Ultimo Capitulo

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Desde do episódio do apartamento Harry não me deixava andar sozinha na rua, nem ele nem nenhum dos rapazes, pelo que sempre que saía estava com um deles ou com Chloe. Começava a dar em maluca com toda aquela situação, eu odiava sentir-me presa e era isso mesmo que eu sentia. A policia não conseguia levar as pistas até ao fim, pelo que até agora, três dias depois, eu continuava a precisar de “guarda pessoal”.

Estava sozinha em casa, Harry e os outros rapazes precisaram de se reunir com a crew  pelo que eu ficara por minha conta, claro que com o aviso de “não saias sozinha”. Comecei a mudar os canais de televisão pela milésima vez até que desisti, não dava nada de jeito na Tv. Levantei-me do sofá e fui atéà cozinha, mais valia entreter-me com alguma coisa. Procurei os ingredientes de que precisava para fazer o bolo que tencionava, mas faltava açucar. Pensei arduamente no que fazer, saía de casa e arriscava, ou ficava e continuava a morrer de tédio?

“Oh que se lixe” pensei para mim mesma e peguei nas chaves de casa “O que ele não sabe não o magoa” destranquei a porta e saí para a entrada de pedra de Harry. Ia a sair do portão quando senti algo, ou melhor, alguém puxar-me de novo para dentro com a mão na minha boca. Senti-me ser empurrada contra o muro do jardim e a pancada desfocou-me momentaneamente a visão. Só quando consegui focar de novo percebi quem se encontrava a minha frente, não queria acreditar...

“Tu” sussurrei contra a mão que me tapava a boca

“Olá boneca, pronta para a minha vingança?” a sua voz causava-me arrepios, era notavél a malicia por trás do seu tom

“O que te fiz eu?” perguntei já assustada, e foi o pior que podia ter feito, os seus olhos faiscaram de fúria e um estalo segui-se

“O que me fizeste? O QUE ME FIZESTE? ARRUINASTE-ME A VIDA!!!” bateu-me de novo

“Eu não percebo” as lágrimas já começavam a rolar pelo meu rosto, não só de dor, mas de medo

“Por tua causa perdi tudo! Fui despedido, a minha namorada deixou-me e agora os meus amigos olham-me de lado, e a culpa é toda tua sua cabra!” e veio mais um estalo, deixou-me o rosto a arder como se que me queimassem

“Mas como é isso culpa minha?” a minha voz era cada vez mais esganiçada, abafada pelos soluços do choro

“Tu arruinaste tudo!” abanou-me fazendo-me bater de novo contra o muro

“Mas, mas”

“CALA-TE” berrou-me dando-me uma joelhada no estômago que me fez inclinar para a frente com a dor “Vais pagar caro por tudo o que tu e o teu namoradinho rico me fizeram. É a minha vez de me rir, e tu vais sofrer, vou-te ouvir gritar, chora à vontade. E não penses que desta vez consegues escapar!” começou a bater-me constantemente, estalos, joelhadas, murros, não me conseguia desviar deles, eram demasiado rapidos e constantes. Cheguei mesmo a cair ao chão e as agressões passaram a pontapés, nunca parou de gritar comigo e com o tempo fui perdendo a consciencia, deixei de conseguir perceber o que dizia, tudo passou a ser um borrão cheio de sons indestinguivéis. As últimas imagens que tive foram de Harry, o seu rosto perfeito, os grandes olhos verdes a olharem-me logo pela manhã com o brilho do sono tornando-os espelhos, o sorriso torto quando tentava não se rir, os caracois selvagens quando os deixava secar com o sol, as suas mãos a passarem-me festas nas costas para que adormecesse. Os sons tornaram-se maiores, deixei de sentir alguma coisa mas ouvia alguém chamar-me, consegui distinguir o meu nome no meio da confusão,mas eu não queria, eu não queria ouvir, eu queria ficar ali, ali com o Harry, em paz...

(John)

Desliguei a chamada com o director do Hospital que me havia proposto o trabalho nos Estados Unidos, assim como a bolsa de Margarida. A chamada fora exatamente por isso, por Mags, eles precisavam da resposta dela. Decidi ir falar com ela pessoalmente, sabia que estava em casa depois de toda a confusão com a pessoa que a andava a ameaçar. Liguei o carro e conduzi até ao endereço que a levara varias vezes na ausencia de Harry. Tive de estacionar nua rua paralela à da casa e seguir o resto do caminho a pé, estava mesmo para tocar à campaínha quando ouvi berros de lá de dentro, reparei que o portão da entrada nao estava fechado e apenas encostado pelo que o abri e espreitei. O que vi a seguir foi como se o mundo me caísse, um rapaz de costas pontapeava violentamente uma Margarida quase desmaida no chão, e ali, naquele instante tive de tomar uma decisão: ligar à policia ou partir de imediato para cima do homem. Decidi-me pela primeira e assim que desliguei corri pelo jardim adentro

A Light in the City-(Livro 1)TERMINADAOnde histórias criam vida. Descubra agora