Don't Hurt Me. - Taehyung.

19.

10:20am - Sábado

TAEHYUNG POV
Dormia profundamente, quando o som do meu telemóvel se fez ouvir pelo quarto silencioso.
Pego no mesmo e vejo o nome do Jungkook na pequena tela do meu Iphone.

Chamada on.
- Boa tarde, chama-se Taehyung? - Uma voz desconhecida falou sem hesitar.
- Sim, quem fala? E porque está com o telemóvel do Jungkook? 
- Tenha calma, chamo-me Dal Po. O dono deste telemóvel sofreu um acidente e eu já contactei a ambulância, apenas apareceu aqui o seu número em primeiro lugar e eu liguei para avisar.
- O quê?! Como assim? Onde é que o senhor está?
- Na praça mas a ambulância está mesmo a chegar, dirija-se ao hospital por favor. Eu não sei o que aconteceu com ele.
- Eu vou, fique com o telemóvel ligar-lhe-ei quando chegar.
- Combinado.
Chamada off.

Levantei-me apressado da cama, causando-me algumas dores, peguei no casaco e desci as escadas.

- RAPAZES? - Gritei chegando à sala.
- O que foi Taehyung? - Yoongi diz aparecendo da cozinha com Jimin.
- Taehyung, estás a sangrar. - Jimin dizia enquanto apontava para a minha camisola branca que tinha uma pequena mancha de sangue.
- Não importa, o Jungkook foi para o hospital, podem levar-me lá, por favor? - Digo com pequenas lágrimas a formarem-se nos meus olhos.
- O quê? - Jimin pergunta alarmado. - Eu levo-te.
- Digam alguma coisa depois. - Yoongi diz levando a mão ao cabelo.

Vesti o casaco escondendo as manchas de sangue que se estavam a formar na minha camisola e saí de casa o mais rápido possível.

Entrámos no carro de Jimin e só parámos em frente ao hospital. Quando cheguei ao mesmo tirei o meu telemóvel e liguei para o número de Jungkook.

Chamada on.

- Já estou no hospital, onde está? - Pergunto num tom acelerado.

- Estou na sala de espera, tenho uma camisola vermelha e umas calças pretas, por favor dirija-se aqui.
Chamada off.

Puxei Jimin e ambos nos dirigimos à sala de espera, entrámos e notámos num rapaz um pouco mais velho que nós com a mesma descrição que me havia sido dada, encostado a uma das máquinas de café ali presentes.

- É o senhor Dal Po? - Pergunto.
- Sou sim, és o Taehyung?
- Hm. - Respondo. - Como está o Jungkook?
- Pelo que ouvi dos médicos, o rapaz não possuía quase nenhuma pinga de sangue no corpo e por pouco não morreu... Mas está em risco de isso acontecer.. - A voz do rapaz era baixa e fazia-me querer morrer ao ouvir tais palavras.
Começo a chorar compulsivamente e abraço-me ao corpo de Jimin.
- Obrigado por nos ter avisado. - Jimin diz olhando para o mais velho.
- De nada, vai ficar tudo bem, tenho a certeza. - O rapaz mais velho diz sentando-se agora numa cadeira que havia ficado disponível.

- Jimin, eu não quero que ele morra. - Digo contra o seu peito.
- Ele não vai morrer.. Caso não aja mais solução.. Torna-lo um vampiro.. - Ele diz num tom baixo enquanto acariciava o meu cabelo.
Afasto a minha face rapidamente do seu peito. - Ele não ia querer que eu fizesse isso Jimin, ele disse-me que nunca se queria tornar vampiro.
- Taehyung.. Se não houver outra hipótese...

O meu choro torna-se mais compulsivo, sentia-me a perder as forças nas pernas e sentia também um enorme ardor por todo o meu corpo.
Jimin apertou fortemente o meu tronco contra ele fazendo-me sentir alguma dor, mas ao mesmo tempo, fazendo-me sentir algum conforto.

13:21pm

Estava sentado numa das cadeiras quando me deparo com os pais de Jungkook a caminharem até mim. A mãe dele chorava forte e o seu pai fazia uma força enorme para não demonstrar as suas lágrimas.

- Filho. - A mãe de Jungkook diz aproximando-se de mim e abraçando-me.
Retribui o abraço e chorei no seu peito. - Ele vai ficar bem, eu tenho a certeza. - Digo entre soluços.
- Eu não posso perder o meu menino.. Não posso Taehyung. - Ela dizia chorando ainda mais compulsivamente. - Faz o que for preciso, mas não me deixes perder o meu filho.

A mãe de Jungkook afastou-se do meu abraço e sentou-se no banco ao meu lado, eu levantei-me.

- Onde vais? - Jimin pergunta agarrando o meu pulso.
- Vou apanhar ar, eu já volto. - Digo retirando a sua mão do meu pulso.

Caminho em passos apressados até à rua e olho para o seu que se encontrava cinzento e escuro, parecia que era de noite e era uma da tarde.

Senti como se água a escorrer pela minha barriga e então abri o casaco, reparando nas enormes manchas de sangue que se haviam formado na minha camisola.
Corri até à casa de banho do hospital, entrei num pequeno cubículo, tirei o casaco e a camisola e reparei que os meus ferimentos estavam a voltar a abrir ao invés de sarar.

- Por favor, cura as minhas feridas, por favor. - Digo entre murmúrios enquanto cruzava os dedos.

O meu telemóvel vibrou e vi que era uma mensagem de Jimin.

Jimin: O médico deixa dois de nós irem ver o Jungkook, os pais dele decidiram ir a mãe dele e tu, vem para cá. 13:42pm

Vesti a camisola e o casaco e corri até à sala de espera onde agora só se encontrava o Jimin, o pai do Jungkook e o Dal Po.

- Estás bem rapaz? - O pai de Jungkook pergunta-me calmo.
- Estou sim, sr. Jeon. - Digo calmamente também.
- Faz o que for preciso para o Jungkook sobreviver, está bem? - Ele pergunta-me dando uma palmada seca no meu ombro.
Assinto com a cabeça e sento-me no banco, estava a dar-me uma enorme dor no corpo, não aguentava estar mais tempo em pé.

Jungkook com certeza havia contado aos pais dele sobre eu ser vampiro pois esta conversa, tanto da parte da mãe como da parte do pai dele, era de facto, estranha.

Deixei a minha cabeça cair para trás, fechando os olhos.

Passado alguns segundos a mãe de Jungkook chamou-me.

- Taehyung. - Ela disse num tom choroso. - Não o deixes morrer.

Levantei-me, assenti com a cabeça e segui o médico que estava do meu lado.

- Deixámos dois de vós irem ver Jungkook porque o que tenho para lhe dizer, não é algo bom. - O médico começa por falar enquanto caminhávamos pelo corredor.
- O quê? - Pergunto, já com lágrimas nos olhos.
- Tememos que Jungkook não aguente sequer esta noite, ele veio para cá demasiado fraco e o que prevemos não é favorável. - O doutor pausa e depois continua. - Só um milagre conseguia salvá-lo.

Senti o meu coração bater devagar, os meus olhos encherem-se de lágrimas e a minha cabeça a mil.

Eu tinha que transformá-lo, essa era a única opção.

NOTAS FINAIS:

Digam-me, ele devia transformá-lo, ou não? ^^

Obrigada pelas leituras!!
p.s - Vão dar uma olhadela nos imagines ^^