Kim Taehyung é apenas um rapaz que anseia por encontrar presas fáceis nas suas noites de caça, mas e se numa dessas noites, a sua presa se torna em algo mais do que uma simples presa? E se o coração frio de Taehyung se decide apaixonar pela pessoa e...
Tudo estava igual, o jardim em volta da casa, a piscina... Tudo estava igual mas eu sentia-me diferente.
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Corri escadas a cima onde encontrei o meu quarto, exatamente igual a como estaria antes.
Os posters eram os mesmos, os lençóis azuis, o cheiro.
Como é possível sentirmos tanto falta de algo que é nosso?
Sentei-me sobre a cama arrumada e olhei em redor, lembrando-me de todos os bons momentos que aqui passei. Lembrando-me de quando era humano. Todos nós éramos humanos antes, mas quando 1 de nós se tornou vampiro decidimos tornar-nos todos, não podíamos abandonar a família.
Ser vampiro é bom e tem montes de vantagens, mas às vezes gostava de saber o que é envelhecer e sair da faculdade.. Só de pensar que por exemplo, irei perder o Jungkook.. O meu estômago dá um nó, é por esse motivo que me evito apegar a quem quer que seja.. Acabo sempre por os perder.
Olho para as fotografias em cima da mesa e levanto-me, pegando numa delas.
Era eu e a minha irmã, quando éramos ditos "normais".
Levei a moldura ao peito e deixei que uma pequena lágrima rolasse.
Os vampiros sentem tudo a dobrar, a dor a dobrar, o amor a dobrar, o prazer a dobrar.. E ás vezes fica complicado de negar esses sentimentos e de os ignorar.
- Sentes falta desses tempos, ahm? - A minha irmã diz fazendo-me imediatamente levar a mão ao rosto, limpando a lágrima que havia caído. - Sinto sim Yeon-Hee e parece que quando venho a casa tudo se intensifica. - Digo enquanto pousava a moldura de novo no sitio dela.
Yeon-Hee envolve os seus braços à volta do meu tronco, fazendo-me abraça-la de volta.
- Sentia muito a tua falta, Tae. - Yeon-Hee diz abafado pois estava com a cabeça encostada no meu peito. - E eu a tua pequenina. - Beijo o topo da sua cabeça. Yeon-Hee levanta o seu olhar até ao meu e larga o meu tronco. - Vamos até ao jardim? Tens que me contar as novidades.
Acento com a cabeça e ambos descemos as escadas em direção ao jardim, a minha mãe e o meu pai tinham ido comprar algumas coisas para fazermos uma sessão de filmes então estaria apenas eu e a minha irmã nesta enorme casa.
Sentámos-nos nas espreguiçadeiras em volta da piscina.
- Como tem sido no colégio? Estás a gostar? - A minha irmã pergunta enquanto se acomodava na cadeira. - Tem sido bom, claro que sim. Fiz um amigo além dos rapazes, ias adorar conhece-lo. - A sério? Um mortal? Aposto que sim. - A minha irmã esboça um sorriso e posso imaginar os pensamentos que lhe iriam pelo cérebro. - Sim, um mortal ! Mas escusas, nunca me alimentei dele. - Digo enquanto lhe dava um breve tapa na perna. - Não disse nada disso! - Ela levanta os braços como se se rendesse. - Também fiz amigos na escola nova... - A sério? Deixaste de ser a gótica solitária? - Digo rindo-me alto. Yeon-Hee leva a sua mão até ao meu ombro batendo-me fracamente. - Aish Taehyung, nunca fui gótica solitária. - A sua expressão mostra um beicinho. - Uma delas é a Sun-A, ela é a minha melhor amiga. - Sun-A? - Pergunto arregalando os olhos. - Sim Tae.. - Yeon-Hee fica a olhar para mim, o seu rosto estava um autêntico ponto de interrogação. - Conhece-la? - Ahm, não. Apenas conheço alguém com o mesmo nome.
A minha irmã estaria numa escola diferente da minha, pois eu estou num colégio interno e ela numa escola "normal", digamos que não sou um vampiro bem comportado e que fiquei de castigo.
A nossa conversa caminhou entre muitos lugares, desde a escola até possíveis namoros de ambas as partes. Sentia muito a falta de Yeon-Hee, sinceramente era a que sentia mais falta.
18:40pm
Estávamos todos na sala a preparar a possível sessão de cinema quando o som da campainha é ouvido pela enorme casa.
- Deve ser a Sun-A, vou abrir. - A minha irmã diz enquanto se levantava.
- Sun-A ? - Digo agarrando a sua mão. - Sim Tae, credo, acalma-te.
Yeon-Hee abriu a porta e caminhou de novo até à sala, por detrás dela viria Sun-A e sim, era a mesma Sun-A pela qual estaria completamente apaixonado. A minha boca abre-se formando um completo 'o'.
- Boa tarde senhor e senhora Kim. - A rapariga diz cumprimentando os meus pais. - Boa tarde querida ! Estás tão bonita. - A minha mãe diz. - Vai conhecer ali o nosso filho. - Aponta para mim que estava sentado no sofá.
A rapariga move-se até mim. - Taehyung? Não sabia que eras irmão da Yeon-Hee. - Um sorriso é formado no seu rosto, fazendo o meu coração acelerar mais que o normal. - E eu não sabia que eras amiga da minha irmãzinha. - Digo enquanto me levantava para lhe beijar a bochecha. - Afinal é a mesma Sun-A, Tae. - A minha irmã diz diante de nós. - Sim. - Sorriu largo. - Ahm, Yeon, podemos falar na cozinha só por um segundo? - Pego na mão de Yeon-Hee e puxo-a até à cozinha.
- Ela sabe que somos vampiros? - Pergunto olhando-a nos olhos. - Sabe sim Tae, não precisas de te esconder dela.
Por um lado sentia-me aliviado.. Mas por outro preocupado.. E se ela não se quiser envolver com um vampiro? Ou com o irmão da melhor amiga?
Yeon-Hee saí da cozinha e leva-me atrás dela. Na sala todos nos sentámos, o meu pai e a minha mãe no sofá, eu, Sun-A e Yeon-Hee - nessa mesma ordem - no chão por de cima das pequenas almofadas ali colocadas.
O meu coração batia rápido, os meus olhos em vez de prestarem atenção ao filme que passava no grande ecrã diante de mim estavam sobre as pernas despidas de Sun-A. Sentia o meu sangue fervilhar e calafrios pelo corpo todo, depois de sentir o seu sangue na minha boca o meu corpo pedia por mais.
Não estava a aguentar mais, então levantei-me.
- Vou buscar algo para beber, já venho.
Ando em direção à cozinha, abro a torneira e coloco água fria sobre a minha face que estava quente.
- O que é que se passa filho ? - O meu pai pergunta entrando pela cozinha.
- Nada pai.
- Taehyung, eu conheço-te. - Não é nada, apenas não me estou a conseguir controlar por causa da amiga da Yeon-Hee. - Vai lá para cima então, diz que te estás a sentir mal. - O meu pai pausa o seu discurso por segundos mas continua. - Pensei que já estivesses mais controlado em relação a isso. - E estou pai.. Apenas não sei o que se passa.. O meu pai dá uma leve palmada no meu ombro. - Se calhar não é só pelo sangue, talvez o teu coração também queira algo. Vá vai para cima que eu falo com elas.
O meu pai tinha sempre razão porquê?
Sorri-lhe e subi as escadas, entrei no meu quarto e deitei-me sobre a cama olhando em direção ao teto.
NOTAS FINAIS:
Bem aqui está um novo capítulo, espero que a fic esteja a ir bem e do vosso agrado. Obrigada a quem acompanha, desculpem qualquer erro e até ao próximo capítulo.