Sweet Dreams are Made of This começava a tocar e me senti sendo arrastada por Anna para a pista de dança.
Minha amiga pulava e dançava tão loucamente que acabei entrando no clima e contagiada pela alegria de Anna com seus dreads batendo no rosto dos que estivessem ao redor, me joguei na música e com os olhos fechados consegui esquecer do mundo enquanto dançava.
Poucos segundos se passaram até que eu sentisse um par de mãos deslizando em minha cintura e um calor instantâneo tomou conta das minhas costas.
Os braços grandes e fortes me envolveram completamente obrigando a mover-me colada aos seus quadris, o que eu deliciosamente permiti assim que o perfume dele invadiu minhas narinas e minha memória olfativa me levou à reviver as tantas noites quentes que já havíamos protagonizado.
Pela primeira vez me permiti estar nos braços de Diego em público e confesso que se tornava cada vez mais irresistível.
Ele era tão sexy sem esforço algum...
Sua naturalidade e leveza formavam um conjunto que beirava à perfeição com sua pele morena e as covinhas que se desenhavam em seu rosto quando sorria, deixando seus olhos ainda mais meigos se é que isso era possível.
Eu não podia ficar presa à ilusão de um homem que não sabia se era real.
Igor era até então apenas uma ilusão, mas Diego estava alí.
Sempre esteve.
As palavras de Anna revisitaram minhas idéias e pensei:
- Imagina se ele desiste...
Antes que mais algum pensamento me ocorresse, decidi me jogar.
Virei-me sem permitir que suas mãos se desprendessem de minha cintura e meus olhos encararam os dele, que me sorriam de volta, dizendo que eu era a única à quem ele desejava.
Nos beijamos tão intensa e demoradamente que não posso afirmar quantas músicas tocaram em sequência e eu me senti protegida e completa.
Como se algo dentro de mim que estivera adormecido houvesse despertado.
Estávamos excitados ao ponto de não conseguir nos afastar e quase me liquefiz quando a ponta de seus dedos percorreram minha coluna enquanto ele beijava lentamente meu pescoço.
O clima já pegava fogo quando gritos nos trouxeram de volta do paraíso particular que estávamos desbravando.De súbito olhamos ao redor e uma briga entre dois homens acontecia há alguns metros.
Um rapaz loiro, alto e de aparência militar trocava socos e pontapés com outro mais franzino porém de igual estatura.
Assim que pousei os olhos no primeiro, fui tomada de pânico pela maldita e já conhecida voz que só me visitava à mente em posse de maus augúrios.
-"O Capitão Muller vai morrer..."
Repetia cada vez mais rapidamente as agourentas palavras dentro de minha cabeça, deixando-me mareada, fazendo com que me faltasse o equilíbrio e tudo começasse à rodar.Sem conseguir raciocinar, com as pernas bambas e imersa em terror, perdi o controle e a consciência...
Ao mesmo tempo em que desmaiava nos braços de Diego, todas as luzes do Pub se apagaram, deixando-nos perdidos em uma escuridão impalpável e tensa, agravada pelas paredes já escuras do bar.
Não se podia ver um centímetro à frente e os gritos se converteram em berros desesperados enquanto cada um buscava defender-se à sua maneira numa correria frenética e egoísta.
O caos estava formado, enquanto eu, desfalecida sob custódia de Diego, fazia com que além de cuidar de sí ele ainda tivesse que dar conta de mim...
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As Crônicas de Ostara. Livro 1- UM CONTO DE BRUXAS (Em Revisão)
RomanceLivro 1 - O passado é mentira, o presente é caos e o futuro não está escrito nas linhas das mãos. Registrado na Biblioteca Nacional. Plágio é crime! Seja criativo, não copie!