EPÍLOGO

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 (Capa feita pela CoolStyles)

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Chegara o dia, e apesar de não se tratar do meu casamento quase podia dizer estar tão nervosa quanto a noiva. Chegara a Portugal há uma semana, onde fizera as ultimas provas para o vestido de madrinha e ajudara com os ultimos preparativos. O casamento seria na minha cidade natal, e do meu irmão é claro, numa das igrejas mais antigas, Gemma optara por se casar no país em que vivia atualmente de forma a marcar a sua nova vida. Toda a semana passou demasiado rapido e a hora de ver Harry aproximava-se a anos luz. O nervosismo foi aumentando e naquele momento, a meros minutos de entrar na igreja e o encarar as minhas mãos não paravam de tremer.

“Mags estás bem?” Gemma pegou-me na mão enquanto o carro nos levava até à igreja

“Nem por isso. Estou cada vez mais nervosa por o ver”

“Compreensivél, mas acredita que ele ainda deve estar pior que tu”

“Acho isso um bocado impossivél”

“Tenho de te contar uma coisa” encarei-a para me poder dizer “O Harry fez-se de forte Mags, mas eu percebia o quanto sofria e ainda sofre. A decisão que tomou não te custou apenas a ti, também o destruiu. Quando lhe liguei a contar do noivado e do casamento a primeira pergunta que ele fez foi “ela vai lá estar?”, não quis saber como fora o pedido ou os promenores para o casamento, a unica coisa que lhe importava era a oportunidade de te rever. Ele sabia que não podia fugir hoje e decidiu-se a agarrar-se a isso, acho ele estava mortinho por te ver, apesar de já não estarem juntos eu sei que ele ainda te ama” assenti tentando conter as lágrimas, a ansiedade de o ver apenas aumentou, estava bastante curiosa para saber se tinha mudado muito durante aquele ano “Chegamos” olhei pela janela para reparar que estavamos parados em frente a igreja. Respirei bem fundo antes de sair do carro. Caminhei até à porta onde o pai de Harry e Gemma esperava a minha cunhada. A hora da entrada aproximava-se e era portanto a minha vez de entrar, sabia que Harry já lá estava dentro lado a lado com Pedro. Dei um ultimo abraço a Gemma e abri a porta para a igreja.

Como que um íman o meu olhar recaiu de imediato sobre ele e bolas! Estava lindo! Envergava um fato preto e camisa branca, o rosto outrora limpo de pêlos era agora adornado por uma barba aparada que lhe dava um ar mais velho, mais homem. O cabelo estava mais curto que da ultima vez que o vira e bastante bem penteado, não deixando formar caracois. Os olhos verdes brilhavam de uma forma intensa e nem por um momento se afastaram dos meus enquanto caminhava para ocupar o meu lugar no altar. Vi-o olhar-me, apreciando o meu vestido comprido escolhido pela irmã, os cabelos bem mais curtos ondulados muito suavemente, os lábios marcados por de um rosa suave pelo batom e parando sobre o meu peito onde outrora jazia a cruz que me havia dado. Percebi a sua desilusão ao perceber que já lá não estava, virei-me um pouco para que pudesse ver as minhas costas e levantei ligeiramente o cabelo destapando o meu pescoço. Lá, presa ao colar que usava hoje, estava a cruz... de imediato formou-se um sorriso nos seus lábios e discretamente ergueu a manga do casaco mostrando a cruz que eu lhe dera. Retribui-lhe o sorriso genuino e senti uma enorme alegria preencher o meu coração. Também ele se agarrava ao que viveramos juntos, guardando consigo aquele simbolo que marcava o nosso primeiro dia como namorados.

O som do piano interrompeu a minha divagação e todos os olhares presentes repousaram sobre a figura à entrada. Gemma estava linda, o vestido branco caía-lhe impecavelmente no corpo, não era nada de extravagante deixando a pessoa dentro dele sobressair. A maquilhagem perfeitamente aplicada só realçava a sua beleza, o seu rosto brilhando. Segurando o ramo com uma mão e o braço do pai com a outra foi-se aproximando de nós e apesar de várias pessoas se encontrarem no seu caminho só olhava uma...Como que se tivessem sobre um feitiço sabia que naquele momento os noivos só se viam um ao outro.

Toda a cerimônia foi linda e eu não conseguia parar de sorrir à felicidade do meu irmão. De vez em quando o meu olhar cruzava-se com o de Hazza e uma onda de eletricidade fazia questão de me percorrer o corpo. Podia ter-se passado um ano mas as emoções eram as mesmas, o aperto no estômago, a descarga de energia perante o seu olhar, o sorriso involuntário só de o ver. Pronunciadas as palvras finais era hora de sair da igreja, vi-o aproximar-se de mim e com o sorriso pelo qual me apaixonara ofereceu-me o braço. Aceitei-o educadamente e dirigi-me a seu lado para a saída, uma vez no exterior baixou-se um pouco e sussurrou-me ao ouvido

“Estás linda....”

A Light in the City-(Livro 1)TERMINADAOnde histórias criam vida. Descubra agora