curte este tipo de lugar, mas definitivamente, aqui deve ser um lugar muito inspirador, já que mesmo com toda a sua peculiaridade, e um lugar muito lindo!
Ele tinha estacionado o seu belo carro no estacionamento privativo da feira, e antes de entrar pelas ruas estreitas de paralelepípedo, de pitura exageradamente forte, e algumas bem fechadas, eu me vi completamente perdida na arquitetura do lugar, cheio de sobrados antigos, mas muito bem conservados.
Olhando ao meu redor, eu me senti a estranha, eu me senti deslocada, mas não de uma forma ruim, era legal ver todas aquelas pessoas tatuadas, com percingis em vários lugares, tanto visíveis, como provavelmente não. As roupas, e sapatos estranhos. E claro, os cabelos extremamente coloridos. E uma coisa que era ainda mais comum entre eles, o sorriso, ou a expressão de "em casa" que cada um carregava enquanto caminhavam tranquilamente entrando e saindo de ruas e lojas.
Fui despertada dos meus pensamentos por um toque quente em minha mão, uma mão grande, e de dedos cumpridos, envolveu a minha a tomando para si em um aperto, em um entrelaçar de dedos, que me deixou com um sorriso frouxo nos labios. Olhei para o Rey, e ele me olhava de forma suave, com um sorriso mais contido brincando em seus labios.
Lábios este que haviam me enfeitiçado, que a todo o momento em que olhava para eles, sentia uma puta vontade, quase desesperadora de beija-los, de suga-los, morde-los, e nunca mais solta-los. E parecendo ler os meus pensamentos, ele se curvou sobre mim, e diante da nossa enorme diferença de estatura, selou os nossos labios, de forma tranquila, com um beijo gostoso, cheio de língua, onde as suas mãos não ficaram mais grudadas nas minhas, e envolvendo o meu corpo com facilidade, me segurando com firmeza contra o seu, pude sentir o meu coração acelerar como o motor de uma ferrari, que vai a 200 km/h em 9 segundos.
Puta que pariu, este gringo vai me deixar completamente louca!
Entramos de mãos dadas na feira, depois de uma pequena demonstração de carinho ardente na entrada da rua. E agora voce me pergunta como eu fiquei depois deste beijo, certo? Eu digo que fiquei completamente molhada! E cheia de vontade de voltar para aquele carro, e só sair de la, depois que ele me fizesse gemer o seu nome enumeras vezes.
Mas acho que podemos deixar esta parte para depois!
Enquanto caminhávamos lado a lado, ele ia me contando um pouco da historia do lugar, logico, como o Rey e inteligente, e muito bem informado ele obviamente sabia muito sobre a historia da feira, e deixou isso bem claro para mim de uma forma bem sua, e divertida.
-Mesmo para os padrões britânicos, usualmente mais liberais do que o resto do mundo. Seja muito bem-vinda a um lugar que exala aquele aroma curioso que inspira imediatamente estados diferentes de consciência. Particularmente, eu gosto muito daqui, e este e um dos motivos de eu vir ate aqui sempre que posso, a inspiração que o lugar, as pessoas, e todo o conjunto me trás!-sorriu como um garotinho entrando em uma loja de doces. Bem-vinda a uma região onde cogumelos mágicos podem ser comprados nas esquinas-assim como a maconha-, mas, deixamos esta parte pra la!-disse mais baixo me fazendo sorrir. Botas de cano muito alto são como... As havaianas?-apenas concordei. As Havaianas que circulam nos pés dos brasileiros, naquelas lindas calçadas em Ipanema, e Copacabana. E claro, os piercings só parecem esquisitos quando não estão aqui!-apontou para o próprio corpo. Como no caso, nos dois!-terminou com um piscar de olhos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Através Dos Seus Olhos - (1° livro da duologia)
RomansJuliana Diniz, e uma fotografa experiente, ela ama as formas, e admira todas as belezas que a paisagem possui. Porem, apesar de amar fotografar exteriores, ela expande seus horizontes, trabalhando para uma revista de empreendedorismo, no caso, ela f...