Capitulo 44

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O dia seguinte passou bastante rápido, acordamos com Anne à procura de Harry (que devia estar no seu quarto em vez de estar no meu), tomamos o pequeno almoço todos juntos, passeamos juntos pela vila e acabamos por almoçar num restaurante perto de casa. Anne passara o dia a tirar-nos fotos, dizia querer ter mais fotos dos filhos e de momentos felizes para mais tarde recordar. Nunca, durante todo o dia, me sentira excluída, todos me fizeram sentir em família e adorara aquela viagem.

“Promete-me que voltas, mesmo que o meu filho seja tolo o suficiente para te deixar ir” eu e Harry estávamos de regresso a casa pelo que me despedia de Anne

“Prometo Anne” dei-lhe um ultimo abraço e entrei no carro, acenei até de os deixar de ver

“Gostaste de vir?” perguntou Harry assim que entramos na autoestrada

“Adorei, a tua mãe é mesmo uma querida”

“Sim, mas isso é porque gostou de ti, até acho que já gosta mais de ti do que de mim” ri-me

“Não sejas parvo” rimo-nos e falamos de coisas disparatadas, nenhum de nós se queria lembrar que era o nosso ultimo dia antes de ele partir em tour.

“Maggie?” a sua voz era suave, tirei o olhar da janela para o olhar

“Sim?”

“Estás bem?” só então reparei que me havia desligado no meio dos meus pensamentos. Sabia que a partir do dia seguinte teria de dormir sozinha, jantar sozinha, basicamente voltar à mesma rotina que mantinha antes de o conhecer.

“Desculpa estava a pensar” dei-lhe o meu melhor sorriso, ele sabia perfeitamente no que eu pensava pelo que me pegou na mão e pousou ambas no meu colo

“Nós aguentamos” permanecemos em silencio o resto da viagem, cada um em dialogo com a sua mente. Comecei a rever os meus dias com ele, desde o dia no café, a quando me apareceu em casa perseguido por fotógrafos e quando me beijou nos seus anos. O acidente, a sua declaração, o começarmos a namorar, tinha todos os dias gravados como se tivessem passado no dia anterior. Lembrei-me do dia em que lhe contei dos meus problemas com o peso, da luta com Liam, da minha virgindade. Durante todos aquele meses juntos sempre me senti a sua preocupação numero um, fez questão de me dar o seu amor todos os dias, e acima de tudo respeitava-me como mais ninguém o havia feito anteriormente. Afinal que mais poderia eu pedir dele? Eu já não tinha razões para manter a mínima duvida quanto à sua pessoa, confiava nele inteiramente e estava na hora de lhe confiar o meu ser por completo “Chegamos...” saí do Range Rover ao mesmo tempo que Harry dava a volta para me dar a mão e entrarmos juntos em casa.

Olhei para as minhas roupas, usava a mesma saia do dia anterior mas agora tinha uma camisa branca de Harry como parte de cima, atada num nó na cinta, os meus pés antes revestidos por umas sandálias tocavam agora o chão nus. Sabia que o meu cabelo caía e ondas despenteadas, secara com sol depois do banho tomado de manhã. Ergui o meu olhar que repousou em Harry, com as calças de ontem vestira uma camisa azul aberta por completo, várias das suas tatuagens eram visíveis. Tal como eu fizera descalçava-se e pela centésima vez naquele dia passou uma mão pelo cabelo. Sorri perante a imagem mesmo à minha frente, quem me visse diria “que tola apaixonada”. Tive uma ideia...

“Venho já” subi as escadas duas a duas e fui direta ao “nosso” quarto. Avistei o que queria e peguei-lhe levando-o comigo para a casa de banho. Despi rapidamente as roupa que tinha e entrei no chuveiro prendendo o cabelo. Passei-me rapidamente por água e embrulhei-me num dos toalhões de banho. Lavei os dentes e penteei o cabelo, domando um pouco as ondas selvagens. Por fim peguei na saca e olhei pela segunda vez a prenda de Harry. Tirei cuidadosamente da saca e vesti primeiro as cuecas pretas, como não sei, mas ele acertara nos tamanhos. Vesti então o corpete e as meias com as ligas. Olhei-me ao espelho e as minhas faces coraram, respirei fundo e enchi-me de coragem “É agora” murmurei para mim. Arrumei a toalha, a saca e as roupas e dirigi-me à porta do quarto. Ia sair quando me lembrei que não podia ir descalça ou rasgaria as meias. Peguei nuns saltos altos do armário e desci as escadas tentando fazer o mínimo barulho. Encontrei-o na sala ao telemóvel, estava de costas para mim e ria-se de algo que a pessoa com quem falava dissera. Sem querer fiz barulho ao dar mais um passo, o que o fez virar-se. Os seus olhos abriram-se de espanto e no mesmo instante escureceram-se. Eu sabia o que aquilo queria dizer... desejo.

A Light in the City-(Livro 1)TERMINADAOnde histórias criam vida. Descubra agora