Capitulo 11

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“Mags acalma-te” estávamos parados em frente ao hospital, as aulas haviam acabado e Harry esperara-me na mesma rua para me poder levar ao hospital.

“Mas e se os miúdos não gostarem de mim? E se eu não conseguir criar uma empatia com eles e fazê-los falar comigo?”

“Vai correr tudo bem, eles vão gostar de ti, tenho a certeza. Vá salta do carro fora e entra-me naquele hospital de cabeça erguida, se faz favor”

“Ok :s obrigada” dei-lhe um beijo na face e saí do jipe, respirando fundo entrei na pediatria sem saber o que me esperava

Dirigi-me à senhora por trás do balcão de atendimento, as minhas mãos tremiam, uma coisa tinha sido fazer voluntariado em Portugal, onde as crianças falavam a mesma língua que eu, outra completamente diferente era interagir com crianças com um dialeto diferente.

“Boa tarde, posso ajudá-la?” perguntou-me com um sorriso, “pelo menos é simpática”, pensei

“Boa tarde, venho por causa do voluntariado aqui na pediatria”

“Ah sim sim, deixe-me só ver aqui” pegou nuns papéis e procurou o que pretendia “Margarida Silva?”

“Sou eu :)”

“Deixa-me só chamar um colega e ele já te indica o caminho”

“Obrigada :)” ela pegou no telefone e disse algo que eu não ouvi, distraída a olhar uma menina que dava entrada ao colo da mãe, estava pálida e parecia transpirar e tremer de frio ao mesmo tempo

“Margarida?” já não era a voz da senhora simpática que me chamava, mas sim uma voz masculina. Virei-me para me deparar com um rapaz que pouco mais velho devia ser que eu, contudo envergava a característica bata branca de médico e a sua tabuleta do nome indicava precisamente isso “Sou o Dr. Davies, podes tratar-me por John e estou encarregue do voluntariado nesta ala. Podes seguir-me?”

“Claro” enquanto me guiava pelos corredores fazendo uma rápida visita guiada não pude deixar de reparar que se tratava de um jovem atraente, o cabelo era de um castanho claro e os olhos azuis destacavam-se no rosto moreno. Devia medir os seus 1, 85m o que me fazia sentir pequena uma vez que não passava dos meus 1,62m, e a largura dos ombros estreitava até à cintura perfazendo um v “Desculpe a impertinência, mas não é um pouco novo para já estar encarregue de uma ala?”

“Ahah, não tem mal nenhum a pergunta, sim sou novo ainda estou a estudar, mas foi-me dada esta responsabilidade uma vez que os mais velhos gostam de sobrecarregar os mais novos” piscou-me o olho e eu sorri envergonhada “E porque pediatria sempre foi onde passei a maior parte do meu tempo uma vez que já estiva no lugar que vais ocupar agora”

“A sério?”

“Sim” continuou a informar-me sobre alguns procedimentos e no meio da conversa descobri que tinha 23 anos, que começara o voluntariado logo no primeiro ano de universidade e que pretendia continuar em pediatria e oncologia. “Margarida, podes tratar-me por tu, por favor? Já é a quarta vez que me tratas por você e faz-me sentir velho”

“Vou tentar x) Mas só se me tratares por Mags”

“Feito. Vou-te levar a conhecer a Lya, é uma menina de oito anos com leucemia, neste momento achamos que está estável e tem chances de conseguir vencer esta luta, vais gostar dela ;)” assenti e ele bateu à porta do quarto 202 e espreitou “Posso?” abriu a porta quando recebeu a resposta. Lá dentro encontrava-se uma menina loirinha, o cabelo não media mais que um quarto do meu dedo, com os maiores olhos azuis que alguma vez vira. A mãe sentava-se na cadeira ao lado da cama

A Light in the City-(Livro 1)TERMINADAOnde histórias criam vida. Descubra agora