Capítulo 7

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Os dias seguintes passaram e quando dei por ela estava a sair da sala de teste, graças a Deus que me correra bem não me apetecia nada ter de fazer mais nenhum àquela cadeira. Não via Harry desde que deixara o meu apartamento no domingo ao fim de almoço

*Flashback*

Acordei com algo a luz que entrava pelas janelas, não era o meu colchão que tinha por baixo e de forma alguma estava no meu quarto. Esfreguei os olhos e percebi que tinha adormecido no chão da sala e a meu lado estava um Harry adormecido, tentando não o acordar pus-me a pé para ir à casa-de-banho.

“Onde vais?” uma voz rouca soou atrás de mim

“Casa-de-banho, já venho” Harry sentava-se no chão a passar a mão pelos caracóis furiosos, ficava absolutamente fofo cheio de sono.

“Que dizes a uma pizza? Posso ir ali a baixo buscar” já estávamos vestidos e a decidir no que comer

“Voto nisso, mas pago eu”

“Nem penses pagaste ontem, eu pago a pizza” nem tempo lhe dei para protestar pois já saía porta fora

*End of Flashback*

Ri-me sozinha no meio da rua ao lembrar a sua cara cheia de molho de tomate quando decidi dar-lhe a primeira fatia porque o menino se dizia cansado demais. Escusado será dizer que a fatia não calhou bem na boca mas sim no nariz. A forma como agia com ele era como se o conhecesse à anos, eu não costumo ser assim, não costumo ter tanta confiança com alguém ao fim de estar com ela 3x, mas já aconteceu o mesmo com Chloe, quando a conheci foi um clique instantâneo. Talvez aquilo significasse que fora destinada a ir para aquele país, que fora suposto conhecer ambos e que teriam um papel significante na vida que tinha ainda por viver.

Estava a passar por uma rua um pouco mais deserta quando senti alguém puxar-me para um beco. Gritei o quanto pude mas de imediato uma mão chocou com a minha face

“Pouco barulho ou é pior para ti” mandou-me contra a parede e tapou-me a boca “Percebeste?” gritei contra a sua mão e tentei soltar-me. Deu-me um novo estalo, mais forte que o anterior fazendo-me bater com a cabeça na parede. Doeu mas continuei a espernear “Está quieta!!” abanou-me fazendo as minhas costas colidir com extrema força na parede, fiquei sem ar por momentos e as lágrima surgiram. Uma das mãos do homem, não devia ter mais de vinte e cinco, passou-me pela perna e os seus lábios a beijar-me o pescoço. Gritei com mais força e mais um estalo “Ninguém te vai ouvir por isso aconselho-te a estar quieta!” sentia-me suja, com a sua mão a percorrer-me o corpo sentia-me um monte de lixo. As lagrimas rolavam com mais frequência pelo meu rosto e berrei quando me rasgou a meia calça. Mexi-me o mais que pude na tentativa de me soltar mas ele apenas se riu e continuou a sua investida pelas minhas pernas à minha anca, levando o vestido branco consigo. Foi ali que as palavras de Luís, um amigo de Portugal, me soaram na cabeça, “Arranja uma aberta e disferes o murro tal como te ensinei, não te esqueças que o movimento da anca é importante”. Os seus lábios no meu pescoço fizeram-me arrepiar de nojo e de impulso ergui o meu joelho com força fazendo-o embater em cheio no estomago do homem. Ele arquejou libertando-me por momentos, segundos que não desperdicei ao desferir o murro como me haviam ensinado. Desatei a correr o mais depressa possível apertando o meu casaco com força e escondi-me na primeira coisa que apareceu, uma casa de banho pública. Tirei o telemóvel do bolso do casaco, graças a Deus não o tinha perdido enquanto corria e marquei o primeiro número de que me lembrei. Atendeu ao segundo toque

“Mags?” comecei a chorar compulsivamente engasgando-me com o choro “MAGS? O que aconteceu? Que se passa?”

“Podes vir buscar-me, por favor?”

A Light in the City-(Livro 1)TERMINADAOnde histórias criam vida. Descubra agora