A Light in the City-(Livro 1)TERMINADA

Capitulo 1

(2 meses antes)

As ruas encontravam-se apinhadas dificultando-me a passagem até ao pequeno café que encontrara no primeiro dia em londres e que, desde então, frequentava todos os finais de tarde mesmo depois de terminar na faculdade. Assim que as portas se abriram à minha frente uma onda de calor reconfortante fez-me arrepiar. Retirei o gorro vermelho que até ali me aquecera a cabeça e passei uma mão pelo cabelo. Enquanto me dirigia para a mesa que habitualmente ocupava acenei a Chloe. Chloe era morena com uns olhos azuis de morrer e tinha sido das primeiras pessoas com quem falei quando cheguei, a sua personalidade conseguia superar a beleza exterior por muito impossível que parecesse.

“Hi Mags” sorriu ao ver-me e piscou o olho, ao início não entendi, mas assim que me aproximei da “minha” suposta mesa o motivo era evidente. Sentado no canto que, até então, utilizara para me distrair um pouco de tudo encontrava-se um conjunto de cabelos encaracolados despenteados pelo vento. Nunca tinha acontecido de encontrar o lugar ocupado em toda aquela semana, o que me apanhou um pouco desprevenida. Tentei rapidamente procurar uma nova mesa, rezando para que o rapaz não tivesse reparado no meu bloqueio

“Desculpa, estás bem?” tarde demais, amaldiçoei-me enquanto me virava para o encarar

“ Sim, desculpa”

“Essa é a mesa dela” Chloe apanhou-me de surpresa

“Oh, peço desculpa eu saio já” começou a erguer-se

“Não! Ora essa fica, a mesa não é mesmo minha eu sento-me noutro sítio”

“ Porque não partilham a mesa?”

“CHLOE!”

“Por acaso não me importava de alguma companhia” o seu sorriso era daqueles que valiam milhões

“Hum, não sei”

“Claro que ela fica” jurei mata-la naquele mesmo momento “Além disso já tenho aqui o teu pedido” pousou o meu chocolate quente na mesa e escapou-se por entre as mesas

“Amiga engraçada”

“A quem o dizes -.- “

“Podes sentar, eu não mordo” ri-me e assim o fiz

“Desculpa novamente, sou a Margarida, Mags” estendi-lhe a mão que ele aceitou

“Harry”

“Eu sei” sorri-lhe

“Oh, estou a ver. Desculpa a pergunta mas és de cá? Margarida não me soa britânico”

“Não, Portugal”

“A sério? Costumava passar lá férias”

“No sul aposto, eu cá sou do norte”

“Como sabias?”

“É quase certo :) Não que o norte não seja bonito mas as pessoas de fora costumam olhar mais às praias do algarve”

“Era para onde eu ia” rimo-nos “O que te traz a Londres?”

“Universidade, vim em Erasmus por seis meses”

“Sozinha?”

“Yup”

“Não ficaste assustada? Tu sabes, país novo, língua nova”

“Nem por isso, era uma coisa que sempre quis e escolhi Londres já para me sentir mais à vontade com a língua”

“Que sabes falar não há dúvida. Que estás a estudar?”

“Psicologia, mais tarde quero especializar-me nas áreas de criminologia”

“Isso é porreiro, vais lidar com criminosos e assim, certo?”

“Sim, posso trabalhar tanto com adultos como com jovens delinquentes”

“Lembra-me de não quebrar a lei ;)”

“Ahah, não te preocupes. Além disso de certeza que os teus companheiros não te deixavam descarrilar”

“Tens razão. Com que então és fã?”

“Pode dizer-se que sim, gosto das vossas músicas, mas não me apelido directioner. Vocês conseguiram uma grande legião lá em Portugal ”

“O concerto lá foi espetacular, um dos meus preferidos e não digo isso por seres portuguesa. A verdade é que todos os concertos são fantásticos, temos fãs espantosas que não nos deixam desanimar de nenhuma vez que atuamos, no entanto há sempre um concerto ou outro que se destaca. No caso de Portugal foi incrível ver um pavilhão inteiro cantar e não só gritar, souberam ate estar em silêncio nas partes precisas, perfeito”

A conversa continuou a desenrolar-se pelo final da tarde, era tao simples manter uma conversa acesa com aquele rapaz de olhos verdes encantadores que as horas voavam simplesmente…

Ao longo de inúmeras palavras trocadas pude perceber todo o amor, gratidão e respeito que ele nutria pelas suas directioners, é admirável ver como um rapaz que passou de uma vida normal a super milionário e famoso conseguir manter-se de pés bem assentes na terra. Afinal aquela ida a londres não me trouxera apenas uma nova língua ou uma nova prespectiva no que toca a psicologia, deu-me também a possibilidade de conhecer uma pessoa que para além da sua beleza exterior conseguia, ainda, utilizar o cérebro para pensar.

“Parece que tenho de ir, foi um gosto conhecer-te Mags” com um ultimo beijo na minha face desapareceu pelas portas daquele café que nos mantivera quentes e embrenhados numa longa conversa. Estava na hora de voltar a casa, amanha seria um novo dia, quem sabe nos voltaríamos a encontrar...