3 - Estamos nisso juntos

54 5 0
                                    

Acordo e tudo o que aconteceu desde o alarme de incêndio volta para mim e me acerta como um tiro, abro os olhos em um susto e olho ao redor. Estava em oque parecia ser um trem, uma cabine particular, estava deitada com a cabeça em algo acolchoado, em um moletom dobrado no colo de William. Olho para o garoto, e ele dormia tranquilamente com a mente com certeza em um lugar bem distante, sua mão estava posicionada em minha testa como se estivesse medindo minha febre.

- Will? – pego sua mão na esperança de que ele acorde
- Emma. – ele segura minha mão acordando – Você está bem? – posso vê-lo sorrir
- Acho que sim, ainda estou inteira. – sorrio devido ao contagiante sorriso que ele estampava – O que aconteceu? Só me lembro de você me carregando.. Jason, onde está Jason?
- Calminha garota. – eu me sento ao seu lado – Vou te explicar tudo. Eu não faço ideia de onde diabos Jason está agora mas ele me deu instruções..
- Sim, me lembro, falar com nossos pais. – o interrompo
- Não me interrompa. – ele faz cara de bravo – Cheguei em casa e fui falar com meu pai, do jeito que Jason falou, falei que encontramos um Nightmare. Mal terminei de falar e meu pai levantou preocupado, a essa altura sua mãe estava lá cuidando de você que tinha desmaiado, os dois mandaram eu empacotar minhas coisas e Maggie empacotar as dela e as suas. Quando estava tudo pronto papai levou a gente até a estação de trem, estamos indo para o aeroporto.
- Para onde a gente vai? Porque? – o interrompo novamente
- Emma! Mandei não interromper! – ele me repreende – Estamos indo pegar um avião particular para uma ilha aí, a ilha não é importante, é como o trem, só um jeito de chegar até o nosso destino. Antes que você pergunte eu não faço ideia de onde é o nosso destino, depois do Nightmare só estou seguindo ordens do meu pai.
- E oque diabos seria um Nightmare?
- Um Nightmare é uma criatura da escuridão, ele tem a capacidade de contorcer os seus sonhos e reproduzi-los contorcidos fazendo-os ser como pesadelos, daí o nome. – Maggie entra na pequena cabine – Gravei cada palavra que saiu da boca do papai. – ela fala orgulhosa

O resto da viagem passou rápido, eu calei minha boca e aceitei que havia mais do que eu conhecia, fiz como Will, engoli qualquer atitude que gostaria de tomar por mim mesma e segui ordens. Maggie tinha preparado uma mochila para mim daquelas que se coloca de lado com algumas roupas e comida, só o essencial.

Apesar de terem se passados horas pareceram para mim alguns poucos segundos, tomei um banho, comi e já estávamos descendo nós três do trem e indo em direção ao aeroporto. Chegando no aeroporto fomos comprar a passagem obviamente, nossos pais haviam dado dinheiro o suficiente para isso, mas havia algo para o qual não recebemos instruções.

- Qual de vocês é o de maior idade e qual é a relação de vocês com a criança? – a moça que nos venderia a passagem perguntou – É um vôo privado mas ainda são as mesmas regras. – a moça percebeu nossa confusão - Identidades.
- Ah claro, aqui está. – William tomou a frente e entregou as Identidades – É  eu sei, nenhum maior e ela é minha irmã, acontece que minha mãe morreu a anos e meu pai teve o mesmo destino alguns dias atrás, obviamente não iria conseguir cuidar da minha irmã e de mim mesmo sozinho. – ele mente inventando toda uma história
- Sim, sim e eu sou só uma amiga tentando ajudar, minha família e eu vamos abrigá-los e cuidar deles – entro na história – Por favor moça. – peço e todos nós fazemos biquinhos 
- Eu lamento muito por sua família. – a mulher morena fala e pega três passagens – Espero que tudo melhore. – ela sorri e nos entrega a passagem
- Vocês podem me agradecer depois. – Maggie fala quando nos distanciamos – Foi a minha fofura que nos salvou.
- Com licença? Foi a minha história improvisada incrível que nos salvou. – Will se gaba orgulhoso
- Nem precisava de documentos para provar que são irmãos. – revirou os olhos e nós rimos 

De casa para o trem do trem para o avião do avião para uma ilha de uma ilha para sabe-se lá onde, esse era o esquema e ainda estávamos na etapa do avião. Assim que entramos no avião Maggie se jogou em uma das enormes poltronas, haviam 4 delas, eu e William nos sentamos e então um garoto apareceu e se sentou na última.

Passaram-se horas e o garoto desconhecido não se identificava, não adiantava perguntar um milhão de vezes, parecia mudo, Maggie dormiu e William pegou algo para comer, batatas chips e refrigerante, ele não tinha comido nada no trem e nem no aeroporto e ainda sim não comeu muito.

Quando o piloto finalmente anunciou que estávamos sobrevoando a ilha o homem desconhecido começou a falar, embora não fosse bem oque queríamos.

- Muito bem, hora de pular, já que sou o único paraquedista profissional aqui eu levo a garotinha, vocês dois, é melhor não morrerem. – o garoto magro de cabelos azuis  combinando com seus olhos da mesma cor de levantou e pegou 3 paraquedas – Para você e para você. – ele joga dois dos paraquedas
- Espera, o que? – eu pergunto e olho para William – Will?
- Oque eu posso fazer? Imagino que o piloto não vá pousar. 

O paraquedista acordou Maggie e a deu instruções, William pegou o paraquedas e o vestiu seguindo o manual entregue e uma eu apavorada tentava colocar o estúpido paraquedas da maneira certa para não morrer, tentando e falhando.

- Você é ridícula. – o de cabelos azuis fala e gargalha – Vem cá.
- Cala a boca Smurf. – bufo e vou até ele
- Eu sou alto princesa. – posso ver ele sorrindo enquanto arruma meu paraquedas
- Ninguém liga Smurf – revirou os olhos e me afasto
- Certo,  vamos lá. – ele prende Maggie à ele, conta até três e salta
- Co..como a gente deveria saltar sem o paraquedista profissional? – gaguejo olhando para a ilha lá embaixo
- Ei. – Will me faz olhar em seus olhos – Estamos nisso juntos. – ele sorri, pega minha mão  e nós pulamos 

Eu descreveria a emoção de pular de paraquedas como uma das maiores que já vivi até hoje, é como exatamente como amar, uma das maiores emoções, dá medo, um friozinho na barriga, mas tem seu momento bom, o momento em que o coração disparado se torna gostoso. Enquanto caíamos conseguia ouvir os gritos, meu, de William e de Maggie e pude ver o sorriso do paraquedista desconhecido de cabelo azul, aquele sorriso ridículo.

O paraquedista desconhecido de cabelo azul (ou Smurf para os íntimos :v ) na mídia :3 Espero que tenham gostado, menor que três. Avaliem se gostarem please :3

- Amyone

PeregrinosOnde histórias criam vida. Descubra agora