22 - De volta dos mortos

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- Maravilhosa? - Clara
- Princesa? - Nicholas
- Rainha dos unicórnios? - William
- SAIAM DAQUI AGORA. - Eu

Deve estar se perguntando o que aconteceu, todos os meus amigos também estão. Desde que eu fui libertada da minha prisão temporária por Logan não saí do quarto e nem mesmo da cama, então, meus preocupados amigos estão a três dias tentando me ajudar. Eles até trouxeram o meu cachorro. Sim, da Terra.

Nessa manhã claramente congelante porque meu nariz estava vermelho como nunca, eu nem precisei de um espelho para saber (William fala muito), Nicholas mandou Clara e William saírem dizendo que só iria pegar Sky e sair também, só que o grande rei é um teimoso. Ele fechou e trancou a porta comigo, ele e Sky lá dentro.

Já estava acostumada com meus amigos tentando de tudo, mas isso foi meio que surpreendente, quer dizer, esse tempo todo eles tentavam me convencer a sair mas agora ele me impedira. Apenas me revirei na cama primeiramente, mas logo fiquei curiosa quanto àquela atitude e me sentei completamente desarrumada e horrível, não tão horrível, sou maravilhosa de qualquer jeito.

- Sabe, desenvolvi fobia de portas trancadas. - ironizei apontando para a tranca da porta
- Não, não desenvolveu. - ele se sentou ao meu lado na cama - Estou feliz por voltarmos a ser amigos sua maravilhosa.
- Foi terrível. - deitei a cabeça no ombro dele - Foi incrível. Me mata.
- Ei, eu gosto de você. - ele ri - O que aconteceu?
- Ele é ele. - acariciei a cabeça de Sky - Me mata Sky.
- Eu não estou entendendo nada. - ele me fez olhar par ele e sorriu - Garota, vou chamar a Clara, e você vai comer sorvete com ela ok?
- Tão maravilhoso quanto o Michael. - me animei e levantei da cama
- Ninguém nunca vai superá-lo. - Nicholas pisca para mim

Já havia passado tempo o suficiente da morte de Michael e agora já era permitido falar sobre ele, o mais estranho? Justamente agora que todos estavam se recuperando, ele voltou. Novamente, não me pergunte sobre o que aconteceu. Cerca de dois minutos depois que Nicholas saiu Michael, o próprio Michael em carne e osso entrou pela sacada.

Se um dia alguém que gostava e acreditou estar morto aparecer no seu quarto, não gaste seu tempo gritando, apenas o abrace, por que se ele voltou dos mortos, alguma coisa está errada. Assim que abracei Michael senti uma lágrima vinda do mesmo caindo em minha cabeça.

Possivelmente está questionando minha atitude de abraçar alguém que tinha certeza que estava morto mas estava vivo na minha frente, no entanto, eu realmente sentia falta dele. Acredite, se acontecer com você sua atitude será a mesma.

- Espera, está morto. - parei e me afastei
- Eu não, Jason sim.

Realmente acredito que nesse momento o tempo parou e possivelmente fiquei surda já que qualquer barulho que vinha de fora parou. Se lembra da coisa errada que mencionei? Essa foi a minha coisa.

Acontece que aparentemente em um reino mágico um bom mago pode até mesmo matar apenas temporariamente alguém se é o que deseja, e isso foi o que o pai de Jason fez.

Durante todo esse tempo em que Michael estava para nós morto ele na verdade estava sendo prisioneiro do pai do melhor amigo e o melhor amigo prisioneiro do próprio pai. Aparentemente Jason queria agir corretamente e ser bom, então seu pai o matou.

- Como um pai mata o próprio filho? - eu estava indignada
- Ele matou da pior maneira, eu não o faria nem com meu pior inimigo. - Michael parecia perturbado
- Ei, que clima tenso é esse?! - Clara já possuía pele clara, imagine ela pálida - Nicholas? Porque se parece mais com seu irmão que o normal?
- Clara, eu não sou o.. - ele começou
- AAAAHH - ok, ela surtou pouquinho

Sabe como é difícil impedir guardas de atirarem no príncipe deles que eles pensaram estar morto? Muito difícil. E explicar para alguém que o pai dele virou um bêbado e por isso o irmão mais velho assumiu o trono? Muito difícil. Imagine então você ajudar a explicar para um reino inteiro que o príncipe deles por quem eles ficaram de luto estava vivo? Muito difícil. Mesmo assim, o rosto de felicidade de Nicholas e de William, fez valer a pena.

Os garotos estavam reunidos em uma sala conversando sobre o que Michael viu e a possível ameaça e eu e Clara estávamos sentadas no corredor em silêncio. Logan apareceu e estende a mão para mim, sem dizer nada, eu, desmiolada como sempre, peguei sua mão.

- Emma, você está bem?

Logan havia me levado para o jardim, não o jardim aberto onde provavelmente estava congelando, no jardim interno que é confortável e sempre ameno. Nós nos sentamos em um banco perto da fonte.

- Resolveu ser atencioso agora? - reclamo olhando para o chão
- Quer que eu continue sendo um babaca? - pude ver pelo canto do olho que ele sorria do jeito de sempre
- Eu só quero que você não me engane, seja você. - finalmente o olho
- Então tá, eu sabia sobre o pai do Jason, mas você sabe, se eu contasse não teria toda a emoção do Michael te contando depois de volta à vida e tudo mais. - um olhar psicopata me olhou de volta
- O QUE? QUEM VOCÊ PENSA QUE É? - me levanto
- Um demônio lindo, maravilhoso, genial, o melhor dos melhores, um fã de Supernatural! - ele gesticulava - Foi você quem disse. - ele finalizou
- Você sabe que isso não é elogio nenhum certo? - me acalmou e sento de novo
- Tudo que sai da sua boca para mim é um elogio sabe, talvez seja porque não presto atenção no que exatamente é. - ele soava brincalhão
- Ridículo. Você é ridiculamente ridículo. - rio e coloco a cabeça no ombro dele
- Obrigado. - ele ri também
- A minha vida é tão bagunçada, tão errada, que eu estou batendo papo com um psicopata. - bufo tentando parecer séria mas rindo
- Olha pelo lado bom, eu posso te fazer poderosa o bastante para você revidar. - ele soava tranquilo
- Revidar? - o encarei pensando - Pode fazer isso?
- Eu sou um ótimo professor. - ele pega minha mão e começa a brincar com ela - Além do mais, você é especial Emma Lee.

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- Amyone

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